Cinema | l.s

30. Segredo

O mês de Setembro está passando, com todas as coisas acontecendo em conjunto e rápido demais...

— Meu nome é Louis Tomlinson, e eu estou sóbrio há quase dois meses. — Louis sinaliza o sinal de dois com os dedos. Harry está sentado na roda de cadeiras também, próximo a Louis. — Vocês já me conhecem.

Os demais riem. Harry sorri, atento às palavras e aos lábios e olhos do companheiro. A gola alta amarelo mostarda deixa Louis ainda mais bonito aos olhos de Harry.

— Muitas coisas têm acontecido nesse último mês, desde o meio de Agosto. Coisas boas, coisas não tão boas e coisas péssimas... Mas eu continuo evitando o primeiro gole e repetindo para mim mesmo: só mais vinte e quatro horas. Mais vinte e quatro horas sóbrio, Louis, você consegue. Você é forte. E tem funcionado, tem funcionado bastante. Com terapia, com práticas de coisas que eu gosto, com o meu parceiro que nunca saiu do meu lado. — Neste momento, Harry assente minimamente com a cabeça e sorri discreto. Ele está de braços cruzados e mui atento a Louis.

— Nossa, eu poderia ter recaído tantas vezes nesses últimos dois meses, tantas situações poderiam ter me levado a isso, mas é isso o que um alcoólatra em negação faz, não é? Tenta encontrar razões, por mais difíceis que os problemas estejam sendo, tudo é um motivo para beber. Eu costumava ser assim. Costumava. Eu não sou mais um alcoólatra em negação, eu aprendi a me entender e respeitar o meu tempo, os meus limites. Desde que eu passei a me enxergar, a me tratar com gentileza e entender que eu sou sim válido, que eu mereço tudo o que eu tenho agora, desde então, eu não coloquei mais uma gota de álcool na boca. Eu sei, vai parecer egoísta, não é fácil o processo de se amar, mas... Vocês conseguem. Eu percebi que tudo é sobre estar sóbrio, continuar sóbrio... A minha vida está me testando, eu sei, com tudo o que vem acontecendo, é só um teste e eu vou passar por ele totalmente limpo. Se eu não caí até agora, não é um susto que vai me derrubar. Eu sei que todo mundo que 'tá aqui é forte, senão vocês não estariam. Só mais vinte e quatro horas.

Ao fim do depoimento de Louis, as pessoas na roda batem palma, incluindo Harry; que sorri orgulhoso, apesar de não mostrar os dentes, suas covinhas se fazem bem fundas. Louis o olha e sorri também, encolhendo minimamente os ombros.

Quando eles saem para ir embora para casa, está chovendo; chove bastante neste mês, tanto que Harry está levemente resfriado; Louis corre até o outro lado da rua, onde há uma cerca aberta, e passa por ela.

— Lou! O que está fazendo?! Vai ficar resfriado também!

Harry o vê subir numa árvore por uma escada de cordas amarrada num galho grosseiro. Styles corre até lá, arregalando os olhos em preocupação; o que Louis está fazendo, afinal? Ele tem tido atitudes muito mais espontâneas desde que se tornou sóbrio e mais liberto do alcoolismo.
Tomlinson se pendura no galho da árvore, e quando Harry se aproxima totalmente, ri. Ele nega com a cabeça e ri, sentindo as gotículas da chuva pesarem em seus cílios e o mesmo passa a Louis.

Como cinéfilo, é óbvio que Harry entendeu a referência feita por Louis; que fez propositalmente. A icônica cena do clássico Homem-Aranha, do beijo de cabeça para baixo na chuva, de repente invade a imaginação de Styles.

— Isso foi genial. — Ele sussurra, de frente para o rosto tão bonito virado para baixo que tem sorrindo à frente.

Harry então segura no pescoço e no rosto de Louis, sentindo suas respirações se chocarem com invasão da chuva, e o beija naquela posição. Seus lábios se estalam num beijo lento e firme, talvez um pouco incômodo para a posição, mas nada que os distancie da paixão do momento.

O corpo de Louis se desequilibra e cai sobre o de Harry; derrubando-os no chão. Devido à posição, Louis cai com o rosto entre as pernas de Harry e as pernas jogadas para trás, uma de cada lado do corpo dele. Eles não se machucam, mas Styles choraminga entre as risadas ao sentir a terra molhada abaixo de suas costas e balança as mãos de cada lado do corpo.