No meio do caminho Ramiro e Kelvin se separam. Kelvin tinha que se arrumar e ajudar Luana com algumas coisas para a noite de karaokê e Ramiro tinha que se arrumar, coisa que raramente acontecia.
Depois de um bom tempo de caminhada, Ramiro chega na sua casa. Ele já tinha tomado banho mais cedo, mas toma outro, dessa vez mais caprichado. Se veste inteiro de preto – traje que Kelvin adorava –, coloca seu forte perfume, que chegava a queimar a garganta do peão e sai de casa novamente, mas antes que possa continuar seu caminho até sua caminhonete ele vê alguém se aproximando.
— Rapaz, onde ocê vai tão arrumado? — Antônio se aproxima mais.
— Ê patrão, eu vô lá no bar que vai ter noite de karaokê — Antônio olha Ramiro dos pés à cabeça.
— Eu vim aqui te dizer que suas folgas vão ser segunda e terça — Ramiro assente com a cabeça, como uma forma de agradecimento — Bom, vai lá co'aquele seu peguete.
— Ê, Kevin né meu peguete não, patrão. Eu sô macho — Ramiro puxa as calças nervoso enquanto Antônio vira de costas e sai andando e rindo na direção de seu carro.
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A noite iria ser lucrativa para o bar, todas as mesas estavam ocupadas. Nelas se viam algumas figuras conhecidas por Ramiro.
Entrando no bar ele dá de cara com a Luana.— Ramiro! Bem que o Kelvin disse que te convenceu a vir... — Luana diz um pouco pensativa — Bom, ele já vai descer. Pode se sentar naquele banquinho ali — Luana aponta para um dos únicos lugares vazios no bar. Ramiro agradece e vai até o banco e senta-se no lugar.
O homem vê muitos casais dançando ao som da música que Nando tocava. Começa a se perguntar quando isso poderia acontecer com ele e com... com alguma moça, claro.
Berenice se aproxima, ela já sabia que nunca teria chance com Ramiro e estava tranquila com isso, mas adorava provocar para ver o jeito todo desajeitado do homem tentando rejeita-la.
— Oi Ramirinho — ela se encosta no balcão na frente do peão — Sozinho hoje, é?
— Não, tô esperano o Kevin, mas ô bichim demorado — Ramiro olha em volta vendo se Kelvin já tinha saído de seu quarto.
— Enquanto ele não aparece, a gente podia... — Zezinho aparece batendo na menina com um pano de prato — Ai!
— Chispa menina, vai trabalhar! — Berenice sai andando, tentando se defender do homem— Essa mulher tá impossível! — Zeza volta para a cozinha resmungando sobre como a mulher ficava de moleza enquanto ele ficava fritando salgado.
Ramiro fica sentado sem entender nada, ainda à espera de seu... amigo.
O peão já sabia em como Kelvin podia se atrasar quando o assunto é se arrumar. O garçom testava dez combinações de roupas e sapatos e no fim não gostava de nenhuma. No fim, sempre valia a pena, Kelvin ficava impecável com a roupa que escolhia.Mais um tempo se passa e várias pessoas passam cumprimentando o homem, até que Caio e Aline entram no bar.
— Opa Ramiro! — nos últimos tempos Caio e Ramiro não andavam muito bem, mas o peão até que achava o filho de seu patrão alguém... agradável— Tá sozinho? Sem o seu... — Aline cutuca o braço de Caio, que se interrompe.
— Caio, Aline — Ramiro diz em forma de cumprimento — Tô esperando o Kevin.
— Imaginei — Caio leva mais uma cutucada de sua esposa — Falando nele, né ele ali? — Ramiro vira-se rapidamente na direção que o homem apontava, se levanta pedindo licença e vai de encontro ao loiro.
O homem passa com um pouco de dificuldade entre as pessoas, mas consegue chegar até o garçom que também caminhava ao encontro de Ramiro.
— Ô Kevin, que demora! — o peão reclama — Tive até que falar com o Caio — Ramiro coça a nuca nervoso.
— Ué, tava me arrumando — Ramiro olha Kelvin dos pés à cabeça, ele realmente estava muito bonito, como sempre — Gostou?
— Ê, tá pomposo, hein seu Kelvin — Ramiro abre um sorriso, pode não parecer, mas esse foi um grande elogio e Kelvin sabe disso.
— Tô, né? — Kelvin dá uma pirueta — Pra você, Rams — o garçom provoca, ele ama ver como Ramiro reage sempre que diz coisas desse estilo.
— Ê... Cê para se não eu te racho no meio! — Ramiro diz, mas diferente do comum ele diz num tom de humor.
— Racha, é? — Kelvin tem o dom em transformar qualquer coisa que Ramiro diz em malícia, o peão finge não gostar, mas ele adora.
— Ocê para de ser safada. Cê tá muito safada, viu Kevin?
— Deixo — Kelvin olha em volta — Cê já escreveu nossos nomes na lista?
— Não, não sabia que música ocê queria.
— Espera aí que eu vou lá, algum pedido?
— Sinônimos — Kelvin não diz nada, mas sai sorridente ao encontro de Berenice, que tinha a lista.
Ramiro fica ali, observando o garçom, que realmente estava maravilhoso com a roupa que vestia.
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Falei que ia sair rapidinho 😸
(Eu prometo que o romance vai começar logo😭😭)
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Me Aperta - Kelmiro
RomanceO capanga dos La Selva é um homem muito corajoso, ou é o que ele aparenta ser. Ramiro precisa enfrentar seus medos, ou melhor, seu medo. Me aperta é uma fanfic pra mim aprimorar minha escrita, espero que gostem<3