Capítulo 4

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Maddison Holden, atualmente
// The border
19 Anos de idade.


Vou diretamente para sala de jantar onde todos estão tomando seus cafés, desta vez papai prometeu estar com a gente.

Pelo menos algumas horas antes da celebração.

Mais tarde vou até a floresta pegar tudo o que sobrou dos gêmeos.

Me sento e cumprimento todos, mas papai ainda está ausente. Deve estar atrasado...

    — Bom dia. – digo minimamente incomodada com o silêncio.

    — Bom dia, querida... – cumprimenta docemente como um silencioso pedido de desculpas.

Papai não vem.

    — Oh...certo, entendi. Estou sem fome, vou sair um pouco.

Subo para meu quarto, pego uma blusa de manga e minha calça favorita, um silencioso sentimento me diz que hoje vai ser melhor, afinal, meu elemento vai me visitar.

Sinto a cidade estranha, um peso, um silêncio, e nunca foi assim, penso que devo estar nervosa até meus dedos estão queimado e o sol parece mais quente. Sinto uma tontura, a primeira coisa que faço é fechar os olhos com força e balançar a cabeça, as coisas voltam ao normal, percebo o movimento, o barulho, minhas mãos normais e nada quente.

Devo estar com fome...devia ter comido.

Me apresso, afinal, quero chegar para a comida antes dos elementos.

Entro na floresta e sinto uma ausência de animais e movimentação, sinto o chão afundar como se estivesse se abrindo um buraco em baixo de mim, entro em pânico e me apoio em uma árvore desejando que isso acabe, mas quando abro o olho, nada está acontecendo. Os animais andam rapidamente para seus lares ou para suas caças, nada afunda nem se mexe.

Começo a ficar preocupada. Parte de mim diz que deve ser estresse.

Ando um pouco mais rápido já que o rio é longe, e só chego até a floresta dos sonhos se atravessar o rio.

Olho para o rio que parece estar com uma correnteza maior e tiro as botas. Vai ser um pouco mais difícil de parar o rio assim, vejo-o subindo e me afasto não querendo ser molhada, a água parece se agitar muito, penso na possibilidade de ninfas, sinto meu corpo mais úmido, olho paro o chão e tem lama, muita lama que não estava ali antes, tudo muito sujo e molhado, me afasto, mas escorrego quase caindo na beira do rio.

Uso o meu elemento para tentar afastar o rio como sempre, mas não funciona, pode ser algo que acontece quando é a tradição, mas mesmo assim murmuro um xingamento.

Olho para trás me sentindo observada, mas não vejo nada, volto meu olhar para o rio e fico em estado de choque.

Não tem correnteza. Não tem lama. E nada está transbordando. Nada, não há nada acontecendo

Atravesso o rio correndo e vou em direção á casa dos gêmeos. Ao chegar lá, não há casa, não há nem vestígios de que algo já esteve lá, mas eu vejo um vulto, um vulto branco.

Droga. Droga, droga, droga, droga.

Não não não não.

Comigo não, agora não, não hoje.

Corro para longe do vulto, ou melhor não era um vulto era um espírito do sonho, do pesadelo, do desejo ou da ilusão, tanto faz, só não vou ficar para descobrir, não quero virar fonte de sangue para eles. Tropeço em algo e quando meu olhar pousa no meu obstáculo percebo que é um corpo morto de um homem jovem, me levanto aos tropeços e vejo outro vulto, continuo correndo com o coração acelerado, respiração ofegante e adrenalina correndo nas veias, procuro desesperadamente por algum lugar para descansar e respirar um pouco, me recompor.

Minha Guarda RealOnde histórias criam vida. Descubra agora