Uma Estrela

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Escuro, nada se via
Não, havia algo, era pequeno e fraco
Sem quase luz alguma, uma estrela vagava nua
Era um pincelado, uma pintura, era branca como a lua.

Era quieto, não fazia barulhos
Vagava ondulante, em pleno escuro
Sua vinda a este lugar era inevitável
Ele estava atrás de algo imensurável.

Repentinamente, floresceu uma cor,
Era vermelha e exalava um enorme esplendor
Em um instante, essa luz ardente
Estava na frente da branca e imprudente.

— Está machucada — perguntou a luz recém-criada,
A branca nada falou, parecia fraca
O vermelho a rodeou, girando e girando
Quando viu, a luz branca já não estava brilhando.

A luz viva não parou de girar
Orbitava o nada sem descansar,
Ela tinha esperança de que a luz branca um dia voltaria.
Pobre luz, estava iludido.

Uma luz verde surgiu, era enganosa e vaidosa
Era até mesmo pior que uma víbora venenosa
Se aproximando cuidadosamente,
Olhava a vermelhinha maliciosamente.

— Ó pobre luz, o que faz sozinha? —
Vermelhinha nada disse, apenas saiu dali
Víbora era insistente, não deixaria vermelhinha partir,
Ela a perseguiu. — Onde estás, queridinha? —.

Vermelhinha desapareceu naquela vasta escuridão
Víbora não soube pra onde seguir e ficou ali em vão
Rodeou assim como a outra fazia
A espera de ver vermelhinha viva.

Tudo se repete, sem fim
As luzes nascem, orbitam e morrem
Elas eram inúteis, mas tinha suas memórias
Essas que as prenderam a orbitar um mesmo lugar.

Tudo era uma fantasia, uma luz acesa,
Eventualmente apagará e será esquecida
Sendo fútil ou não, elas se tornam presas,
São destinadas a sucumbir às trevas.

Uma nova luz branca nasce
Está só
Busca algo de verdade,
Mas está apenas ela, sozinha.

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