𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄

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ILYANA SE SENTIU uma merda. 

Ela sabia que a visão que teve da árvore espiritual significava alguma coisa, mas não deu muita importância a isso. Mas suas feridas ainda estavam lá, mas não sangravam. Mas agora ela também estava no vazio, pensando em todos os seus defeitos. 

Seu cabelo solto chegava até o meio das costas. Ela costumava amarrar o cabelo, mas deixava as gravatas em casa. Ela não apenas se sentia uma merda, mas também estava exausta. Mas o seu principal sentimento era a raiva. Raiva por Quaritch ter destruído sua casa. Raiva por ter saído de casa. Raiva pela morte de seu irmão. Ela se perguntou se, em outro universo, sua família estaria segura.

Ela se perguntou se, em outro universo, Neteyam não sofreria. Ele não... você sabe. Ela nem deveria estar pensando nisso, certo? Ela deveria estar descobrindo uma maneira de sair desse vazio estúpido.

Seus olhos se voltaram para o Na'vi, que estava à sua frente. Sua visão estava confusa. Suas pálpebras estavam pesadas. Ela esfregou os olhos e então percebeu.

"Neteyam". Ela sussurra baixinho, mesmo sem perceber que está sendo puxada para um abraço caloroso.

"E aí, irmãzinha?" Ele cumprimenta, e Ilyana já pode sentir o sorriso em seu rosto. 

"Sou mais velha que você, Skxawng." Ela argumenta, mas fica feliz em ouvir a voz dele novamente. 

"Onde estamos?" Ilyana pergunta ao irmão, com as sobrancelhas franzidas em confusão enquanto ela se afasta, ansiosa para ouvir a resposta dele. 

"Com Eywa." Ele compartilhou, enviando um sorriso triste para sua irmã. E foi então que Ilyana percebeu. Ela estava morta. 

Ela estava fodidamente morta. 

"Eu estou morta?" Ela solicitou; foi uma pergunta estúpida porque ela já sabia um pouco. No segundo, seja lá o que fosse, aquela coisa a atingiu nas costas, ela soube. 

"Não." Neteyam responde, e isso deixou Ilyana surpresa. "Você está na linha da vida ou da morte." 

"Oh." Ela murmura, olhando para o chão. "E você?" Sua voz era angelical, mas também um pouco nervosa. 

"Já estou longe." Ele brinca, soltando uma risada, fazendo com que Ilyana lhe desse um soco. 

"Não é engraçado, Tey." Ela deu um sermão em seu irmão. 

"Estou morto, Yana." Ele admite trazer sua irmã de volta à realidade.

"Então por que você está aqui?" A garota pergunta, com os ombros caídos. Ela sabia por que, mas mesmo assim perguntou.

"Para dizer que não é a sua hora." Ele sussurra, anunciando o chamado milagre. "Não temos muito tempo. Você vai acordar logo." Ele colocou seus três dedos no peito dela, onde seu coração batia rapidamente. "Eu estarei com você. Bem aqui."

Ilyana não sabia como se sentir agora. Ela se sentiu horrível. Seu irmão gêmeo morto estava na frente dela, dizendo que ela deveria estar viva. 

"Acho que verei você do outro lado, gêmeo." Ela fala, olhando nos olhos de seu irmão enquanto ele sorri para ela. 

"Você também, Yana. Lembre-se de agradecer a Eywa." Ele avisa antes que a visão de Ilyana fique completamente preta. 


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SEU CORPO DÓI. 

Todo o seu corpo doía. Seu corpo estava tenso e ela tinha certeza de que tinha muita bile no estômago que estava ansiosa para subir à superfície e sair de sua boca.

Seu corpo mudou quando seus olhos verdes piscaram e se abriram. Seus orbes esmeraldas examinaram a sala e pousaram nas conchas decoradas que estavam no canto da sala. Ela forçou seu corpo para cima, deixando-a sentada em posição de lança, gemendo ao fazê-lo.

"Não se mexa. A pasta ainda está molhada." Ilyana ouviu uma voz à sua direita. Kiri estava sentada ali, com olheiras e uma tigela de pasta nas mãos. "Deitar." Ela pediu; ela não queria ser tão severa, mas estava irritada com a idiota da irmã por ter se intrometido para lutar contra Quaritch; se não fosse pelo pai deles, ela ainda estaria morta. 

"Sinto muito, irmã." Ilyana murmurou, culpada por suas ações. 

"Prove que você sente muito ficando parada." Kiri revirou os olhos, sufocando uma risada. Ilyana não hesitou em reprimir a risada, mas terminou com uma tosse alta e seca. 

"Merda." Ilyana diz que estava ficando óbvio que sua garganta estava extremamente seca. Com a tosse alta, a família entrou no casulo um por um. Lo'ak foi seguido primeiro por Tuk, depois Jake e Neytiri atrás deles. 

"Puta merda." Lo'ak resmunga ao ver sua irmã acordada. Tuk não hesita em correr, sentando-se ao lado de Kiri e imediatamente ajudando a aplicar a pasta. Assim que os dois pais entram na sala, ela não fica mais em silêncio. Neytiri corre até a mais velha, colocando a cabeça de Ilyana em seu colo.

"Obrigada, Eywa." Ela sussurra, brincando com o cabelo da garota. Ilyana não tem emoção. Quer dizer, ela não conseguia nem sentar sem sentir nenhuma dor.

Depois que a pasta secou, ​​com a ajuda da mãe, Ilyana sentou-se, encostada na parede da cápsula. Um por um, cada membro da família abraçou a menina, feliz por ela estar bem. Quando Ilyana abraçou Lo'ak, ela sentiu como se ele a abraçasse com tanta força que ela iria morrer novamente. Mesmo que ela não devesse fazer aquelas piadas, era verdade. Quando Tuk a abraçou, ela estremeceu com a dor em suas feridas, que sua irmã mais nova havia tocado acidentalmente. 

"Tenha cuidado, Tuk." Neytiri repreende, preocupada com a saúde da filha. 

Quando Neytiri abraçou Ilyana, ela a segurou perto, mas não com força. A mãe soluçou levemente no ombro da filha. Ela imaginou seu estado pálido deitada nos braços de seu companheiro e soluçou mais forte. Ilyana ficou chocada com o gesto, mas fechou os olhos, mergulhando a cabeça no ombro da mãe e fechando os olhos com força. A audição no ouvido direito estava abafada. Jake notou que a orelha direita dela não se mexeu durante todo o tempo em que ela esteve acordada, e ele presumiu o porquê, e não era algo bom. 

Jake segurou a filha perto de si, assim como Neytiri fez. Ele esfregou o ombro dela, feliz por não tê-la perdido também. Se ele perdesse o filho primogênito e a filha primogênita no mesmo dia, ele estaria perdido. 

Todos eles estariam perdidos.

𝐑𝐄𝐅𝐋𝐄𝐗𝐎̃𝐄𝐒; avatarOnde histórias criam vida. Descubra agora