2 - Sussurros

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- Hoseok!!!! Porra!
- Jennie? O que?
- Sério Jung? Você dormiu no trabalho? Eu te avisei pra sair no horário. Sério mesmo. Não vai ter hora extra.
- Jennie desculpa, eu não queria mesmo, sério, eu terminei o que tava fazendo e só fui olhar a caixa que você trouxe, mas aí aconteceu alguma coisa...eu não sei...acho que desmaiei...
- Isso é exaustão Seok. Vai pra casa. Tira o dia de folga. Aproveita que é sexta. Só sai dessa sala.
- Mas Jennie.
- Vai embora Hoseok, pelo amor da Deusa!
- Tá... desculpa...tô indo...

Pego minhas coisas e saio da sala.
Como assim eu dormi no museu?
Eu juro que tava vendo as coisas da caixa...ouvi uma música e...

Não não não
Eu só posso ter surtado.
É isso...

Saio do museu e sigo meu caminho para casa.
Não é muito longe, uma caminhada de uns 20 minutos.
Suficiente para observar as coisas.
As árvores nas calçadas brancas.
As ruas sempre limpas e calmas.
Poucos carros.
Alguns casais aproveitando a manhã nos bancos de uma praça próximo ao museu.

As vezes eu queria saber como é essa coisa de se apaixonar, de alma gêmea.
Mas desde que eu me conheço por gente eu nem sei como é o meu lobo.

Não me sinto atraído por ninguém, não pela ligação lupina.
Só pela humana mesmo.
Mas nem assim eu tive alguém.
Mas tudo bem, já vivi anos assim, existem mais coisas a me preocupar do que o amor, como por exemplo, porque a porta da minha casa tá aberta.

Entrei pelo meu pequeno jardim frontal e fui até a porta.
Abri lentamente.
Se eu ainda tivesse acesso ao meu lobo eu pelo menos poderia ter umas garras agora.

Entro na minha casa a passos suaves olhando para todos os lados.

Se eu sentisse os cheiros também ajudaria.

Mas que bela hora pra ser um sem lobo Jung Hoseok!

Minha casa não é grande. Logo consigo ver que não há nada nem na sala nem na cozinha.
Mas logo escuto um barulho vindo do jardim dos fundos.

Merda.

Sigo a passos lentos já com o celular em mãos ligando para polícia.

- alô. Polícia. Tem alguém na minha casa.
- senhor, poderia falar mais alto.
- tem alguém na minha casa - tentei falar um pouco mais alto.
Mas logo uma voz se faz presente.

- Solzinho! O que faz aqui?

Eu simplesmente arremesso o celular longe com o susto.

- Pooooorra Jimin! Que susto! Porra! Que merda você tá fazendo aqui. Cadê meu celular. Cacete a polícia!

- Homem se acalma. Não tô entendendo lé com cré. Que polícia?

Eu pego meu telefone e vejo que a chamada ainda está ativa.

- Desculpa senhor polícia. Foi um engano. Foi o idiota do meu amigo que entrou na minha casa e não me avisou. Mil perdões.

Encerrei a ligação e me virei para Jimin que estava com um sorriso enorme no rosto e um incenso na mão.

- Jimin, eu te amo, mas o que você está fazendo aqui?
- Precisava me conectar com natureza. Então vim usar seu jardim. Mas o que você faz aqui?
- Eu moro aqui!
- Mas você não tinha que está no museu?
- Tinha, igual você tinha que me avisar que viria pra cá.
- Amigo, que vibração errada. Olha, vai tomar um banho. Mentaliza a água do chuveiro limpando as energias ruins e uma luz violeta te cercando...você vai ver que vai sair do chuveiro outro.

Ele diz isso indo para o jardim dos fundos.

Jimin é meio maluquinho, mas até que o conselho do banho não é ruim.
Claro que só o banho mesmo, normal, de água morna. Sem luz, ou mentalizações.

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