Beija-Flor

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Sou um mísero beija-flor, vôo de pétala em pétala atrás de uma flor que me satisfaça com seu pólen. Esta que se torna única, de outra não pego quaisquer faíscas, me nutro com seu pólen até não suportar mais, o que nunca ocorreu.

Já troquei flores e outras flores murcharam me deixando em prantos em busca de uma nova planta para admirar. A última era um belíssimo lírio, que emergiu há dois meses atrás.

Suas idas e vindas até este lírio lhe causaram conforto extremo e completo vício em suas substâncias extravagantes, além de sua beleza fora do normal.

Mas tudo que é efêmero, uma hora vai embora ou morre, e com esse lírio não foi diferente. Seu caule se foi, juntamente com sua presença ilustre daquele extenso jardim de uma casa de idosos rigorosos.

O beija-flor pensou, pensou muito mesmo. De que valeria esperar pelo próximo lírio ressurgir mais belo e atraente? Outros polinizadores iriam atrás desta bela planta para retirar sua essência.

Ele após muito voar no horizonte, sentir a brisa do vento e fazer seus barulhos pela manhã sendo um pássaro pequeno e facilmente capturável, ele decidiu partir também.

Uma amarílis com grande potencial estava a espreita em outro lugar e o beija-flor para lá voou, se enturmou facilmente com aquela flor, que completou sua personalidade.

O beija-flor agora todos os dias vai até sua amarílis e tira dela boas risadas, a voz meio rouca ecoa em sua mente, enquanto cantarola para ela de forma silenciosa o quanto o tempo com ela lhe faz bem.

Esta flor é uma incógnita, mas parece divertida de se buscar entender, voar até ela em quaisquer que sejam os dias e suportar a dúvida que o passarinho nutre dentro de si. Isso só faz com que o pequeno beija-flor veja ainda mais valor nela e em seu pólen.

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