Quando eu consegui um emprego, após muitos meses tentando, imaginei que trabalharia incansavelmente todos os dias. Já conseguia me ver em uma cena clichê de um filme americano qualquer, onde o protagonista se joga dramaticamente na cama após um longo dia de trabalho.
Mas a verdade é que meus dias se baseiam em jogar conversa fora com o Beomgyu durante todo o turno, fazer algumas entregas aqui e ali, e voltar a conversar com ele.
Essa era a melhor parte de trabalhar em uma confeitaria com pouquíssimos funcionários, ficar sem fazer nada com o seu melhor amigo todos os dias sem ninguém atrapalhar.
— O Yeonjun tentou invadir a minha casa ontem, Jake! — Beomgyu exclamou com os olhos arregalados.
— Eu não acredito que essa situação chegou nesse ponto!
— Eu só queria entender o porque dele ter feito isso comigo... — Suspirou — Dei tantos conselhos e ele não escutou nenhum.
— Ele não merece a sua bondade, Gyu. — Coloquei minha mão de forma reconfortante em seu ombro.
Minha visão é péssima. De verdade, eu uso óculos desde criança. — Ainda estaria usando se não tivesse deitado em cima dele e o destruído completamente — Mas o carro luxuoso que parou do outro lado da rua, juntamente com o motorista de cabelos bagunçados e aparência rebelde me chamou atenção imediatamente.
— E falando no diabo.
Beomgyu se levantou num pulo da cadeira e correu para a vitrine da loja, não demorando mais do que um segundo para reconhecer quem estava a caminho.
— Eu vou me esconder na cozinha, atende ele.
— O que?! Beomgyu eu não sou atendente, sou só o entregador!
— Jake, por favor... — Vi seus olhos marejarem e percebi que realmente teria que fazer isso. Respirei fundo antes de entrar atrás do balcão, colocando meu melhor sorriso simpático.
Vi Beomgyu entrando na cozinha e deixando uma mínima fresta aberta, deduzi que ele queria escutar a conversa. Ouvi o sino da porta tocar e me virei para a mesma, tentando ao máximo esconder minha expressão de desprezo ao vê-lo.
— Bem vindo a Stellari, como posso te ajudar hoje? — Certo, já vi Beomgyu fazer a mesma coisa milhões de vezes, não deve ser tão difícil.
— Cadê o Beomgyu? — Yeonjun respondeu ríspido, como sempre soava quando decidia abrir a boca.
— Beomgyu?
— Não se faz de sonso, Jake. Eu sei que ele trabalha aqui. — Ele se aproximou do balcão de uma forma assustadora, não pude evitar em recuar de leve.
— O Beomgyu não está trabalhando hoje, posso te ajudar em algo mais? — Respondi sarcástico e Yeonjun pareceu perceber, pois fechou a cara instantaneamente.
— O que você 'tá fazendo atrás do balcão? Você não é entregador?
— 'Tô cobrindo enquanto o atendente de verdade teve que sair. — Menti.
— Ah é? E porque-
— Desembucha Yeonjun, fala logo o que você quer. — Oficialmente perdi a paciência.
— Dá um recado 'pro Bomu, ele me bloqueou de tudo. Não consigo falar com ele. — Vi seu semblante se fragilizar por um momento quando sua voz falhou enquanto falava.
Olhei rapidamente para a porta onde Beomgyu estava, não conseguia ver sua feição para descobrir o que responder, então apenas suspirei antes de acenar com a cabeça, dando sinal para que ele falasse.
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My Real Problem, Jake.
Romance𝐌𝐘 𝐑𝐄𝐀𝐋 𝐏𝐑𝐎𝐁𝐋𝐄𝐌, 𝐉𝐀𝐊𝐄 | Park Sunghoon acreditava fielmente que seus maiores problemas eram: um namoro falso e uma festa na piscina (que não aconteceu). Mas, após um ato de desespero, - e sentado ao meio-fio - aquele jovem mimado est...