Chenle se ajeitou em sua cama para escutar melhor o pai, queria descobrir o resta da história de sua vida.
- Posso começar? - Doyoung pergunta deitando ao lado do filho.
O clima estava agradável, estava apenas com a televisão do ambiente ligada no som minino, a luz desligada e ambos estavam tapados com o edredom macio que Chenle havia ganhado de aniversário.
- Por favor! - Praticamente implorou o adolescente.
Doyoung sorriu, o filho lhe lembrava o marido pelo lado ansioso. Na verdade, Chenle lembrava um pouco dos dois jovens adultos.
- De onde paramos? - Pergunta gentilmente enquanto brinca com os dedos gordinhos do filho.
- O Kunie ia se mudar para a China - Chenle lembrou o mais velho.
- Ah, certo! - Doyoung assentiu - Bem, a gente não tinha muito o que fazer naquela época a não ser acatar a ideia dos nossos pais, até porquê seria mais seguro para o Kun de qualquer forma. E assim ele foi tirado da escola e retornaram a China - O Kim se arruma ficando de frente para o filho que prestava atenção em sua fala - No início foi muito difícil, muito mesmo!.
- Me lembro que ficava em ligação com seu pai todo dia a noite - O coreano sorri tristemente - Eu queria estar lá com ele, ajudando com os enjôos e desejos malucos que surgiam.
- Ele tinha muitos desejos malucos? - Curiosamente o adolescente pergunta.
- Nossa, sim! - Doyoung gargalha - Um deles era que ele precisava comer pastel feito por um brasileiro - O coreano se lembra da correria do sogro para achar um brasileiro na China desposto a fazer um único pastel - E olha que seu avô achou quem fizesse.
- Ele estava determinado!.
- Tudo isso para você não nascer com cara de pastel - Acrescentou - Mas seria o pastelzinho mais lindo do mundo.
Chenle acabou gargalhando genuinamente, aquilo era música para os ouvidos de Doyoung que amava a risada escandalosa do filho. Era um pai babão, não iria negar.
- Eu só conseguia acompanhar isso uma vez ao mês - Com um certo pesar em sua fala o coreano prossegue - E sempre que eu ia para lá, isso não acontecia, era sempre tudo tão calmo. Mas, pelo menos, quando você chutou a primeira vez, eu estava naquele dia.
- Como foi a sensação?.
- Não sei explicar, mas eu estava com a mão sobre a barriga de Kunie, ele estava com a mão dele junto da minha e nós estávamos no quarto dele assistindo televisão - Doyoung sorri com a lembrança - Só estávamos de boa sabe, até que eu não lembro o que eu falei e o seu pai começou a rir, até que nós sentimos, você finalmente havia chutado ele.
- Já comecei agredindo ele - Chenle sorri arteiro e arranca uma risada do pai.
- Foi uma sensação tão gostosa, não sei realmente explicar, mas lembro que a gente começou a chorar e quanto mais a gente falava com a barriga, mais você chutava - O Kim realmente ama essa lembrança - E o resto da gestação passou assim, até o dia de você nascer.
- E como foi? - Agora mais animado Chenle pergunta enquanto passa uma perna por cima das do pai.
Doyoung sorriu com o contato e limpou a garganta para terminar a história.
- Bem, a cessaria do Kunie estava marcada justamente para o dia em que eu estava na China, e aí dele ou de você se nascesse e eu não estivesse lá! - Brincou fazendo ambos rirem - Nós fomos ao hospital e a todo momento eu estava acompanhando ele, acho até que estava mais nervoso que ele.
- Meu pai ficou em casa, junto da sua avó a mãe de Kunie - Doyoung prosseguia com o conto - Meus pais vieram para a China junto comigo por causa do seu nascimento, e como o Jeno e Renjun eram bebês na época, os dois se voluntariaram para ficar em casa com eles, enquanto eu, seu pai, o pai do Kunie e a minha mãe fomos ao hospital... Na hora do parto eu obviamente entrei junto na sala, e então foi aí que realmente a minha vida ganhou sentido, sabe, é totalmente diferente saber que você existe e realmente te ver.
Chenle ouvia tudo com a maior atenção que possuía, tinha começado a ficar interessante a história de sua vida.
- E quando você chorou pela primeira vez eu percebi, que não existe amor maior do que o de um pai ou mãe a um filho - Doyoung sorriu - Eu não sabia quem chorava mais, eu, o Kunie ou você - Chenle riu novamente - Mas foi o dia mais feliz de toda a minha vida, sem sombra de dúvidas.... Quando te peguei no colo, e você tava todo estranho com aquela gosminha branca.
- Obrigado pela parte que me toca - O adolescente debochou brincando com o mais velho.
- De nada - Respondeu o coreano no mesmo tom - Mas quando finalmente te tive em meus braços, o mundo ao redor tinha parado, só estava eu, você e o Kunie ali... E você era tão pequeno, tão frágil que a gente tinha medo até de respirar perto de você. Mas, ao mesmo tempo era tão lindo ficar te admirando até a maneira como você respirava era encantador, exceto quando estava cheio de coco aí já era outra história.
Se antes Chenle estava rindo, agora até o vizinho tinha escutado a gargalhada do chinês.
- Meu Deus! - É tudo o que o garoto consegue dizer.
- Voltandooo - Brincou Doyoung - Nós fomos para a casa e por sorte era minha época de formatura da escola, pois já estava no último ano! Então eu fiquei na China por três meses, acompanhei tudo o que lhe envolvia e envolvia o Kunie.
- Vocês são pais babões - Chenle comentou.
- Você nem imagina - Completou o mais velho - Mas quando eu tive que voltar para a Coréia, foi difícil, demais deixar vocês dois lá e deixar Kun sozinho.... Apesar de seus avós estarem ali, não era a mesma coisa. Porém não demorou muito e em seguida vocês voltaram para cá.
- E quando vocês começaram a morar juntos? - Chenle pergunta.
- Acho que você tinha uns cinco anos? - Doyoung se pergunta não realmente recordando da data - A gente ficava na casa de seus avós até a sua hora de dormir, depois vínhamos para cá, isso quando você não vinha dormir aqui.
- Sei que o papo deve estar bom, mas já terminei o jantar - Kun anuncia do batente da porta sorrindo para os dois amores de sua vida.
- Depois continuamos campeão! - Doyoung sorri e se levanta da cama.
- Vou cobrar!.
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Meus Verdadeiros Pais - Chenle
FanfictionChenle sempre estranhou o fato de seu irmão cuidar 'tão bem de si - muito melhor que seus pais - de uma maneira 'tão paterna. E estranhava ainda mais a forma como o irmão de seu melhor amigo lhe tratava - se assimilando muito a de seu irmão -. Até q...