JAMAIS INGLORIOS

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Porto Real
97 d.c

Era uma noite fria na capital, o fim do verão marcava a presença eminente do outono, as terras do sul nunca eram prejudicadas com as mudanças no tempo, então a grande ventania que se formava era uma surpresa.

O Príncipe Daemon chegava mais uma vez bebado, cambaleando em meio aos corredores da Fortaleza Vermelha. Mas não era como das outras vezes, ele tinha bebido para lidar com seus problemas, não por diversão.

— Príncipe Daemon. — Sor Harrold Westerling o para em meio ao corredor. — O Rei lhe espera na sala do Pequeno Conselho.

— Diga ao seu Rei que tenho outros interesses essa noite. — O valiriano diz passando pelo cavaleiro.

— Não é uma escolha, senhor. — Sor Ryam Redwyne, o Senhor Comandante diz caminhando até os dois.

— O que meu avô quer? — Daemon pergunta impaciente.

— Não sabemos, senhor. — Sor Ryam afirma.

Contrariado o valiriano segue seu rumo. Ele tinha acabado de voltar de uma longa viagem, passou mais de um quarto de mês em Dorne, ele já tinha passado por muito nos últimos dias.

— Já bêbado, meu neto? — Jaehaerys questiona ao ver o neto entrando na sala.

— Tenho motivos. — Ele se senta na cadeira ao lado da do avô.

— A carta que me enviou...

— Não irei me casar com a Royce, faça o que quiser comigo, mas um filho meu não será bastardo. — Daemon interrompe o Velho Rei, falando tão apressadamente quanto seus pensamentos eram organizados em sua cabeça.

— Não posso fazer isso, temos que estreitar os laços com o Vale.

— Você já casou uma de suas filhas com um Arryn, tem Aemma como neta, o que mais precisa? Você já tem o Vale em mãos.

— Eu dei minha palavra.

— E eu não dei a minha. Não irá me obrigar.

— Pense como será a vida de seu filho, o que acha que os nobres da corte irão fazer quando souberem da verdade?

— Os nobres da corte e as ações deles podem se foder, eu não me importo com eles.

— Você nunca quis um filho.

— E não mudei de ideia, mas não vou deixá-lo.

— Pela primeira vez em sua vida está se responsabilizando por suas ações, mas eu tenho que te impedir, você me deixa agoniado, Daemon.

Jaehaerys se via em meio a um empasse, tomar o rumo que o neto pedia, ou cumprir sua palavra. As notícias com a partida de Daemon correram rápido, mas ninguém sabia o motivo, todos só viram o homem voando mais rápido que Caraxes conseguia, ninguém jamais o tinha visto dessa forma.

Com os dias se passando, o jovem tinha mandado uma carta a seu avô, ele tinha explicado toda a situação que ocorrera, ele tinha engravidado uma dornesa, engravidado uma Martell.

As horas se passavam, Jaehaerys e Daemon discutiam o que fariam, nenhum dos dois queria aceitar a opinião do outro. O avô queria dar a possibilidade de escolha ao neto, mas sabia que Daemon jamais tiraria uma ideia colocada em sua cabeça.

Após muito tempo de discussão, Viserys havia sido convocado para a reunião, Jaehaerys pensava que talvez o mais velho trouxesse clareza ao caçula, não que o Velho Rei acreditasse muito nisso, era mais uma esperança vaga.

— Meu Rei. — Viserys diz se curvando na frente do avô. — Daemon não quis ameaçar nenhuma prostituta...

— Viserys... — Jaehaerys impede o neto de continuar, claro que o príncipe imaginava que o irmão tinha se colocado em um dos seus problemas comuns.

— Nem mesmo ele crê em mim. — Daemon ironiza cansado, se levantando de sua cadeira para ir até a janela.

— O que acontece? — Viserys pergunta.

— Daemon nos proporciona uma eminente guerra. — Jaehaerys responde.

— Guerra? Mas que guerra? Os Martell não tem essa pretenção. Você que não percebe isso por baixo desse altar que construir em seus pés! — Daemon exclama irritado.

— Eu não entendo, senhor meu avô. — O mais velho diz.

— Daemon engravidou a herdeira Martell. Boa parte de Dorne já sabe, e logo, o resto de Westeros juntará todas as informações.

— Mas você não pensa? Está noivo. — Viserys se vira para o irmão com um olhar repreensivo.

— É fácil dizer isso quando se casa com quem ama. — Daemon reclama sem nem mesmo olhar para o irmão.

— Os Royce ficarão irados.

— Não só isso, todo o Vale. — Jaehaerys indica.

— Pensa para Aemma enviar uma carta aos irmãos, problema resolvido. — Daemon contrapõe.

— O que faria? — Jaehaerys pergunta ao mais velho.

— Daemon deve deixar a criança, será melhor para todos se não souberem da existência dela. Podemos até mesmo cogitar no chá da lua... — Viserys não pode terminar, seu irmão o derruba da cadeira em um salto. Assim que os dois chegam ao chao, uma série de socos são desferidos pelo mais novo. Todo o barulho chama atenção da guarda que estava a postos do lado de fora, e eles entram no mesmo momento.

— Um filho meu não será bastardo, ouviu? Eu não deixarei. — Daemon grita enquanto Sor Redwyne o tira de cima do irmão.

— Daemon... — Viserys tenta falar enquanto Sor Harrold o ajuda se levantar.

— Não, você não pode me dizer nada. Vá para seus aposentos, cuidar de seu filho e de sua mulher. Ah, não vamos esquecer da criança a caminho. Você é um hipocrita. — Daemon afirma se soltando do cavaleiro que ainda o segurava.

 — Daemon afirma se soltando do cavaleiro que ainda o segurava

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Próximo capítulo vai ser maior, eu prometo!

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