O Bastardo

CAPÍTULO 5

BLOCO 1

[Flashback do capítulo anterior]

EMPRESA COMZIL

Roberto chega na recepção e leva Leonor para o seu escritório.

ROBERTO: Entre! Precisamos conversar.
LEONOR: Pode falar Betinho!
ROBERTO: Estive pensando bem... assumi a responsabilidade de comandar essa empresa após a morte de meu avô e mesmo com a pouca idade estou dando conta do recado. Acho que posso dar conta também de ser marido e pai. Quer se casar comigo Leonor?
LEONOR: SIM! SIM! SIM! EU QUERO! EU QUERO! [Olhar brilhando de felicidade]

Roberto abraça Leonor, enquanto a mesma olha para a câmera a la Michael Jackson em Thriller.

O BASTARDO - CAPÍTULO 5

SÃO PAULO - DIAS ATUAIS [Música: Coisinha do Pai - Beth Carvalho]

MANSÃO MASCARENHAS

Dia ensolarado, Leonor e sua filha Karina conversam no quintal da mansão, deitadas tomando sol e tomando suco de laranja.

KARINA: Mamãe, mal posso esperar para chegar logo o dia do casamento! O Lucas apesar de distante é super simpático comigo.
LEONOR: Acho que você não poderia escolher alguém melhor para se casar, minha filha. Lucas é um homem bonito, atraente, educado, e o mais importante de tudo, é rico! Podre de rico, e é herdeiro da Brasilever, assim como você é a herdeira da COMZIL. E olha que foi difícil convencer o Otávio e o seu pai a consentirem com esse noivado. Pensei que nunca acabaria essa rivalidade entre eles.
KARINA: De tanto que implorei pro papai, ele acabou aceitando. Agora não sei como o Otávio aceitou. Provavelmente porque já passou da hora de casar, o Lucas comentou comigo várias vezes que o Otávio não vê a hora dele sair de casa. Até a irmã mais nova já se tornou independente...

Inesperadamente, a empregada Marcela interrompe a conversa segurando um telefone na mão.

MARCELA: Licença! Tem uma pessoa no telefone querendo falar com a senhora, dona Leonor.
LEONOR: Ela disse quem era?
MARCELA: Parece que é de uma clínica de reabilitação.
LEONOR: Que estranho, não conheço nenhum doido. Tudo bem, me passa logo esse telefone! - Pegando o telefone - O que está fazendo parada ainda aí? Desinfeta vai!
MARCELA: Desculpe, licença! [Saindo do local]
LEONOR: Alô, eu mesma. O QUEEEEEEE? [Expressão de espanto]
KARINA: O que foi mãezinha?

A cena corta pra um prédio enorme fixado em alguma zona central de São Paulo, uma multinacional de bens de consumo chamada Brasilever. O presidente da empresa, Otávio Vidal realiza uma reunião com os funcionários, incluindo o filho de Joana e Roberto, Eduardo.

OTÁVIO: Como todos sabem, a Brasilever está no mercado de trabalho há muitos anos. Somos referência até na Rússia no ramo de produtos de limpeza e alimentícios, ficando a frente de uma tal concorrente que vocês devem imaginar qual é, que apenas se limita a fabricar e distribuir sabão em pó. Mas não foi pra falar de adversários que reuni vocês aqui. O buraco é bem mais embaixo. A meta diária de vendas por muitos anos era alta, chegando entre 85% e 90%, porém com o aumento da inflação, hoje não chega nem a 60%, não estamos sabendo lidar bem com essa mudança, e em consequência a isso tivemos que cortar custos... Foi um prazer enorme ter todos vocês trabalhando conosco, mas infelizmente seremos obrigados a realizar um desligamento em massa... e todos os que estão presentes aqui estão inclusos. Eu sinto muito mesmo, de coração!

Os funcionários começam a falar ao mesmo tempo, alguns vaiando e xingando Otávio.

FUNCIONÁRIO: ISSO É UM ABSURDO!
OUTRO FUNCIONÁRIO: QUERO O MEU DÉCIMO TERCEIRO SEU SALAFRÁRIO!

OTÁVIO: Entendo a revolta de vocês, mas não posso fazer nada! Podem ir pegar a carta de demissão na administração por gentileza!

MANSÃO MASCARENHAS