Me Aperta - Kelmiro

Balançando minha cabeça

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Os quatro agora estavam chegando na praça que tinha perto do Naitendei, não era uma praça grande, mas era bem bonita. Tinha algumas árvores, brinquedos e muitas flores.
Assim que avistam a pracinha, Cristian e João saem correndo na sua direção, deixando Kelvin e Ramiro pra trás.

— Não vão muito longe! — Kelvin grita, João se vira e faz um sinal de "certo" com a mão — Ai, ai... esses moleques — Kelvin se senta num banco que dava pra observar os dois garotos brincando, Ramiro apenas o segue.

O silêncio se instaura entre os dois, que ouviam o barulho das crianças brincando, o chacoalhar das folhas, os passarinhos cantando e alguns carros que passavam na rua. O doce perfume de Kelvin ainda não tinha deixado a mente de Ramiro em paz, mas por quê?

— Ô Kevin — Ramiro se senta ao lado de Kelvin, que olha para o rosto do peão —, cê tá usando perfume novo, é?

— Não — Kelvin sorri e aproxima um pouco se corpo de Ramiro — Por que? Cê gostou, Rams? — o loiro diz no seu tom provocativo, que perseguia Ramiro em muitos momentos do dia.

— Num desgostei — Ramiro tinha uma certa dificuldade com elogios, mas Kelvin já sabia lidar com seu jeito bruto de ser.

Os dois ficam ali observando as crianças brincando, Kelvin dá algumas olhadas de canto de olho para Ramiro.

— Vem — Kelvin se levanta, pega a mão do peão – que não protesta – e arrasta-o para perto do parquinho.

— O que ocê tá fazeno, Kevin? — Kelvin não responde, mas para de andar quando os dois ficam de frente com o balanço.

— Queria andar de balanço — os dois continuavam de mãos dadas.

— E eu precisava vim junto? — Ramiro percebe as mãos entrelaçadas e solta a mão de Kelvin.

— Sim — Kelvin senta no balanço e se embala de leve — Cê precisa me proteger, Rams.

O peão não diz nada, apenas senta no balanço ao lado de Kelvin. Era um espaço um pouco pequeno para o tamanho de Ramiro, mas nada muito desconfortável. Ele se embala de leve e observa Kelvin que já tinha aumentado a velocidade e ia bem alto.

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— Não... A gente já tem que ir? — João reclama.

— Sim, eu tenho que trabalhar — Kelvin pensa — Mas façam o seguinte: mais uma vez no escorregador pra cada um — os dois meninos se olham e saem correndo na direção do brinquedo.

— Ih alá, ocê convenceu eles facinho — Ramiro ri com as mãos no seu cinto.

— Eu sou ótimo com crianças, bebê.

— Ê... Cê deixa de ser safada, Kevin. Cê tá muito safada — Ramiro dá ênfase na palavra "safada".

— Tô, tô muito safada — Kelvin brinca.

Os dois observam os garotos descendo do escorregador felizes, Ramiro percebe então, que  o cansaço que lhe consumia anteriormente sumiu quase que por completo. É como se ficar ao lado de Kelvin enchesse sua bateria.

Cristian e João voltam correndo ao encontro dos dois homens que esperavam eles. Sem falar muito todos começam a andar na direção da casa de Cristian, onde os dois meninos ficariam.
Novamente Kelvin e Ramiro caminham mais afastados dos garotos, mas diferente de antes, agora João tinha uma companhia para conversar.

— Sabe o que eu tava pensando? — Kelvin corta o breve silêncio que se formara entre os dois — Quando é sua próxima folga?

— Óia, eu nunca sei, mas o patrão vai viaja pra fazer num sei o que na próxima semana — Ramiro coça sua nuca —, aí vai me dar dois dias de folga — Kelvin não responde nada, apenas deixa um longo "hum..." sair de sua boca — Por que, Kevin?

— Nada não, Rams — Kelvin tinha uma expressão que falava o contrário de suas palavras. Ramiro decide não insistir, ele sabe que – diferente dele – Kelvin não cede a quase nenhuma pressão.

Não demora muito para os quatro chegarem na casa de Cristian. Kelvin bate na porta e ouve um "Já vai!" com uma voz difícil de não reconhecer, e, depois de breves segundos Anely abre a porta.
A mulher cumprimenta os dois homens e agradece – do seu jeito – pelo tempo que passaram junto das crianças. Ela se despede rapidamente e fecha a porta, deixando apenas Kelvin e Ramiro totalmente sozinhos.

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Oi povo, os próximos capítulos provavelmente vão sair rápido, já que já estão em andamento 😸
Novamente, desculpem qualquer erro de português e até o próximo capítulo;)