IV

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Depois de um dia cheio de indiretas e investidas de Kiba, chego em casa.

Kiba era tão sociável que fez amizade com a TE MA RI. A megera em carne e osso. Ele era um Naruto mais animado ainda. Nem preciso dizer que ele e o loiro se deram super bem e eu estava fodida, porque agora Naruto iria incluir esse cara em todos os passeios e festas.

Abro a porta de casa e encontro meu pai na sua poltrona, assistindo tevê enquanto bebia cerveja. O bigode grosso sempre remexia quando comendo e era engraçado.

Mas meu pai era um homem sério. Ele era um general aposentado do exército naval porque perdeu a perna em batalha. Por ser uma posição alta, papai ganhava muito, mesmo com a aposentadoria. Isso garantia a melhor escola, as melhores roupas, brinquedos, casa e qualquer outra coisa que eu quisesse ter.

Mas ele não era bem um pai carinhoso. Só de vez em quando. Quer dizer; comigo era, e muito. Ele era o pai mais superprotetor que eu conhecia. Mas não era carinhoso com a minha mãe, por exemplo.

E isso fez a minha mãe não ser a melhor das mães. Ela brigaria comigo por qualquer coisa, até mesmo um fio de cabelo fora do lugar. Mas não era uma mãe tão ruim assim. Só era problemática porque meu pai não dava valor a ela.

Mas éramos uma família relativamente estável.

— Oi, papai. — Dou um beijo no topo de sua cabeça.

— Como foi o seu primeiro dia de aula, pitica? — Ah, esse apelido. Que vergonha.

— Ótimo, general. — Sento no sofá. — Entrou um garoto novo na minha sala.

Papai se levanta da poltrona muito rápido e se desequilibra na perna mecânica. Caiu de joelhos na minha frente.

— O que?! Isso é um absurdo! Já tinham muitos meninos lá e eu sempre detestei isso. Agora entrou mais um?!

Ele começa a juntar as mãos como se estivesse rezando.

— Pitica, por favor, não se case nunca! — Aperta mais as mãos. — Por favor!

— Ah, que gritaria é essa?! — Minha mãe chega, meio brava. — Olá, S/n.

— Oi, mãe. — Sorrio, envergonhada.

— É um absurdo! — Papai vai até ela. — Mais um garoto na sala da pitica!

Mamãe revira os olhos - coisa que puxei dela - e da um tapa com o pano de prato nas costas do meu pai.

— Donovan, essa menina já tem dezoito anos! Ela sabe se cuidar, ela não é boba. Fique com quem quiser, desde que não seja pobre.

Detestava isso aí nela.

— Isso aí eu já discordo. Se for para casar, tem que ser com alguém que você queira muito, se não, acaba com uma megera em casa que maltrata a própria filha. — Faz cara feia para ela. Ela da mais tapas usando o pano de prato.

Eles foram prometidos um ao outro quando eram jovens. Não tiveram nem tempo de descobrir o que é amar uma outra pessoa, e já tiveram que se casar para cumprir um acordo entre os pais. Por isso brigam tanto. Eu nem sei como eles conseguiram me ter, para ser honesta.

Fico observando a briga entediante dos dois e saio dali, indo para o meu quarto no andar de cima. Abro a porta e coloco a mochila sobre a cadeira da mesinha. Na mesinha, minha gata deitada e estirada sobre papéis.

— Akawai! Eu saí de casa e você estava dormindo. Voltei, e você continua! Queria ter essa folga.

Ela murmura quando começo a fazer carinho nos seus pelos. Akawai era branca, com um pouco de pelo cinza ao redor da cabeça. O olho era grande, e um azul super claro. Eu invejava aquele olho quase cristal. Akawai era super fofa, além de ter pelos grandes e lisos. Parecia um bicho de pelúcia.

𝐂𝐋𝐎𝐖𝐍, kiba inuzuka.Onde histórias criam vida. Descubra agora