Exposure

Desenvolvimento

Você acorda com o cheiro de salmoura. Seus olhos se abrem apenas para se fecharem. Está muito claro e muito escuro ao mesmo tempo. Você geme, o mundo tentando quebrar suas pálpebras fechadas.

Seu corpo parece diferente. Como a sensação que você tem depois de dormir doente. Apesar de estar na cama, você ainda se sente desconfortável. Seu estômago ronca e você tenta se virar.

E perceba que você não está em uma cama.

Seus dedos deslizam cuidadosamente pelo metal frio e você abre um olho. Você está em uma mesa de exame. Como para os cientistas. Seus olhos se adaptam lentamente à luz filtrada pela janela, mas as cores permanecem vibrantes e intensas. Da sua posição você pode ver uma confusão de papéis. Canetas-tinteiro velhas estão espalhadas pelo chão e inúmeros desenhos médicos estão presos e colados nas paredes. Isso lembra uma conspiração. Alguém com uma mente bonita e uma velha guarda espalhou-se por todo este lugar. Você pode distinguir garrafas e recipientes pequenos e grandes dentro de armários de vidro. Você quase grita quando sua visão fica embaçada e ampliada, lendo a garrafa perfeitamente. Diz “Pomada Desinfetante. Cure, limpe- ”alguma coisa. Você pisca, tentando fazer com que seus olhos foquem normalmente.

Você se move para escovar a testa, tentando pensar, mas para.

Sua mão.

O que há de errado com sua mão?

Seu primeiro pensamento é Crepúsculo e seu estômago embrulha. Você vira a mão, examinando-a antes de se deitar para olhar a outra.

Você está... brilhando?

Suas mãos parecem diferentes, como se os poros estivessem fechados e endurecidos, como as escamas de uma cobra, e emitem um brilho iridescente quando atingem a luz.

Oh Deus. Você é um vampiro brilhante!

Você abre a boca para gritar, mas de repente percebe como está sua mandíbula. É como se estivesse costurado e leva muito tempo para você soltá-lo. Ao fazer isso, você ouve um estalo do lado de fora da boca.

Sua respiração começa a falhar erraticamente.

Levantando os braços, você toca os lábios com cuidado. Nada ali. Você desce lentamente pelo rosto e para no material muito grande e áspero.

Que porra é essa?

Você o inspeciona mais detalhadamente, tocando as curvas rígidas que levam aos pontos. Eles estão alinhados em cada lado da mandíbula e, à medida que você abre a boca lentamente, percebe que eles também apontam na direção oposta.

Dentes, você pensa. São dentes.

Você se senta instantaneamente enquanto a adrenalina gelada o preenche. Você escorrega da laje de exame.

Suas pernas tropeçam e você bate em diários e suprimentos médicos. Você tenta novamente. Ainda mais rápido desta vez. Sua visão nem fica embaçada, mas você sabe que está se movendo em velocidades incompreensíveis.

Seu estômago bate na mesa de exame.

O que está acontecendo? O que está acontecendo?!

Seus ouvidos de repente zumbiam violentamente e você cai no chão agarrando-os. Você está captando os menores sons. Uma mosca gritando perto da janela. Um vento suave chorando em agonia lá fora. Batimentos cardíacos próximos. O barulho dos seus pés empurrando papéis no chão. E algo grande, algo incrivelmente alto está praticamente vindo em sua direção.

“Eu sabia que você conseguiria!”

Daniela?

Seu corpo queima enquanto os braços dela envolvem você. Isso dói. Você levanta a mão até o peito dela para tentar tirá-la de cima de você com cuidado e pisca quando ela é violentamente jogada fora.