Jade Picon
Acordo mais uma vez ouvindo os gritos dos meus pais, se é que posso chamar eles de pais. Escuto algumas coisas se quebrando e já corro pra trancar a porta do quarto e me esconder dentro do guarda roupa, já virou um costume fazer isso, meu "pai" quando bebe fica muito mais violento, bate em mim e na minha mãe, porém ela não faz nada, parece até que gosto de viver assim.
Coloco a mão na boca pra abafar o grito quando me assusto ouvindo meu pai socar a porta para abrir. Sinto as lágrimas embaçando a minha vista. Escuto passos dentro do meu quarto, merda ele conseguiu abrir, me agacho entre as roupas pra caso ele abra o guarda roupa não me veja.— Jade, cadê você sua pirralha - escuto ele falar com a voz enrolando denunciando que está bêbado.
Continuo com a mão na boca, sentindo o choro vindo mais uma vez, sinto um nó se formar em minha garganta. Eu realmente não entendo o pq eles me odeiam tanto.
Sinto meu corpo ser arremessado ao chão, olho pra cima e vejo Rafael, meu "pai" me olhando com nojo mas ao mesmo tempo com malícia.— Tá se escondendo de mim pq sua aberração? Hum ? — Fala puxando meus cabelo. Permaneço em silêncio até que sinto uma ardência no lado direito do meu rosto.
— RESPONDE SUA CADELA— grita
Levo a minha mão até onde ele havia batido, lágrimas descem descontroladamente pelo meu rosto.
Quando ia responde alguma coisa ele começa a me bater, intercalando entre chutes na minha barriga e tapas.— Por favor, para — falo em meio a lágrimas na esperança dele parar.
Mas foi em vão, ele continua me batendo cada vez mais forte. Grito quando ele puxa meu cabelo e começa a me arrastar até a cama.— ME SOLTA, SOCORRO — grito na esperança dos vizinhos ouvirem.
— Cala a porra da boca sua desgraçada, ninguém vai te ajudar, ninguém gosta de você pq você é uma aberração - fala com o mais puro ódio e desgosto.
Sinto minha vista ficando escura, antes de apagar escuto minha mãe falar pra ele parar pq apareceu um vizinho preocupado com os gritos.
Sem mais forças, me entrego deixando o meu corpo apagar no chão gelado.Algumas horas depois acordo ainda não chão, tento me levantar mas volto ao chão quando sinto uma dor insuportável na costela, fico alguns minutos encarando o teto tentando juntar forças para levantar, e assim fiz, um gemido abafado causado pelo dor sai dos meus lábios.
Ando em passos lentos até a porta e a mesma se encontra trancada.Ando até o banheiro, quando vejo o meu reflexo lágrimas involuntárias escorrem pelo meu rosto.
Estou cheio de roxos pelo corpo, tem sangue pra todo lado, inclusive no chão.
Caminho até o box, retiro minhas roupas e entro debaixo do chuveiro, recuo um pouco quando sinto a água gelado tocar meu corpo, sem forças, me sento no chão e começo a chorar, pq a minha tem que ser assim, eu não mereço isso, eu não fiz nada pra ninguém, muito menos pra eles.Depois de umas duas horas, saio do banheiro e visto uma roupa confortável, mas que cubra as marcas, sabia que eles não iam abrir a porta e muito menos me trazer comida e eu estava com fome.
Já estava acostumada a pular a janela, mas agora estava duvidando se conseguiria, ainda mais com a costela machucada, mas a fome era maior então peguei uma mochila pequena, coloquei uma garrafa de água, meus documentos, dinheiro e meu livro. Coloquei nas costas e fui em direção a janela, abri e olhei pra baixo criando coragem pra pular.
Escuto passos no corredor e me apresso a pular, sinto meu corpo chocar com a grama, solto um gemido de dor, me levanto e começo a andar, pra onde? Não tenho ideia, só queria sair dali e comer alguma coisa.
Depois de andar uns 15 minutos, avisto uma lanchonete, entro e logo me sento em uma mesa próxima a janela, uma garçonete vem até mim e me entrega o cardápio, agradeço e começo a olhar, peço um hambúrguer com batata frita e refrigerante.
Enquanto espero resolvo ligar para a minha amiga Jenna, não queria voltar pra casa hoje, sempre que preciso a Jenna me ajuda, ela é a minha melhor amiga e como se fosse uma irmã.Depois de três toques ela atende, explico oq aconteceu e ela me convida pra dormi na casa dela.
Ligação on
— Poxa amiga, você precisa sair daquela casa, você sabe que pode vir morar comigo né? — fala Jenna
— Sei — falo cabisbaixo
— Você precisa se destrair, oq acha de irmos ver uma corrida? Eu sei que você adora corridas — Fala animada
— Não sei amiga, não tô clima — Falo e escuro ela bufar.
— Nós vamos sim, você precisa disso, me manda sua localizaçao, agora! — ordena
— Ok senhora mandona, eu vou — Falo rindo.
— Tá bem, já já eu chego aí, bj — Fala Jenna e desliga
Ligação off
Minha comida chega, como tudo rápido, tava morrendo de fome. Depois de alguns minutos avisto Jenna entrando na lanchonete.
— Eai, vamos? — Fala vindo me abraçar
— Sim — falo retribuindo o abraço.
Deixo o dinheiro em cima da mesa e vou em direção ao carro da Jenna.
Entro e vejo Jenna fazer o mesmo, observo ela colocar Taylor Swift pra tocar, reviro os olhos, toda vez ela coloca a mesma música.Vamos conversando o caminho todo, ela me contou sobre o novo ficante dela.
Depois de alguns minutos chegamos em uma espécie de área aberta, estava cheio de pessoas e de carros. Tinha um carro de som onde tinha um DJ.
Desço do carro a observo ao meu redor deslumbrada, sem quis conhecer os lugares onde fazem racha, depois dos animais, pilotar a minha paixão, única coisa boa que meu pai me ensinou foi isso, ele era piloto de rali, e me ensinou, desde que eu perdi a última corrida quando tinha 9 anos, ele mudou completamente, mas mesmo antes disso ele era violento, mas só com a minha mãe.
Saio dos meus devaneios quando sinto Jenna me puxando para o meio da multidão.
Paro quando vejo uma Porsche vermelha, ela era simplesmente linda, eu sempre quis dirijir um carro desses.
Passo o olho no carro até chegar naquele Deus grego.
Um moreno cheio de tatuagens e um cigarro na boca estava encostado no carro.
Seu olhar se encontra com o meu, tento desviar mas é como se ele estivesse me prendendo com apenas o olhar.
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Meu pequeno Diamante
FanfictionJade é uma menina de 17 anos, que tem uma relação conturbada com os pais, encontra conforto em um racha de carros clandestina. O que Jade não imaginava era que iria conhecer dois rapazes que mudariam completamente a sua vida. A história e a aventur...