Capítulo 1

81 7 0
                                    

Jade Picon

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Jade Picon

Acordo mais uma vez ouvindo os gritos dos meus pais, se é que posso chamar eles de pais. Escuto algumas coisas se quebrando e já corro pra trancar a porta do quarto e me esconder dentro do guarda roupa, já virou um costume fazer isso, meu "pai" quando bebe fica muito mais violento, bate em mim e na minha mãe, porém ela não faz nada, parece até que gosto de viver assim.
Coloco a mão na boca pra abafar o grito quando me assusto ouvindo meu pai socar a porta para abrir. Sinto as lágrimas embaçando a minha vista. Escuto passos dentro do meu quarto, merda ele conseguiu abrir, me agacho entre as roupas pra caso ele abra o guarda roupa não me veja.

— Jade, cadê você sua pirralha - escuto ele falar com a voz enrolando denunciando que está bêbado.
Continuo com a mão na boca, sentindo o choro vindo mais uma vez, sinto um nó se formar em minha garganta. Eu realmente não entendo o pq eles me odeiam tanto.
Sinto meu corpo ser arremessado ao chão, olho pra cima e vejo Rafael, meu "pai" me olhando com nojo mas ao mesmo tempo com malícia.

— Tá se escondendo de mim pq sua aberração? Hum ? — Fala puxando meus cabelo. Permaneço em silêncio até que sinto uma ardência no lado direito do meu rosto.
— RESPONDE SUA CADELA— grita
Levo a minha mão até onde ele havia batido, lágrimas descem descontroladamente pelo meu rosto.
Quando ia responde alguma coisa ele começa a me bater, intercalando entre chutes na minha barriga e tapas.

— Por favor, para — falo em meio a lágrimas na esperança dele parar.
Mas foi em vão, ele continua me batendo cada vez mais forte. Grito quando ele puxa meu cabelo e começa a me arrastar até a cama.

— ME SOLTA, SOCORRO — grito na esperança dos vizinhos ouvirem.

— Cala a porra da boca sua desgraçada, ninguém vai te ajudar, ninguém gosta de você pq você é uma aberração - fala com o mais puro ódio e desgosto.
Sinto minha vista ficando escura, antes de apagar escuto minha mãe falar pra ele parar pq apareceu um vizinho preocupado com os gritos.
Sem mais forças, me entrego deixando o meu corpo apagar no chão gelado.

Algumas horas depois acordo ainda não chão, tento me levantar mas volto ao chão quando sinto uma dor insuportável na costela, fico alguns minutos encarando o teto tentando juntar forças para levantar, e assim fiz, um gemido abafado causado pelo dor sai dos meus lábios.
Ando em passos lentos até a porta e a mesma se encontra trancada.

Ando até o banheiro, quando vejo o meu reflexo lágrimas involuntárias escorrem pelo meu rosto.
Estou cheio de roxos pelo corpo, tem sangue pra todo lado, inclusive no chão.
Caminho até o box, retiro minhas roupas e entro debaixo do chuveiro, recuo um pouco quando sinto a água gelado tocar meu corpo, sem forças, me sento no chão e começo a chorar, pq a minha tem que ser assim, eu não mereço isso, eu não fiz nada pra ninguém, muito menos pra eles.

Depois de umas duas horas, saio do banheiro e visto uma roupa confortável, mas que cubra as marcas, sabia que eles não iam abrir a porta e muito menos me trazer comida e eu estava com fome.

Já estava acostumada a pular a janela, mas agora estava duvidando se conseguiria, ainda mais com a costela machucada, mas a fome era maior então peguei uma mochila pequena, coloquei uma garrafa de água, meus documentos, dinheiro e meu livro. Coloquei nas costas e fui em direção a janela, abri e olhei pra baixo criando coragem pra pular.

Escuto passos no corredor e me apresso a pular, sinto meu corpo chocar com a grama, solto um gemido de dor, me levanto e começo a andar, pra onde? Não tenho ideia, só queria sair dali e comer alguma coisa.

Depois de andar uns 15 minutos, avisto uma lanchonete, entro e logo me sento em uma mesa próxima a janela, uma garçonete  vem até mim e me entrega o cardápio, agradeço e começo a olhar, peço um hambúrguer com batata frita e refrigerante.
Enquanto espero resolvo ligar para a minha amiga Jenna, não queria voltar pra casa hoje, sempre que preciso a Jenna me ajuda, ela é a minha melhor amiga e como se fosse uma irmã.

Depois de três toques ela atende, explico oq aconteceu e ela me convida pra dormi na casa dela.

Ligação on

— Poxa amiga, você precisa sair daquela casa, você sabe que pode vir morar comigo né? — fala Jenna

— Sei — falo cabisbaixo

— Você precisa se destrair, oq acha de irmos ver uma corrida? Eu sei que você adora corridas — Fala animada

— Não sei amiga, não tô clima — Falo e escuro ela bufar.

— Nós vamos sim, você precisa disso, me manda sua localizaçao, agora! — ordena

— Ok senhora mandona, eu vou — Falo rindo.

— Tá bem, já já eu chego aí, bj — Fala Jenna e desliga

Ligação off

Minha comida chega, como tudo rápido, tava morrendo de fome. Depois de alguns minutos avisto Jenna entrando na lanchonete.

— Eai, vamos? — Fala vindo me abraçar

— Sim — falo retribuindo o abraço.
Deixo o dinheiro em cima da mesa e vou em direção ao carro da Jenna.
Entro e vejo Jenna fazer o mesmo, observo ela colocar Taylor Swift pra tocar, reviro os olhos, toda vez ela coloca a mesma música.

Vamos conversando o caminho todo, ela me contou sobre o novo ficante dela.
Depois de alguns minutos chegamos em uma espécie de área aberta, estava cheio de pessoas e de carros. Tinha um carro de som onde tinha um DJ.
Desço do carro a observo ao meu redor deslumbrada, sem quis conhecer os lugares onde fazem racha, depois dos animais, pilotar a minha paixão, única coisa boa que meu pai me ensinou foi isso, ele era piloto de rali, e me ensinou, desde que eu perdi a última corrida quando tinha 9 anos, ele mudou completamente, mas mesmo antes disso ele era violento, mas só com a minha mãe.
Saio dos meus devaneios quando sinto Jenna me puxando para o meio da multidão.
Paro quando vejo uma Porsche vermelha, ela era simplesmente linda, eu sempre quis dirijir um carro desses.
Passo o olho no carro até chegar naquele Deus grego.
Um moreno cheio de tatuagens e um cigarro na boca estava encostado no carro.
Seu olhar se encontra com o meu, tento desviar mas é como se ele estivesse me prendendo com apenas o olhar.

Meu pequeno DiamanteOnde histórias criam vida. Descubra agora