Ao Seu Dispor, Vossa Alteza | [Michaeng]

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Demorei mas cheguei, sorry

Para uma melhor experiência nesse cap, ouvir: "Vilarejo-Marisa Monte"

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O cheiro forte de alecrim invadiu minhas narinas de uma forma muito agradável.

Estranhamente eu conheço esse lugar, não me sinto em perigo... Mas eu não sei bem onde estou.

- Amor, o que foi? - Levei um susto ao perceber que tinha uma mulher de costas para mim agachada

- Essas flores são muito lindas, não acha? - Ela se levantou e mostrou-me a flor

Peônia, com toda a certeza.

Assenti com a cabeça, meio sem entender.

Parando para reparar melhor nos detalhes, pude perceber que eu utilizava um lindo vestido branco, com bordados e detalhes lindos.

A moça que estava à minha frente usava um vestido verde e um cinto com uma bela rosa branca.

O clima estava agradável e fresco, além da grama estar um pouco úmida, provavelmente houve uma chuva à pouco.

- Você está bem? - A bela mulher perguntou, me assustando com a rapidez em que ela aparecera no meu campo de visão. Como ela chegou aqui tão rápido?

Ela pôs a mão na minha testa e depois negou com a cabeça

- Droga, não devíamos ter saído no meio da tempestade. - Falou emburrada.

Eu realmente estou me sentindo fraca e quente, mas por que eu só percebi isso agora? Eu tô ficando maluca, só pode

- Vamos pra casa, já deu por hoje -  Disse e se agachou na minha frente

Droga, eu não vou subir nas costas de uma estranha, caramba.

Recuei três passos até ela perceber minha movimentação e vir até mim com passos leves e uma expressão de confusão adorável.

- Tá tudo bem amor, sou só eu - Sorriu compreensivamente, parecia querer me transmitir segurança, e funcionou.

Assenti com a cabeça de novo e ela se agachou outra vez, só que agora eu subi nela.

Com uma força assustadora ela se levantou e começou a andar.

Quem diria que uma mulher tão magra como ela poderia ser tão forte.

Ao longe, pude avistar casas grandes de todas as cores, jardins e plantações verdes por todos os lados.

À medida que nos aproximavámos, eu via mais e mais pessoas no meu campo de visão.

Crianças brincando de algum jogo com bola e com pipas amarelas, vermelhas e azuis.

Alguns idosos conversavam nas varandas de suas casas enquanto tomavam café com xícaras aparentemente artesanais e acenavam para os transeuntes que eles conheciam.

Me senti cansada e encostei minha cabeça no ombro da garota, esperando a nossa chegada.

Uma coisa estranha notada por mim é que por algum motivo, minha voz não sai de jeito nenhum.

Esquisito...

Depois de pouco tempo ela finalmente parou na frente de uma casa que eu julguei ser a nossa.

E meu Deus, que sensação maravilhosa é essa?

É uma construção simples, paredes amarelas, telhado cor terracota e janelas minusciosamente bem feitas compunham a parte de fora da casa. Isto sem contar, é claro, o belíssimo jardim na frente do local, vários vazos feitos de barro e pintados com plantas dentro me fizeram questionar quem seria o gênio a ter feito tudo isso.

A mulher abriu a porta que, curiosamente, não tinha tranca, apenas a maçaneta e me pegou no colo de surpresa, adentrando o local.

Por dentro, tudo era muito aconchegante, a cozinha tinha uma mesa com quatro cadeiras, um fogão, uma geladeira e alguns armários.

Na sala, um confortável sofá verde escuro com uma capa branca e algumas almofadas coloridas destacavam o ambiente, além de um toca-discos e uma grande estante de livros que tornavam o local dez vezes mais belo.

A moça pôs me no sofá e suspirou

— Agora espere um pouco que eu já volto, tá?

Assenti com a cabeça enquanto observava a mulher dar meia volta e entrar na cozinha.

Perto de onde eu estava, havia uma mesinha de centro com uma foto de nós duas nos beijando

Que romântico

Virei o verso da fotografia e tinha dois nomes escritos;

Katarina & Jullie

Eu já vi isso antes...