DISCUSSION

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Todos os olhos focaram no mesmo ponto quando o loiro de 1,93cm passou pelas grandes portas do colégio, com toda sua glória como se fosse o dono do lugar, o que de certo modo, era verdade, as pernas compridas com as coxas grossas pela quantidade de exercícios que fazia se moviam rápido, a blusa preta colada nos ombros largos com apenas uma das alças da mochila apoiada, foi em direção ao seu grupo, já escutando a voz de Kloe estridente, estava brava.


- Eai?! - A voz de Jason saiu grossa e rouca, com um sorriso ladino enquanto passava o braço pelo pescoço de seu amigo, o puxando.

- Que bom que você chegou, Jay Jay! Preciso de vocês para colocar uma garota no lugar dela, nada muito sério. - Kloe disse enquanto piscava os longos cílios artificiais.

O sorriso de Jason aumentou, ele podia ser considerado um sádico, então óbvio que concordaria.

- De quem estamos falando? - Jason disse se apoiando nos armários, fazendo seu bíceps ficar maior ainda, sendo amassado pela blusa preta.

- A garota nova..- Kloe disse virando os olhos.

Jason havia ouvido sobre a garota nova, mas não a visto, e isso o deixava curioso, ao mesmo tempo que esperava uma loirassa com peitões gigantes para deixar Kloe tão puta, também poderia ser uma nerd feinha, não sabia.

Mas enquanto ele usava um taco de béisbol para quebrar totalmente a roda da bicicleta, aquilo não importava, enquanto Ethan e Nathan pichavam o que sobrou da bicicleta enquanto riam, nada realmente importavam. Haviam matado aula, e alguns minutos antes do final da aula entraram no carro de Jason acelerando.
A adrenalina fez com que Jason acelerasse até o talo enquanto ria e socava o teto do carro, os três riam e conversavam, até que a vibração do celular de Jason chamou atenção.

P. Bennett:
Venha para casa agora...


Mau presságio, foi o que ele sentiu quando um arrepio correu do início de sua coluna até o fim, freiando bruscamente o carro no meio da rua vazia, mais longe do centro.

- Sai - Jason disse fechando o rosto.

- Que? - A voz dos dois saiu em uníssono, se tivessem combinado, não teria sido tão perfeito.

- Saiam da porra do carro! - A voz de Jason saiu como um rugido, estava apertando com tanta força o volante que poderia arrancá-lo com um puxão só.
Os dois entenderam que se não saíssem seriam arracandos e espancados, então no momento em que saíram do carro, Jason arrancou o carro, batendo no painel com força, ele sabia que havia dado merda, as vezes em que foi levado a diretoria por seu comportamento naquela semana foram muitas, e isso afetava a imagem dos Bennett's, o que o pai de Jason não tolerava. Apesar de todas as "doações" para a escola, não se podia comprar o silêncio de todos, principalmente adolescentes que não simpatizavam com Jason.

Ao estacionar em frente ao casarão, que parecia gótico, feito de tijolos e madeiras escuras, aquela casa era antiga, mas muito grande, a certeza de que haviam mais de 16 comodos ela era indiscutível, ele desceu de sua Mercedes-Benz Classe G, com c...

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Ao estacionar em frente ao casarão, que parecia gótico, feito de tijolos e madeiras escuras, aquela casa era antiga, mas muito grande, a certeza de que haviam mais de 16 comodos ela era indiscutível, ele desceu de sua Mercedes-Benz Classe G, com cautela, não tinha ideia do que sairia da boca de seu pai, nem de suas ações.

O caminho até a porta foi torturante, tentava se acalmar passando os dedos entre os fios lisos do cabelo, ao abrir a porta e ir até o escritório o encontrou sentado na cadeira de couro vermelha.

- Você demorou...não tenho tempo para perder com você. - A voz de seu pai saiu fria, cortante, ele nem sequer o olhava, tinha repulsa de mais para tal ato.

Jason encolheu os ombros, o mais velho já estava nos seu 50 e poucos anos, mas mantinha um ar rude e bruto, era um pouco maior que Jason, mas sem tantos músculos.

- Sabe o que eu tive que ouvir pelo telefone, hoje de manhã? - Era uma pergunta que não esperava resposta, e Jason sabia disso. - Parece que alguém não tem tomado os remédios e está fazendo o inferno na escola. - O senhor Bennett disse se levantando, indo até o filho, que estava em frente a mesa.

Ele segurou seu filho pela nuca, empurrando sua cabeça com força até que o barulho da madeira em contato bruto com o nariz fizesse um creck com o baque repentino, Jason sentia uma dor aguda e uma vontade imensa de espirrar, seu nariz parecia um chafariz de sangue, pingando em gotas grossas na madeira marrom claro da mesa, e consequentemente, caindo sobre o tapete bege casu, o sujando.

- Eu estou pouco me fudendo se você toma ou não seus remédios, desde que não faça nenhuma merda. - Ele falou soltando o filho, com desinteresse em sua voz. - Não sei de quem herdou essa cabeça quebrada, mas não me dê tanto trabalho....pode ir agora. - Senhor Bennett disse voltando a se sentar na cadeira vermelha dando um sinal com a mão para que saísse.

- Ok pai. - Jason queria chorar, não tinha certeza se era pela vergonha ou pela dor, saiu do escritório com uma das mãos segurando o nariz, que estava doendo, e a outra fechou a porta, provavelmente a sujando com seu sangue.

Jason sentia o gosto metálico na boca, e precisava conferir se não havia quebrado o nariz, foi até seu quarto, a última porta do corredor, indo direto para o banheiro.

No momento em que seus olhos azuis foram para o espelho, os olhos amendoados e pequenos estavam vermelhos, o nariz reto e fino, agora havia uma pequena elevação e um corte, e a boca fina parecia que havia bebido vinho, seu rosto estava inchado, e ele constatou que sim...

Havia quebrado.

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