Criando Expectativas

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Abrindo os olhos, a mudança de cenário foi rápida, como se fosse em um instante.

Subaru: "AHH!"

Gritando como uma espécie de reflexo, Subaru começou a tossir violentamente, percebendo só depois que esqueceu de respirar. Sua garganta estava seca e seu braço direito estava no lugar... ele estava bem.

Demorou um pouco para Subaru voltar ao normal. Enquanto seu corpo tremia levemente, seus dentes ainda se batiam um no outro, como se o medo da cena passada ainda estivesse gravada em sua mente.

Mesmo tendo passado por diversas atrocidades no passado, morrer é uma coisa que Subaru nunca conseguiria se acostumar, ainda mais desse jeito.

Enquanto ele se afogava no próprio sangue, sentindo sua vida e seus órgãos sendo jogados para fora, o rosto da sua assassina ainda estava o encarando, sem emoção.

Por que ela estava aqui? Ela não deveria aparecer agora...

Enquanto questionava a si mesmo sobre o que tinha acontecido, Subaru olhou ao redor, percebendo que estava no seu quarto.

Subaru: "O ponto de retorno... mudou?"

Sentindo a dor na garganta passar, ele se levantou com dificuldade na cama. Enquanto ainda estava imerso em seus pensamentos, lembrando do rosto sádico que a mulher tinha enquanto estava literalmente estripado ele vivo, Subaru percebeu que estava de dia.

Aparentemente, ele havia retornado no máximo um dia antes, logo no seu segundo dia na mansão.

Essa informação abalou muito Subaru, que acabou mordendo os molares de raiva.

Mesmo que ele voltasse para refazer algumas das suas atitudes antes de morrer para a caçadora de entranhas, ele ainda tinha alguns problemas para enfrentar. Suas primeiras interações com as pessoas na mansão seriam essa, e nada poderia alterar esse fato.

De alguma forma, Subaru sentiu que não iria aguentar muito nesse primeiro looping na mansão. Era um pensamento asqueroso e que deveria ser considerado até um pecado para o próprio Subaru. Porém, experiências de muitos anos como invocado de outro mundo, anularam qualquer sentimento otimista que ele tinha sobre seus "primeiros dias" em qualquer lugar ou ocasião que fosse.

Mesmo não querendo ser uma pessoa pessimista, já que seria impossível viver dessa forma em um mundo tão difícil como esse, Subaru se via muitas vezes cabisbaixo sozinho. Ele acabou ficando muito dependendo de certas pessoas, e isso poderia ser visto com mais clareza nos seus últimos anos antes de voltar desde o começo.

Suas emoções, pensamentos, vontades e objetivos sempre envolviam uma pessoa que ele amava ou gostava. Subaru Natsuki acabou se tornando praticamente uma chave de ferramenta, uma categoria que ele mesmo colocou para se sentir melhor, se sentir que era necessário.

Com o passar do tempo, esses sentimentos logicamente ficaram menos transparecidos em suas ações. Ele era uma pessoa feliz em certos momentos, e achava incrível o fato de viver em outro mundo.

Porém, os pensamentos negativos ainda continuavam, e agir dessa maneira, era uma das formas de contornar esse sentimento de culpa e arrependimento que sentia por não conseguir realizar tudo antes de ser invocado, ou de conseguir salvar todas as pessoas que ele perdeu no caminho até aqui.

Mesmo recuperando vidas após a sua própria morte, o sentimento de fraqueza ao ter a vida de uma pessoa retirada na sua frente, crescia em seu peito sempre como uma culpa, que marcava como um buraco em seu peito.

Agora, esse mesmo sentimento estava transparecendo em seu rosto.

O sentimento de fraqueza e de culpa.

Re:Zero Yarinaoshi (Descontinuada)Onde histórias criam vida. Descubra agora