Leiloada para o CEO - Casamentos Milionários - Livro 03

Capítulo 11

A viagem de volta a Belo Horizonte foi, digamos, estranha. Havia uma tensão no ar que não estava lá quando viemos até Ouro Preto. Nicolas permaneceu com a cara enfiada no celular durante todo o tempo. Estava muito mais fechado e sisudo que o normal e eu resolvi que me manter calada era a melhor opção. No entanto, caí na besteira de erguer a cabeça e dei de cara com ele me olhando fixamente. Meu coração disparou tanto que o meu peito doeu. Eu relutava em admitir, mas a verdade era que Nicolas mexia muito comigo. Ele era deslumbrante, tinha anéis de diamante dando sopa no bolso, e eu nunca havia sido tratada daquela forma por homem nenhum em minha vida. Ele me fazia sentir como se eu fosse uma princesa, única e especial. Eu podia não ser idiota, mas não era de ferro e, mesmo sabendo que ele devia manter esse tratamento com todo mundo, eu não conseguia evitar as reações do meu corpo quando ele estava perto.

— O que foi? — perguntei.

Nenhuma resposta.

— Eu hein, coisa estranha encarar os outros assim.

Seu olhar era intenso, como se me estudasse. Tentei outra abordagem.

— Você não vai aprender nada por telepatia. Se quiser saber alguma coisa, pergunte.

— Ok — disse ele sem perder tempo. — O que Leonardo Vilela queria com você?

Franzi a testa.

— Como assim o que ele queria comigo? — questionei e Nicolas estreitou ainda mais os olhos. — Ele só estava sendo legal, as pessoas daqui são assim, gostam de fazer amizade.

— Ah claro — riu ironicamente. — Amizade.

— É um conceito tão estranho para você? Talvez seja algo de cultura também, nós brasileiros somos assim.

— Pessoas como os Vilela são iguais em qualquer lugar, tampinha. A única amizade que eles têm é ao dinheiro. Não se engane, aquele menino não quer a sua amizade.

— Eu sei que não tenho dinheiro, Nicolas. Eu não estava pensando em aceitar o convite dele para ir ao Minas Tênis. Então se era essa a sua preocupação...

Ele ainda me encarou por algum tempo com uma expressão de quem ainda queria dizer mais coisas, mas não disse. Não insisti no assunto e cruzei os braços enquanto observava o céu escuro e cheio de neblina de Ouro Pretto nos envolver.

Ele ainda me encarava quando pousamos e, assim que deixamos o barulho das hélices para trás eu não aguentei mais. Assim que ele apertou o botão para chamar o elevador, perguntei:

— Qual é o seu problema, hein?

Estreitando os olhos ele me fitou por um tempo antes de responder:

— O meu problema? Em relação a quê?

— É realmente tão impossível assim alguém querer ser meu amigo? Pensei que nós dois fôssemos amigos. — Bufei e cruzei os braços, falando que estava entalado desde o helicóptero.