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HOJE EM DIA

As aulas inaugurais e palestras estavam sendo insuportáveis, Miya não estava mais aguentando, ele só queria sumir dali. Além de, sem querer, ter sentado duas cadeiras atrás de Lee. Pelo menos, Koy estava ao seu lado, tendo que aguentar tudo junto com ele.

Assim que finalmente terminou aquela tortura para poderem ir almoçar, as 14h da tarde, Miya e Koy já estavam quase verdes de fome. Reki e Langa, que estavam sentados em outro lugar do auditório, esperaram os dois do lado de fora para poderem ir juntos ao refeitório.

Durante toda a conversa, Miya só conseguia olhar para Lee, algumas mesas à sua frente sentado sozinho. Ele não queria sentir empatia, queria continuar sentindo raiva, mas como faria isso se tudo que viveram juntos foi tão perfeito? Se juraram não se esquecer?

Miya queria seguir os conselhos dos amigos, mas também era muito orgulhoso. Depois de ter bloqueado Lee sem perguntar o motivo de estar sendo ignorado, se ele estava passando por algo ruim, ou se simplesmente estavam se afastando porque viu que tinha conhecido alguém melhor. Não houve conversa, não houve diálogo, apenas um bloqueio sem explicação.

Miya sabia que estava um pouco errado, mas naquele momento pareceu o certo a se fazer. E ele não conseguiu voltar atrás e viveu com as consequências, até que resolveu apagar Lee da sua vida, sem imaginar que um dia ele voltaria, e pior, para o mesmo quarto que ele na universidade.

O Chinen estava alheio à conversa dos amigos na mesa. Então Koy o estava chamando a atenção, estalando os dedos na frente do seu rosto.

— Garoto, está olhando para onde? — ela vira para onde o olhar de Miya estava focado. — Ah...

— O que foi? — Langa perguntou e ele e Reki viraram a cabeça nada delicadamente para onde Koy tinha olhado anteriormente.

— Você deveria falar com ele. — Reki disse.

Miya não respondeu, mas fez uma cara de "não quero ter que fazer isso".

— Você sabe que a amizade de vocês acabou muito mal, né? — Langa indaga — e que, com toda a história que tiveram, merecem um fim, ou não também... você que sabe, mas enfim, merece um termino de amizade decente. Joga tudo na cara dele, fala que você odeia ele, mas fala!

Langa não era muito de falar e dar conselhos, mas gostava tanto de Miya que achou que precisava falar. Além de que, já havia debatido sobre isso com Reki.

— Eu sei... mas não sei se tenho coragem — Miya coloca o rosto nas mãos, que estavam apoiadas na mesa.

— Você não é o garoto "caguei pra isso, vou falar o que eu acho?" — Reki pergunta. Isso era uma qualidade de Miya que Reki amava. A sua sinceridade.

— Com o Lee, não consigo ser assim. Tipo, não digo "ser eu mesmo" — ele faz aspas com as mão — Eu sempre fui eu mesmo com ele, e vocês sabem. Só que depois que ele se mudou, fiquei com pé atrás para falar as coisas para ele. Não sabia se ele ia entender direito as coisas por mensagem, até porque eu não podia ir até a casa dele e falar pessoalmente, então dependia de como ele ia entender tudo. Além da comunicação que era horrível. — Miya percebe que está falando demais, já está com vontade de ir pro quarto e se isolar lá.

— Mas agora ele está aqui, não está? Você pode ser sincero com ele, Miya, tenho certeza que ele vai entender, seja o que for. — Koy diz.

— Eu acho que sim, mas também tenho medo da resposta, caso eu decida falar tudo sem filtro.

— Eu entendo, Miau. Vamos fazer assim? Você fala quando se sentir confortável. Se for hoje, legal. Se for só depois que o semestre acabar, bom também. — Reki diz, com carinho.

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