☆ ANTONELLA NESTOR ☆
6 de junho, 2023.Olho indignada para os papéis em cima da mesa, passo minhas mãos em meu rosto e em seguida solto o ar lentamente.
Eu não vou surtar. Eu não vou surtar, isso acontece com todos. Tá tudo bem.
EU VOU SURTAR.
― VOCÊ O QUÊ? ―gritei incrédula ao escutar o que foi dito por minha sócia. ― Não, eu não acredito que você fez isso, Yasmin. ― passei minhas mãos em meus cabelos.
― Me desculpa, Antonella. O José havia dito que se você estivesse aqui, iria pegar o projeto. ―Yasmin falou culpada. ― Então, como ele concordou com o projeto, aceitamos ele.
― Vocês não podem aceitar um projeto quando eu ou Safira não estivermos presente. ― bufo irritada enquanto andava de um lado para o outro. ― Você vai ter que ligar para o senhor Denis e avisar que não podemos fazer isso. ―digo ao olhar-la.
― Mas Antonella, eu dei a minha palavra que iríamos entregar o projeto há tempo. ― ela disse e eu soltei uma gargalhada sarcástica. ― Não podemos dizer a ele que não podemos realizar o seu pedido, ele está confiando na gente.
― Ah claro, você deu a sua palavra a um dos nossos maiores patrocinadores e agora não podemos recusar. ― neguei com a cabeça.― MAYAAAAAAA! ―grito pela minha secretária. ― Você tem ideia da situação que me colocou, Yasmin? ―cruzo os braços ao encará-la.
― É um projeto importante. ― Yasmin argumentou.
― Yasmin, não temos como fazer a merda desse trabalho e entregar ele em dois dias. ―bato na mesa irritada, fazendo-a pular na cadeira por causa do susto.― Você já parou pra analisar o tamanho do projeto que ele quer que seja realizado em dois dias? ― indago ao abrir a pasta que senhor Denis havia entrado para ela. ― Não temos todos esses materiais presentes aqui.
― Desculpa.
―São tantas desculpas e nenhuma solução para esses problemas. ― passo minhas mãos em meus cabelos novamente. ― MAYA, CADÊ VOCÊ!? ―grito alto ao andar até a porta do escritório, abrindo a mesma. ― MAYA! ―chamo-a e volto a entrar no escritório, indo em direção a poltrona. ―Pensa Antonella, pensa no quê vai fazer. ―envolvo meus dedos na parte lateral da minha cabeça
Deito a minha cabeça na poltrona enquanto tentava organizar os meus pensamentos. Tudo estava desmoronando e eu não sabia como resolver isso.
― Você tem que resolver esse problema, Antonella. ― sussurro baixinho.
― Que gritos são esses? Dá para escutar do meu escritório e olha que ele fica na parte de cima. ― subo meu olhar encontrando com minha amiga entrando no meu escritório ao lado de outros sócios e Maya. ― O quê aconteceu por aqui? ― perguntou ao andar até a mesa e puxando uma poltrona, sentando-se em seguida.
― Que tensão toda é essa nessa sala? ― Lívia perguntou curiosa, ela era a designer de interiores da empresa e uma das sócias.
José, Lívia e Yasmin tinham 5% da empresa cada um, se tornando sócios menores enquanto Safira era dona de 35% e eu ficava com os 50%, sendo assim a sócia fundadora da empresa AS Architecture.
― Yasmin e José aceitaram um projeto sem a minha autorização. ― apoio minhas mãos na mesa ao olhar para todos. ― Você tem merda na cabeça em aceitar isso, José? ― ergui uma sobrancelha. ― Você realmente não pensou antes de aceitar isso?
― Ele é um dos patrocinadores mais antigos, não podemos deixar ele na mão nesse momento. ― José desdenhou ao dar de ombros. ― Eu entendo o seu nervosismo e a sua raiva, mas se coloca no lugar de todos nessa sociedade, Antonella. ― ele pediu firme. ― Somos sócios, temos o direito de aceitar qualquer projeto.
― Não, não é assim, vocês sabem que isso não dar motivos para vocês aceitaram qualquer tipo de projeto sem antes me consultar. ― ressalto firme. ― Eu ainda sou a dona fundadora dessa empresa, eu ainda tenho a palavra final em cada decisão ou estou enganada?
― Você queria o quê, Antonella? ―José cruzou os braços. ― O senhor Denis sempre contratou a gente, eu não podia simplesmente dispensar ele apenas porque vocês duas não estavam presentes. ― ele desdenhou paciente.
Desvio meu olhar para Safira e Lívia que apenas analisavam toda a situação em silêncio. Era estranho vê-las assim, sendo que normalmente elas iam contra mim e se opõem em tudo.
― José, vocês poderiam sim negar esse trabalho, poderiam usar a desculpa que as sócias majoritárias não estavam presentes no momento. Vocês sabem que a sociedade de ambos aqui não permitem que aceitem tudo antes de nos consultar. ― apontei meu dedo para cada um daquela sala. ― Creio que que eu ainda sou a dona e comando essa empresa.
― Antonella, calma. ― Safira pediu paciente pela primeira vez.― Surtar depois que eles aceitaram o projeto não vai adiantar em nada, não podemos voltar atrás depois de tudo. ― ela se levantou da poltrona. ― Sabemos que eles erraram e tá tudo bem, todos comentem erros ou não? ―indagou me encarando. ― Se acalma e vamos pensar en como iniciar esse trabalho e entregá-lo da melhor forma possível. ― sorriu positivamente.
― São dois dias para entregar um projeto enorme. ― digo impaciente ― Tá achando que eu sou o quê? Um robô? ― ergo uma sobrancelha.
― Não, mas tá perto de se tornar uma de tanto que trabalha. ―Safira sorriu sapeca, eu a encarei. ― Não me olha assim, tenho que trazer um pouco de diversão para essa tensão toda. ―jogou as mãos no ar. ―A gente consegue, não tem nada que a AS Architecture não resolva.
― Adoro a positividade da Safi. ― Yasmin proferiu sorrindo.
― Se Antonella fosse assim, não teria toda tensão na empresa. ― José debochou, eu rolei os olhos.
― Não cutuquem a onça com vara curta, pelo amor de Deus. ― Safira pediu e eu suspirei paciente.
― Ok, vamos fazer uma reunião com todos, precisamos saber como iniciar esse projeto. ― digo por fim.
― Eu acho que se nós virarmos a noite, conseguiremos fazer uma boa parte do protejo. ― desviei meu olhar para Lívia que estava sentada na parte lateral da mesa e com seu olhar presente nos arquivos imprimidos. ― Podemos dividir todos em duas turmas, tenho certeza que iremos conseguir finalizar e entregar esse projeto ao senhor Denis. ―sorriu confortante.
― Mas como isso é possível? ― indago surpresa, ela apenas deu de ombros.
― Viu? Liv é uma mini robô igual você, que lindinha. ― Safira brincou arrancando uma pequena risada dos três enquanto eu rolava os olhos e sorria de canto. ― Pode rir, Antonella, sabemos que você quer isso. ― ela pediu. ― A vida é bem mais feliz ao sorrir, sabe que existe uma vida além dessa empresa né? ― indagou e eu fiz careta ao lembrar da fala do Diego.
É Antonella, talvez Diego tenha razão. Você não sabe o quê é viver.
Quando eu falei que a Nella não era uma pessoa fácil de lidar, eu não tava brincando, mas eu vou defendê-la até o fim.🫶🏻
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FALA COMIGO, ANTONELLA ― DIEGO COSTA
Fanfiction"― Fala comigo, Antonella! ― Eu quero que você vá para o inferno." Antonella odiava tudo que vinha do Diego Costa. Odiava o sarcasmo dele, odiava as grosserias e odiava aqueles malditos sorrisos que ele dava ao falar e odiava o fato de estar noiva d...