VI

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Em casa, passo o dia sem nada para fazer, além de estudar. Finalmente abro a persiana, e meu quarto clareia num instante.

Kiba estava lá. Mas ele não me viu. Ele estava levantando halteres no quarto e treinando. Ele não tinha que trabalhar de palhaço, não?

Mando mensagem para o Naruto, pedindo o número de Kiba. Embora meu amigo tenha mandado, eu resolvi não mandar mensagem. Nem sei porque queria ficar perto desse jeito daquele cachorro, mas queria.

Akawai fica no parapeito da janela, me beijando e se lambendo. Aí que Kiba olha e abre um sorriso quando me vê. Não podia fechar a persiana porque Akawai estava ali.

Ele me chama para ir para a casa dele. Balanço a cabeça negativamente repetidas vezes, e percebo que ele ficou magoado. Não queria magoá-lo, mas também não poderia ir lá.

Kiba sai do quadro da janela por um momento e vejo que está escrevendo em um caderno quando volta.

"ME PASSA SEU NUMERO, GATINHA"

Pego um caderno que não usaria e escrevo um:

"NAO"

Bem forte, com a caneta reforçada. Ele simula um tiro no peito e eu dou risada da idiotice. Ele realmente não se irritava tão fácil.

Ele escreve mais um recado.

"ME ENCONTRA NA PRAÇA HJ A NOITE PF"

A praça ali do nosso bairro...não era longe da minha casa, poderia voltar a qualquer momento e era um lugar legal que meus pais deixariam eu ir. Mas era com Kiba.

"OK"

Isso foi o suficiente para ele pular e comemorar, e eu ri da palhaçada. Quando Akawai sai do parapeito, fecho a persiana, dando um tchauzinho para ele antes.

...

Quando a noite cai, eu aviso apenas a minha mãe que iria sair de casa um pouquinho para encontrar com o vizinho. Mamãe se empolgava quando o assunto era amor e nunca demonstrei que queria sair com qualquer pessoa. Então, ela fica animada e diz que meu pai nunca iria saber.

Ela era chata na maior parte do tempo, mas acho que a culpa não era só dela. Meu pai era ruim com ela.

E ela sempre me contava uma história sobre meu pai que tinha minhas dúvidas. Mas as vezes acreditava.

Saio de casa e coloco minhas botas. É inverno, afinal. Acho que vou andando até a casa de Kiba, mas para a minha surpresa, ele estava na calçada, sentado.

— O que você está fazendo aqui?

— Te esperando. — Ele se levanta.

— Como sabia que eu sairia nesse horário?

— Eu não sabia. Estou aqui desde a hora que combinamos de sair. — Ele riu. — Mas você finalmente chegou. Vamos, gatinha?

Que garoto inacreditável.

A noite gelada deixava meu rosto com certeza vermelho. Eu tinha sensibilidade no frio, e não gostava tanto de sair.

Me lembrei de uma dúvida que tive sobre ele.

— Posso te perguntar uma coisa, cachorro?

— Qualquer coisa, gatinha.

— Você não trabalha na casa de horror não?

— Era um emprego de inverno. Minha vida é meio complicada aqui.

Chegamos no parquinho e ele me chama para sentar nos balanços com ele. Ficamos balançando devagar e conversando.

𝐂𝐋𝐎𝐖𝐍, kiba inuzuka.Onde histórias criam vida. Descubra agora