Conjunto Amarelo

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Ali estava Ramiro, escorado em uma parede em frente ao restaurante. O peão insistiu muito, mas perdeu a discussão com Kelvin sobre pagar a conta.

 "Você vai me pagar muitos encontros, relaxa que eu pago agora"

Foram as palavras do loiro para Ramiro, palavras que agora corroíam ainda mais a mente do peão. Ramiro nem se sentia mais estranho ouvindo isso, nem se sentia bravo ou desconfortável, ele agora sabe que no fundo – bem no fundo – ele se sente feliz em ouvir esse tipo de coisa ser falada por Kelvin e ele sabia o porquê, só não queria admitir pra si mesmo.

—Ramiro? — Kelvin sai de dentro do restaurante guardando sua carteira — Tá fazendo o que olhando pro nada, homem? — o loiro se posiciona ao lado do peão.

— Nada não, Kevin. Só... — Ramiro olha o rosto de Kelvin por alguns instantes e volta a olhar pra rua — Pensano.

— Cê anda muito pensativo, Ramiro — Kelvin dá uma leve arregalada nos olhos ao falar o nome do peão — Vamos lá no Naitendei que eu tenho que fazer uma coisa...
.
Encostado na porta do quarto de Kelvin, Ramiro observava o loiro colocar algumas roupas na sua mochila.
O peão tinha dito mil vezes que Kelvin não precisava dormir na sua casa, mas Kelvin continuava insistindo, e como sempre, Ramiro cedeu.

— Cê acha que eu levo a amarela ou a transparente de pedrinhas? — Kelvin segurava duas blusas mostrando-as para Ramiro.

— E eu sei lá, Kevin? — Kelvin olha com uma expressão que Ramio sabia muito bem decifrar, indicando que o peão tinha dito alguma asneira — A amarela.

Ramiro estava nervoso sobre Kelvin dormir na sua casa, não era nem por não querer isso, porque ele queria – e muito –, mas por medo de ceder aos desejos que corriam por sua mente.

— É, também acho — Kelvin dobra um conjunto amarelo e coloca dentro de sua mochila — Tô pronto, vamos? — ele coloca a mochila nas costas, pelo tamanho da mala nem parecia que iria passar apenas uma noite na casa do peão, mas sim uma semana inteira.

Ramiro assente e deixa a passagem livre pra Kelvin passar, quando o loiro passa pela porta Ramiro se vira e começa a caminhar atrás dele até o carro.

O caminho é curto e é feito quase que totalmente em silêncio, um silêncio que normalmente não seria desconfortável entre os dois, mas que nesse momento parecia um pouco desconfortável pra Ramiro.

Ramiro passa pelos funcionários do bar e acena com a cabeça dando tchau pra todos, ele caminha até a caminhonete, se senta no banco do motorista e abre a porta pelo lado de dentro pra Kelvin, que se senta colocando a mochila em seus pés.

— Tá tudo bem, Rams? — Kelvin diz antes de Ramiro girar a chave — Cê tá meio quieto.

— Tá tudo sim, Kevin — Ramiro olha pra Kelvin e dá um pequeno sorriso nervoso, logo depois se virando e girando a chave do carro, ligando-o.

O carro começa andar e os dois começam a conversar sobre coisas aleatórias que vinham na mente de ambos.
Após alguns minutos de um breve silêncio entre os dois, Kelvin se encosta na porta do carro e começa a observar a paisagem pela janela. Ramiro vê a cena de canto de olho e aprecia a vista limitada que tinha de Kelvin.

Diferente de antes, agora era um silêncio completamente confortável. Como se fosse um abraço quentinho em Ramiro, que queria que esse momento jamais acabasse.

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Eu sei, eu sei. Capítulo minúsculo pro tempo que fiquei sem postar, mas o bloqueio criativo tá fogo;(
Vou tentar postar um por mês, pelo menos

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2023 ⏰

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