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Sunghoon.

Hoje o dia estava estranho, um dia nublado. Como se não houvessem raios de sol lá fora, tampouco aqui dentro, já que estávamos quase fechando e o garoto que iluminava os meus dias com seu sorriso brilhante ainda não havia aparecido por aqui. Pode parecer exagero ou qualquer coisa do tipo, mas, K.S realmente anima as minhas noites, mesmo que a gente troque no máximo cinco palavras.

Eu não podia ver ele nos sábados e domingos, então os considerava como dias normais, já que não tinham nada de especial. Eram meus dias de estudo total, entrava no quarto dos meus pais para estudar pela manhã e só saia durante a noite, sem mexer no telefone, video-game e computador. É uma rotina que sigo desde o começo da minha adolescência, então é algo que acho tranquilo.

— Docinho de mel? – Era o meu avô. Ele me chamava por apelidos fofos desde que eu era apenas uma criança e continua até hoje, algo que eu amo muito. — Estão exigindo sua presença na mesa sete.

Levantei a cabeça sorrindo para ele, a mesa sete é exatamente a mesa onde K.S e seus amigos se sentam. Eu devo ter ficado muito tempo fingindo que era um personagem de série adolescente dramática, com a cabeça baixa enquanto pensava no meu príncipe encantado, que nem reparei quando ele de fato chegou no local.

Segui até o grupo de amigos que me encaravam, normalmente eles iam até o balcão para fazer seus pedidos, é a primeira vez que me chamam até aqui. De costume, é apenas K.S e seus dois amigos de sempre, mas as vezes, tem um garoto fofo e um meio emo com eles também.

— Você é o Sunghoon, não é?

Isso também nunca havia acontecido antes. O crush do Jay estava falando comigo. Ele costumava ser atendido apenas pelo vovô, já que trocavam idéias sobre comidas e bebidas que meu avô poderia tentar vender aqui e que ele é louco para ser contratado. Meu avô já pensou sobre isso, ter um ajudante a mais na cozinha, mas no momento não estávamos com tantas condições assim para isso.

— Sou...

— Tem uma amiga minha que está interessada em você – ele disse sorrindo. — Posso te mostrar uma foto dela se quiser.

K.S parecia curioso com a conversa, tanto que até colocou seu celular de lado. Não que eu fique observando ele o tempo todo, não sou maluco o suficiente para isso, mas, já reparei que ele gostava de assistir alguma coisa enquanto bebia seu café.

— Eu sou completamente gay – falei olhando para K.S – acho que preciso perguntar qual é o seu nome, mesmo que ache K.S incrível de se pronunciar. — Mas se tiver algum amigo que também tenha interesse, estou aberto a conhecer novas pessoas.

É mentira, não estou não. Estou somente na esperança de que Deus escute todo o meu choro e faça com que esse gatinho que ilumina meus dias, perceba que estou me referindo a ele e a mais ninguém.

ray of sunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora