Inseguranças

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          Era uma tarde ensolarada e tudo estava tão tranquilo. Jack estava feliz, lendo seu livro preferido de Shakespeare, "Romeu e Julieta", enquanto esperava sua torta de maçã ficar pronta. Tomava um chá darjeeling, como sempre gosta de fazer enquanto aprecia sua leitura.

          Mas a porta se abre com força e uma criança entra. É um menino, com cabelos prateados e espetados, de olhos azul-turquesa, e com uma cara de choro.


          - filho? O que houve? - Jack pergunta, largando o livro.

          - eu te odeio, seu monstro! - a criança grita e chora. - todos os meus colegas me excluem, me xingam e fazem bullying comigo por sua causa! Hoje eu apanhei de novo!! Ninguém sabe nem meu nome! Todos apenas de chamam de "o filho de Jack, O Estripador"!


          Jack se levanta, com o coração se partindo em mil pedaços com as lágrimas da sua criança.


          - querido, eu sinto muito. - ele se abaixa pra dar um abraço no filho. - Eu prometo que vou falar com a diretora pra-

          - NÃO!! NÃO CHEGA PERTO DE MIM!! - o menino cai no chão e se arrasta pro canto da parede. - POR FAVOR, NÃO ME MACHUCA!!

          - como assim?! É claro que eu não vou te machucar! Eu só-

          - fica longe dele, monstro!!


          Jack se vira, pra onde aquela voz tinha vindo. Era Hércules.


          - Herc? Mas...

          - você é um assassino, Jack. Sempre vai ser! Eu não devia nunca ter me apaixonado por alguém como você! Eu vou embora e vou levar o meu filho comigo!


          E assim ele faz, pegando a criança nos braços e a levando embora, deixando Jack pra trás para chorar sozinho.


          Ele acorda de supetão, suando e com lágrimas finas descendo pelos cantos do olhos. "Era... Era um pesadelo. Thanks, Lord." pensa ele, esfregando os olhos, sentindo o coração acelerado dentro do peito. Ele se levanta pra ir ao banheiro e lavar o rosto. Fica um tempo se olhando no espelho, com as olheiras de muitas noites sem dormir direito ainda mais proeminentes que antes. Esfrega a barriga enquanto lembra, de novo, das últimas palavras da sua mãe, Mary.

          "Não se preocupe... Mesmo que seja difícil, eu não vou fazer com você o que ela queria ter feito comigo" pensa, como se estivesse conversando com o pequeno feto em seu corpo. Volta pro quarto para tentar dormir mais um pouco, mas o pesadelo o deixa tão mal que ele prefere acender uma lanterna e ler algum soneto de Shakespeare.


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          No Olimpo, estava havendo um banquete em família, com Zeus sentado no seu trono e Hera ao seu lado. Todos os filhos deuses estavam, exceto um.


          - Hermes, não vejo Hércules em lugar nenhum dessa festa. Não me diga que ele ainda está chorando no quarto dele.

          - seja compreensivo, pai. É uma situação difícil pela qual ele está passando.

          - hmpf! Se eu ficasse choramingando toda vez que engravidei alguém, eu já tinha morrido de desidratação! Mande ele descer e vir se divertir! Diga que é uma ordem, não um pedido!

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