Kaguya abriu os olhos. A escuridão, familiar e eterna, a recebeu de braços abertos. Tremendo da cabeça aos pés, ela se sentou com dificuldade no colchão duro e abraçou os próprios joelhos.
Onde ela estava? Tinha certeza de que havia morrido. Yuta tinha perfurado seu peito com alguma arma, então o que...
Ah... aquilo era o inferno?
Kaguya fechou os olhos e enterrou o rosto nos joelhos, sentindo as lágrimas começarem a se formar atrás de suas pálpebras.
Por que ele havia lhe dado todas aquelas memórias? E como assim "não deixar ninguém morrer"? Ela mesma não estava morta?
Kaguya abraçou seu próprio corpo, chorando baixinho. Uma porta rangeu e se abriu, e passos rápidos foram até ela.
- Depressa! Não vamos deixá-lo esperando!
Mãos a agarraram e a forçaram a se levantar sem um pingo de delicadeza. Kaguya gritou e se debateu, lutando para se soltar.
- Cale-se! Segurem ela!
Ela foi arrastada para fora da cama e levada para algum outro lugar. A garota tentou se debater conforme tiraram suas roupas, mas as mulheres — três, no total — eram como muralhas de ferro. Quando estava nua diante delas, as mulheres jogaram água sobre Kaguya e a atacaram com esfregões e sabão, sem sequer hesitar conforme lavavam todos os lugares, mesmo com a jovem gritando para que parassem.
Trêmula e fraca devido ao esforço de lutar contra as mulheres, Kaguya mal teve forças para retrucar ao passarem pentes por seus cabelos, puxando com tanta força que os olhos se encheram de água. Elas a vestiram novamente com roupas pesadas, passaram maquiagem em seu rosto e prenderam o cabelo em algum penteado alto.
Kaguya implorou às mulheres, diversas vezes, para que parassem e lhe contassem o que estava acontecendo. Nada; elas podiam muito bem ser surdas.
Seus braços foram agarrados e ela foi forçada a caminhar. E então foi forçada a parar. Talvez estivessem na frente de uma porta?
- Agora, preste atenção - uma mulher sibilou em seu ouvido. - Você não tem permissão para dizer nada. Se alguém se dirigir até você, seja respeitosa e negue tudo que lhe oferecerem. - Um aperto forte no braço e um beliscão em sua costela. - Lembre-se do seu lugar, miserável.
Kaguya se controlou muito para não cair no choro ali mesmo.
Ela se lembrava daquilo. Aquela foi a primeira vez que ficou cara a cara com o líder do clã. Estava revivendo seus piores momentos?
Não... Não. Yuta dissera... ele implorara para que ela não deixasse ninguém morrer. Será que... Será que ela tinha voltado no tempo? Era isso?
As portas foram abertas e Kaguya entrou, trêmula.
Se lembrava de como tinha sido a reunião. Ela havia derramado chá em cima do kimono que usava e recusara a oferta do líder do clã para estudar jujutsu — não porque não queria, mas porque sabia que seria um desastre. Ela, uma bastarda, filha de uma empregada, só traria vergonha ao clã.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐶𝑢𝑟𝑠𝑒𝑑 𝐶𝑟𝑜𝑤𝑛 - Jujutsu Kaisen
Fanfic[ATENÇÃO: PODE TER GATILHOS] 𑁍 - 𝑲𝒂𝒎𝒊𝒐𝒖𝒋𝒊 𝑲𝒂𝒈𝒖𝒚𝒂 "Não importa quantos aliados você tenha ao seu redor, quando morrer, você estará sozinho." - Gojo Satoru 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐨𝐮𝐣𝐢 𝐊𝐚𝐠𝐮𝐲𝐚 está morta. Todos os feiticeiros jujutsu estão...