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"Ei, cara, você desapareceu ontem à noite." Rocco diz para Adrian, enquanto tenta acender um cigarro.

"Eu estava com uma garota que trabalha no bar. Fomos até a casa dela e-" Ele parou de falar assim que pegou uma garrafa de vodka. "O resto você não precisa saber."

"E você nem precisa me contar." Ele diz assim que dá uma tragada no cigarro. "E vocês estão juntos?"

Adrian riu. "Claro que não. Ela é muito boa, claro... mas ela é louca, cara."

"O que ela fez?" Rocco pergunta assim que Adrian se sentou ao lado dele.

"Ela roubou meus tênis, carteira e meu maço de cigarros." Ele diz, fazendo Rocco rir na cara dele. "Tive que andar até aqui só com a roupa do corpo."

"Você deveria tentar parar de beber e parar de entrar nas calças das garotas."

"Eu posso tentar, Rocco." Ele encolheu os ombros e um barulho de porta foi ouvido. Adrian se levantou e cambaleou até a porta, logo abrindo-a e dando de cara com a primeira pessoa que estava ansioso para ver.

"Ei, cara! Como vai a moto?" O menino pergunta a Adrian, há senso de humor aí.

Um rubor tomou conta de Adrian e ele deixou cair a garrafa na mesa ao lado da porta, enquanto cerrava os punhos. "Eu vou te matar, porra!" e com isso Adrian bateu no rosto do garoto com toda sua força.

Rocco se levantou do sofá assim que ouviu o tapa da mão de Adrian no rosto do menino.

"A moto era roubada, droga!" Adrian grita com ele, enquanto o garoto estava deitado no chão, segurando o queixo.

"Porra, cara! Achei que você nunca iria descobrir." O menino no chão diz.

"Seu idiota!!" Adrian ia chutá-lo, mas Rocco o segurou.

"Cara, acalme-se. Ei, Kenny, por que você não sai daqui antes que eu mesmo faça isso?"

"Eu posso fazer isso!!" Adrian diz, ainda detido por Rocco.

Kenny levantou-se. "É melhor vocês ficarem longe se não quiserem morrer." ele diz e sai.

Rocco solta Adrian e Adrian se mantém firme para não ir atrás dele. Ele respirou fundo e bateu a porta com toda força, furioso.

"Por que você mexe com caras assim? Ele é igual ao Kendrick, cara. Ele é um bastardo. Você entendeu?" Rocco questiona enquanto coloca a mão no ombro de Adrian.

Adrian passou as mãos pelos cabelos, suspirando. "Acontece que eu também não sou diferente dele, Rocco. Sou um vagabundo viciado em vodka, que só sabe coçar o saco o dia todo porque não trabalho."

"Não, você não é como ele. Escuta, você ainda testa cigarros?"

"Não, não." Adrian encolheu os ombros. "Eu não faço isso desde o incidente na prisão."

"Então, o que você queria ser quando era criança?"

Adrian pensou por um momento antes de responder. "Ser o cara rico que meu pai não foi e me casar com uma mulher que não seja louca como minha mãe."

"Certo..." Rocco franziu a testa. "E como você pensa em ser rico?"

"Ah, não sei..." Adrian olhou para ele e colocou as mãos na cintura, confuso. "Como isso vai me ajudar, cara? Só tenho dois dólares no bolso."

"Você precisa de um emprego." Rocco diz finalmente, sentando-se no sofá.

"Ei!" Adrian exclamou, sentando-se animadamente ao lado de seu amigo. "Quando eu era um garotinho, adorava carros de corrida."

Rocco sorriu. "Uau cara, acho que todos os meninos gostavam."

"Não! Quero dizer, eu quero dirigir um carro foda!!" Adrian sorriu mordendo o lábio, imaginando-se dirigindo um carro de corrida. "Preciso ligar para Payton e contar a novidade!!"

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S/n sentiu um cheiro delicioso de comida sendo feita e abriu os olhos, quase sendo cegada pela luz do sol que entrava pela janela, mesmo tendo uma cortina. Ela puxou a coberta sobre seu corpo, colocou as pernas para fora da cama, calçou suas pantufas, colocou seu roupão e abriu a porta para sair do quarto. Payton não a viu, então a mesma fingiu uma tosse e ele virou a cabeça, e seus olhares se encontraram. Ela sorriu, se perdendo nos olhos de Payton, ela realmente os amava.

"Para uma linda modelo, você acordou tarde." Ele brincou, voltando-se para a panela sob o fogão.

"E o que isso tem a ver sobre eu acordar tarde?" Ela riu, balançando a cabeça e se aproximando dele, observando o que ele estava cozinhando. "Eu não sabia que você cozinhava. Tem alguma coisa que você não sabe fazer?"

Ele deu um sorriso travesso. "Não que eu saiba, raio de sol."

Ela deu um tapa no braço dele, sorrindo timidamente. "Cale a boca. Ei, que horas são?"

"Quase meio-dia. Você é uma bela adormecida, sabia? Achei que você nunca mais acordaria."

Ela cruzou os braços. "Ah, vamos lá, Payton. Não exagere, ok?"

Ele sorriu e seu celular começou a tocar. Ele pediu gentilmente à S/n para atender e ela obedeceu. Ela foi até a sala e pegou-o da mesinha de centro.

"Oi? Oh, Adrian. Sim, é S/n, quem mais seria? Ok, espere um minuto." Ela tirou o telefone do ouvido e foi até o namorado. "É seu amigo, Adrian. É melhor você falar com ele. Ele parecia desesperado."

"Você pode mexer a comida enquanto eu cuido dele?" Ele olhou para ela.

"Ah, sem problema." Ela lhe deu um pequeno sorriso e ele retribuiu, beijando sua bochecha antes de pegar o celular.

Youth Issues > Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora