Laços Proibidos no Mar (HIATO)

Capítulo 09 - O próximo passo, Capitão

Aparecendo num horário bem cretino :'D... Mas o importante é que temos capítulo novo \o/

BJOKAS *3*

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Sentado de frente para a mesa e encoberto pela penumbra, usando da luz de uma única vela, Yoongi escrevia detalhadamente seu relatório das primeiras semanas para o almirante Kim.  

Bom, detalhadamente seria contrassenso, porque ele havia omitido certas partes, dentre elas a principal: que o ‘Fantasma’ era, na verdade, uma mulher. Assim como os seus sentimentos em relação a interação conturbada que mantinha com ela. Não era importante mencioná-los, afinal.

Não se tratava dele. Suas emoções eram irrelevantes.  

O plano era que redigisse a carta como se fosse mandá-la para algum parente distante. Este foi o combinado antes de sair para a missão. O endereço era de uma pequena residência em Port Royal que o almirante alugara sob um nome e identidade falsos. Isso significava que seria impossível ligar suas cartas a alguém dentro da marinha, mesmo que investigassem sobre tal.  

Yoongi terminara antes da meia noite. Juntou as folhas e lacrou num envelope simples. O som das vozes e música alta continuavam ressoando, e não parecia que cessariam tão cedo. Ele havia perguntado a moça que trouxera seu jantar no quarto, onde estava o serviço de correspondência. Não era tão longe da estalagem, estão, tinha consciência de que poderia ser rápido. Embora houvesse se esquivado naquela noite, era certo que não conseguiria outra vez.  

Estava na mira de Seokjin e, cedo ou tarde, seria pego por ele.  

Deitou-se na cama pouco confortável – mas infinitamente melhor do que a rede do navio – e observou a chama bruxuleante da vela prestes a apagar. Olhou... Olhou... O sono apareceu quase duas horas depois e o descanso não foi condizente com o horário que costumava acordar.

Se dormiu três horas, fora muito.  

Logo de manhã, Yoongi cobriu o rosto debaixo do chapéu de abas largas e saiu da estalagem em passos costumeiros. Era melhor fingir naturalidade do que passar a sensação de urgência.   

— Aqui estamos. — sussurrou para si mesmo.  

Uma estranha ansiedade dominou seu interior ao defrontar a fachada do prédio e persistiu no momento em que entregou o envelope para o nativo de semblante simpático. Mesmo mantendo a máscara impassível, seu olhar buscou sorrateiramente por qualquer um que pudesse representar uma potencial ameaça. Porém, tudo correu com mais tranquilidade do que o esperado.  

Apesar de saber que não receberia uma resposta, a compreensão de que o almirante, dentro em breve, saberia sobre os seus passos até então, colocava-o apreensivo. Aguardando pelas ordens que não chegariam. Às vezes, era difícil tomar decisões sem saber ao certo o que cumprir, dava-lhe uma autonomia que não experimentava há bons anos – isso se alguma vez a experimentou.  

Depois de provar o desjejum local e que não agradara nem um pouco seu paladar, cada vez mais ansioso por uma xícara de chá e Yorkshire pudding*, Yoongi saiu caminhando despretensiosamente e observando os arredores. Arecibo mudara muito desde a última vez em que esteve ali. Pusera os pés somente por uma noite no vilarejo, contudo, as mudanças lhe eram visíveis. Os espanhóis investiram pesado na expansão costeira visando aumentar o comércio.

Os mesmos espanhóis que teriam sua preciosa carga roubada negociada bem ali.  

Soava meio cômico.  

— Passeando, marujo?   

Yoongi fechou os olhos brevemente e praguejou.   

Por que aquela mulher sempre aparecia em seu caminho?