Capítulo 4 - O Travestido

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- SeHun-ah, Luhannie! – A senhora Oh chamou os garotos.

O senhor Oh tinha ido para o interior para visitar um grupo de amigos da escola e acabou levando o senhor Hong junto, iriam passar todo o fim de semana fora; sendo assim a senhora Oh ficou encarregada de cuidar dos adolescentes para ter certeza de que não acabariam dando uma festa exageradamente americanizada e destruiriam tudo. Entretanto, a senhora Oh entendia que LuHan era tímido e notava os olhares perdidos que este lançava a SeHun, sendo este último totalmente alheio a tudo e nunca retribuía nada.

A mulher estava inconformada e esperava que uma amizade forte surgisse entre aqueles dois, imaginava que assim como os pais de ambos, os garotos deveriam construir algo sólido que ultrapassasse as barreiras temporais e durasse por muitos e muitos anos e que esta mesma amizade fosse passada para os netos e todas as futuras gerações, afinal, como uma sonhadora que assumia ser, a senhora Oh não poderia deixar de pensar que LuHan e SeHun ficavam bonitos juntos e, secretamente, ela não os via de uma forma "bonita" com o relacionamento limitado de um amizade.

A mulher foi retirada de seus devaneios sobre os possíveis relacionamentos que surgiriam entre seu filho e o chinês quando os ditos cujos desceram as escadas, SeHun vinha bocejando e LuHan parecia assustado por ter sido chamado. Ambos pararam ao pé da escadaria ao verem a matriarca da família com duas malas médias e esta vestida pronta para sair.

- Aonde a senhora vai? – LuHan perguntou sem entender o motivo dela ter arrumado malas.

- Bem... – Começou com um sorriso, gravando mentalmente a imagem daqueles dois que ficavam tão lindo juntos. – Eu achei injusto que SeJong-ah fosse ficar sozinho com os amigos o fim de semana todo e acho que eles podem levar mulheres para lá, então irei atrás deles para garantir o futuro do meu casamento!

- Omma. – SeHun repreendeu.

- Quê? Seu pai não pode ficar sem mim por muito tempo, tenho medo de que ele procure outras! – Argumentou, desdenhando a repreensão vinda do filho.

- O papai não faria isso, por que está indo? Fale a verdade. – Tornou o coreano com impaciência.

- Ora, SeHun! Eu não vejo motivo maior do que este! – Pegou as malas. – Agora tenho que ir, o táxi está me esperando e não posso perder o voo! Comportem-se e não sejam imprudentes, confio em vocês! – Falou já saindo pela porta.

LuHan ainda tentava digerir aquela história toda, decerto daria um jeito de passar o fim de semana todo fora... Talvez a casa de XiuMin estivesse aberta para ele e com isso o chinês poderia aproveitar para tirar o moreno ao seu lado da cabeça.

- Essa mulher... – Resmungou SeHun e então ele virou-se para o loiro. – Bem, ao menos poderei me divertir com você, espero que não tenha esquecido que perdeu uma aposta comigo, então, você terá que ser meu durante todo o dia de hoje. – Sorriu enviesado e começou a subir as escadas. – Irei dormir, prepare o almoço. – Ordenou.

- Almoço? – LuHan choramingou enquanto seguia SeHun com os olhos. – Eu não sei cozinhar!

- Seu pai é um Chef de cozinha e você não sabe cozinhar, que irônico. – Resmungou o outro já sumindo pelas escadas.

LuHan formou um biquinho irritado com aquilo, não iria fugir da aposta, mas esperava que SeHun fosse um pouco mais compreensível e não exigisse tanto... Ah, a quem estou tentando enganar? Estamos falando desse traste no fim!, resmungou em pensamento enquanto seguia para a cozinha.

x-x-x

De longe a mesa aparentava ser bonita, a comida parecia gostosa e o aspecto desta não era ruim. De perto era possível sentir o cheiro de alguma coisa queimada, ver o arroz – que deveria ser branquinho – levemente tostado e notar que havia uma faca presa na carne que estava ao centro. LuHan sabia que estava horrível, mas ficou feliz por conseguir fazer alguma coisa.

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