ੈ♡‧₊˚ ❛ chapter fifiteen, memorys II ⌇🥀!;#

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001
-Mais um de memórias da Maeve.

002 - Não esqueçam de comentar, isso me incentiva muito.



Maeve King

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Maeve King

"Memórias II"


HAVIAM MOMENTOS QUE NUNCA IRIAM SAIR DA MINHA memória, o principal deles era o dia em que perdi o meu pai, aquilo estava gravado na minha mente com ferro quente.

Julian King havia saído há uma semana para uma missão emergencial, com o objetivo de resgatar um velho amigo que havia desaparecido. O que deveria ser uma simples missão, acabou se provando mais difícil do que era e quando percebi, estava próxima ao túnel de entrada do acampamento, ao lado de Jason, vendo alguns semideuses mais velhos carregando o corpo sem vida do meu pai.

O estado do corpo era horrível, o monstro havia sido cruel.

Eu estava congelada, afinal, como uma garota de doze anos reage ao ver o corpo sem vida do pai?

Depois disso, foi tudo ladeira abaixo. Por ser filha de Psique, era capaz de sentir as emoções das pessoas, mas naquele dia, descobri que também era capaz de manipular as emoções, fazendo com que todos os semideuses à minha volta sofressem o meu luto comigo.

Demorei para perceber o que estava realmente acontecendo, apenas quando Reyna se aproximou e colocou os braços ao meu redor, me tirando dali e me obrigando a olhar ao redor, que entendi o que havia feito. Ela me arrastou para longe, até o seu dormitório e me colocou sentada em cima da cama, se abaixando na minha frente e segurando minhas mãos enquanto eu tremia.

— Maeve — mesmo sendo apenas um sussurro, seu tom saiu firme — Eu preciso que você se controle.

— P-papai, ele...

Reyna suspirou, me olhando com pena.

— Julian King foi um dos maiores semideuses que esse acampamento já teve a honra de receber, vai ser para sempre lembrado pela sua força e lealdade, mas agora, nesse momento, você precisa se controlar antes que perca totalmente o controle dos seus poderes — disse, séria — Você fez mais de quinze semideuses sofrerem com o seu luto, isso é algo sério.

Tentei responder, mas não consegui.

A porta do dormitório abriu e Jason Grace surgiu, uma expressão abalada em seu rosto. Ele se aproximou e sentou-se ao meu lado na pequena cama de solteiro, colocando a mão em meu ombro.

— Maeve?

Não queria que justamente ele me visse naquele estado, tão abalada e indefesa, mas não consegui evitar as lágrimas e muito menos os soluços.

Percebi os dois trocarem um olhar e em seguida, Jason cutucou minha mão, me dando um pequeno choque que me fez pular no lugar. O encarei incrédula, sem entender porque ele havia feito aquilo.

— O quê?

Jason respirou fundo.

— Se você tem todo o direito de chorar e sofrer como quiser, porém não é justo você projetar seus sentimentos para todos que estão ao seu redor — falou, me encarando — Não é você que está sempre se exibindo pela sua habilidade em controlar seus poderes? Agora é a hora de mostrar isso.

Quanto mais eu tentava respirar fundo e me acalmar, mais imagens do corpo sem vida do meu pai surgiam na minha frente.

O loiro bufou de forma exagerada e me deu outro choque, me fazendo o encarar com ódio. Sem conseguir me controlar, me movi para socar seu rosto perfeitinho, mas ele já parecia estar esperando por isso e segurou meu punho, seus olhos azuis olhando diretamente nos meus.

— Está brava? A gente que deveria estar irritados por...

Me movi para socá-lo novamente e como na tentativa anterior, ele já estava esperando.

— Vou resolver as coisas enquanto deixo vocês aí — Reyna murmurou — apenas não destruam o meu dormitório, obrigada.

Reyna foi embora, me deixando sozinha com Jason. Percebi tardiamente que a ideia do loiro era me provocar para me fazer ficar com raiva e assim, sair do meu estado descontrolado.

Me levantei da cama bruscamente, me afastando dele.

— Você não entende como eu me sinto.

Ele arqueou a sobrancelha.

— Você acha que vai ficar sozinha no mundo, perdeu seu porto seguro, se sente uma merda e não consegue se controlar — falou, me encarando — Adivinha só, eu também já perdi tudo e não sei se você sabe, mas não tenho família, eu não tenho ninguém fora desse maldito acampamento, estou sozinho no mundo. Seu pai foi a primeira figura paterna que eu tive.

Me afastei dele até as minhas costas baterem na parede do quarto, então escorreguei até o chão, me encolhendo.

— Era para ser uma missão fácil! Ele deveria estar de volta em poucos dias e a gente ia poder sentar no sofá para assistir aqueles filmes horríveis que ele gostava — sussurrei, entre soluços.

Jason suspirou novamente.

— Eu li um livro que dizia a seguinte frase "quem amamos, nunca nos deixa completamente" — murmurou — Seu pai sempre vai viver em seu coração e nas boas memórias que você tem com ele.

Me encolhi ainda mais, abraçando minhas pernas.

— Não quero ter ele nas minhas boas memórias, quero ele pessoalmente.

O loiro levantou e se aproximou, sentando no chão gélido ao meu lado, eu realmente não entendia o porquê dele estar ali, afinal, não era segredo para ninguém que Jason Grace me odiava.

— Vai ficar tudo bem.

Não consegui acreditar naquelas palavras, pois naquele momento, não parecia que iria ficar tudo bem. Jason apoiou a mão no meu ombro e dessa vez, não teve nenhum choque, só a sensação da sua mão quente contra a minha pele.

— Sabe, quando eu sinto que estou prestes a explodir, tento fazer alguma coisa para distrair a minha mente.

Olhei para ele, mesmo que a minha visão estivesse embaçada pelas lágrimas.

— Eu só quero ficar quietinha.

Ele respirou fundo.

— Ok, então vamos ficar quietos.

Wolves  | Jason Grace Onde histórias criam vida. Descubra agora