Klaus era um homem honrado.
Assim que acordou, logo levantou e se pôs a fazer seus exercícios matinais. 100 Flexões de braço e pernas, 10 minutos de prancha, 100 abdominais, 100 agachamentos, 50 afundos (ele não era o maior fã desse aqui) e encerrou com uma corrida estacionária de 20 minutos até se sentir aquecido para iniciar o dia. Assim que terminou, ele virou para o espelho ao lado de sua beliche e observou a própria silhueta enquanto dava um muque e um sorrisinho, expondo seu desenvolvimento muscular mais avantajado do que qualquer um naquele chalé. O chalé de Hermes era bastante agitado. O grande quarto, repleto de beliches, geralmente estava ocupado por grupos de semideuses conversando simultaneamente, o que o tornava um ambiente bastante caótico. Porém, quando Klaus terminou seu treino, o quarto estava quieto. Um loiro sardento e franzino, a pessoa mais próxima a ele, tremeu enquanto apontava para algo acima de sua cabeça.
– O que é isso aí?
– Isso? – Ele responde, passando a mão nos cabelos. – Shampoo e condicionador, apenas. A beleza é natural.
– Não, em cima da sua cabeça, flutuando.
Klaus arqueia a sobrancelha e, ao espiar para onde o rapaz apontava, notou que um brilhante símbolo de um machado alado de dois gumes pairava acima dele.
– Caramba, é uma reclamação! – empolgou-se um rapaz ruivo de olhos azuis e camisa xadrez. – Ele é filho de Ares, deus da guerra!
O comentário começou um burburinho, os rapazes que eram mesclados entre filhos de Hermes e semideuses que ainda não tinham sido reclamados por seus pais foram subitamente interrompidos por um outro rapaz de cabelos castanhos cacheados com um livro na mão.
– Não sejam precipitados, o símbolo de Ares é o javali. O machado é o símbolo de Bia, deusa da força e da justa violência.
Klaus estava mais perdido ainda. Ares ele se lembrava, um professor de História já citou, mas Bia, como a maior parte das coisas que ele falava, Klaus não se lembrava. O rapaz estudou num excelente colégio em Haia, Países Baixos, onde curiosamente seus professores sempre erravam na hora de darem notas, sempre o avaliavam com nota vermelha e após uma conversa com seu pai, corrigiam para uma boa nota.
– Força eu tenho de sobra, e justiça é uma das minhas virtudes. Você deve estar certo, colega. Sabe onde eu posso me alimentar por aqui?
Indo até o pavilhão, ele desejou um ovo ainda não cozinhado, que prontamente apareceu segundos depois. Ele o quebrou num copo de vidro e tomou de uma vez, sem frescura, para garantir aquela dose de proteína diária para o corpo. Pão integral com queijo branco também fazia parte de seu cardápio matinal, lhe rendendo importantes doses de cálcio e potássio. Aveia, banana e leite completaram o esquadrão pra um início de dia produtivo.
Klaus foi até o bosque para treinar nas pedras, sem camisa, exibindo seu físico invejável e que deveria ser admirado, Klaus trabalhou muito para isso. Tudo que Klaus tinha era fruto de sua dedicação, até mesmo a riqueza de sua família, a nobre linhagem Van Houten, adquiriu poder e influência na Holanda por seus grandes feitos e porque, acima de tudo, se dedicaram pra alcançar a glória. Klaus também estava disposto a dar tudo de si para conquistar a glória, era seu destino, e ele sabia que a dedicação nunca voltava vazia. Sem dor, sem ganho, e ele apenas entrava numa briga pra vencer.
Voltando com uma toalha sobre os ombros, ele foi até o discurso de Quíron e após o encerramento, ele decidiu ir até a arena, mas quando uma Evangeline Evans se aproximou dele e perguntou se Klaus poderia a ajudar a levar suas malas, o filho de Bia a colocou em seu lugar. Ele era um homem de respeito, mas ainda sim, a moça o convenceu a trocar favores com ela, o que já era mais respeitável. Ele a levou até um chalé composto por madeira clara com detalhes em mármore branco. O símbolo de um arco carregando uma flecha com uma ponta em forma de coração decorava o espaço de cima do chalé, sendo também rodeado por trepadeiras e roseiras ao redor do chalé. Regando as rosas estava um rapaz de touca amarela e cabelos castanhos aparentemente longos pulando para fora. Ao vê-lo, logo Evie gritou:
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Halfblood: Noite Eterna
AdventureQuando o sol some dos céus e a humanidade se torna refém de uma noite eterna, um grupo de semideuses inicia uma jornada em busca da verdade por trás desse acontecimento. A aventura os guiará por uma teia de intrigas divinas, traições e mortes que se...