Para Que Outros Possam Viver

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Soraya Thronicke

8 meses depois

" Para que outros possam viver..."

- Tenente Thronicke consegue ver alguma coisa? - Ouvi minha dupla perguntar, acima da máscara que ela estava usando.

- Estou seguindo meus instintos mas vamos chegar até a mulher, ela não vai morrer, não no meu plantão - Falei sem conseguir ver muita coisa no meio daquele corredor e fumaça.

A Valentina minha dupla era uma boa bombeira, tinha se formado a 5 meses e estava eufórica em aprender comigo, em ser minha dupla, só podemos atuar em duplas, nos bombeiros você não entra em nenhuma casa ou prédio em chamas como aquele que estávamos sozinhas. Minha fama se espalhou pelo país, quando me tornei bombeira muitas pessoas me respeitavam de um forma que eu não conseguia entender muitas vezes, mas se tinha uma coisa que eu sabia era que eu sou boa em salvar vidas e isso eles sabiam.

O prédio que estávamos era de 5 andares, ainda não sabíamos o que tinha acontecido mas ele estava pegando fogo, a parte de baixo foi evacuada mas os últimos dois andares ainda tinha pessoas, eu e Valentina estávamos no último mas não dava para ver muita coisa na nossa frente por isso estávamos andando abaixadas engatinhando no chão, a fumaça costuma ficar na parte de cima, no ar, por isso andar abaixado ou engatinhando é a melhor forma de ver alguma coisa em uma situação como aquela.

- Tenente Thronicke só tem você e a Valentina no prédio, a missão acabou volte - Ouvi o capitão do batalhão dizer no rápido mas eu não iria parar.

Ignorei completamente o aviso, eu tinha que achar aquela última moradora não importava o que iria acontecer.

- Tenente o capitão mandou voltar - Ouvi a Valentina dizer atrás de mim mas eu continuei sem me importar.

- Se você quiser pode voltar mas eu vou seguir, o marido dela me suplicou e eu falei que iria fazer o impossível pra ajudar e eu ainda não fiz - Falei continuando meu caminho.

Eu pensei que ela iria voltar mas eu sentia ela continuar atrás de mim.

- Tenente me ouviu? - O capitão perguntou através do rádio.

Mas a única coisa que eu prestei atenção foi em um pedido de ajuda atrás de uma porta um pouco a frente do corredor.

- Tenente ouviu? - Ouvi a Valentina perguntar atrás de mim.

- Ouvi, vamos! - Falei para ela me levantando - CORPO DE BOMBEIROS DE SANTA MONICA - Gritei para que ela pudesse saber que estávamos aqui.

- Socorro, não consigo passar pela porta - Ouvi a mulher dizer.

Fomos até a porta fechada mesmo através da minha luva eu sentia que a porta estava quente, o fogo estava atrás dela, eu estava suando com toda aquela roupa, minha boca estava seca também, estava muito quente.

- Aqui é a Tenente Thronicke, me fale seu nome e como está atrás da porta para que eu possa entrar e te ajudar - Falei alto para a mulher me entender.

- Meu nome é Esme e entre a porta tem muito fogo - Ouvi a mulher falar mas com dificuldade.

- Ok fique longe da porta tá bom Esme? - Perguntei para ela.

Esperei sua resposta que não veio, olhei para Valentina , vi seus olhos azuis me olhando aflita.

- Tenente saia daí, agora - Ouvi o capitão falar através do rápido.

- Não vou sair - Falei respondendo pela primeira vez - Encontramos e eu vou levar ela até seu marido - Continuei.

- Tenente a escada está comprometida, vocês não vão conseguir sair, você tem um filho e sua esposa está gra...

Batalhão 27 ( Versão Simoraya ) Onde histórias criam vida. Descubra agora