Capítulo 4

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— Tequila, limão e sal. Tem certeza que você não precisa de nenhum copo? — o dono do bar perguntou depois de deixar todos os itens que pedi em cima da mesa. Ele era ranzinza, as vezes mal-encarado, mas no fundo sempre soube que tinha bom coração e não negava ajuda, como fiz hoje.

Apenas para torturar, esperei até esse momento para me pronunciar.

— Sim, está tudo certo. Promete não espiar? — falei divertida e o vi dar as contas e resmungar sem me responder, ou seja, ele faria o que pedi.

Todas as mesas estavam com as cadeiras em cima, menos a nossa. Havia um grande balcão ao fundo, uma pequena pista de dança, mesas de sinuca e uma jukebox. Típico bar de motociclistas, rendia bem e nos proporcionava bons momentos de final de semana.

— Daia, você é uma mulher muito atraente e inteligente...

— Nem ouse colocar um mas nessa frase, Castiel. — Levantei, peguei a cadeira que estava sentada e afastei. Tirei meu colete e minha blusa sem aviso prévio. — Nós conversamos ontem à noite e provamos que há química entre nós. Pelo celular você parece muito confiante, mas agora... onde está o sedutor que falou comigo?

— Não estou acostumado em ser o mais fraco da relação ou o que precisa de apoio para andar. — Ele pegou a garrafa de tequila e abriu seu lacre.

— Você não está tomando remédios controlados? — Sentei na cadeira, cruzei minha perna e mantive meus seios, cobertos por um tope esportivo a vista.

— Parei há uma semana, só não aguentava mais me sentir dopado. — Ele virou a garrafa na boca e tomou um gole do álcool. — Ah, como senti falta disso.

— Sabe que é uma droga pela outra. Minha intenção com a tequila não era de te fazer beber.

Ele pegou uma fatia de limão, chupou e fez uma careta.

— Venha aqui! — Ele bateu em cima da mesa e com muito custo, afastou um pouco a sua cadeira.

— Faltou a educação e o sal — falei divertida.

Ficamos um bom tempo nos olhando até que seus ombros caíram e ele exalou de forma audível.

— Eu te vi abraçada com um cara na frente do estúdio de pilates antes de sair do táxi.

Ah, muita coisa começou a ser esclarecida e minha postura altiva começou a dar lugar para uma acolhedora.

— E você deduziu...

— Que talvez eu nunca consiga te carregar. — Ele bateu na mesa com a mão aberta. — Não vim para esse mundo ser apenas mais ou ser um estorvo na vida de alguém. Minha mãe está se realizando ao cuidar da minha vida, mas não vejo a hora de sair daquela casa e voltar a viver por mim, mas minhas pernas...

— Tudo está como deveria estar. — Descruzei as pernas, abri-as bem e coloquei as mãos no encosto, apertando meus seios e dando uma visão e tanto para ele. — Talvez você queira me carregar, talvez eu não queira ser carregada... que diferença uma ação irá fazer quando o sentir está muito além?

Levantei, virei de costas e inclinei para frente, empinando minha bunda para ele. Minha mão apoiou em meu joelho e depois foi subindo pela minha coxa e parou na minha bunda. Olhei por cima do meu ombro e vi o desejo estampado em seus olhos e na sua boca aberta.

Caminhei rebolando até a jukebox, coloquei minha música preferida, Bom Jovi, It's My Life e voltei para perto dele balançando a cabeça ao ritmo da música.

"This ain't a song for the broken-hearted" (Esta não é uma canção para quem tem o coração partido).

Perfeita para o momento, não queria falar de nada além do que a vida era possível de proporcionar para nós dois. Ele tinha limitações físicas passageiras, eu tinha limitações financeiras... cada um em sua área, o único que não era limitado era o amor.

Caminhei até sentar em cima da mesa, abri minhas pernas para que seu corpo se encaixasse e sem desviar o olhar, pegou o saleiro e empurrou minha barriga para que meu corpo deitasse um pouco.

Uma, duas chacoalhadas perto do meu umbigo e sua boca chupou, me fazendo engolir um gemido. Finalmente estávamos falando a mesma língua, a do sentir. Suas mãos deslizaram pelas minhas laterais e subiram até meu tope, me fazendo arquear o corpo, pois sua boca não deixou minha barriga.

— Como pode um homem como eu ter uma mulher como você assim...

— Assim como? — perguntei quando ele virou mais uma vez a garrafa de tequila e eu tirei de sua mão, para tomar um gole também.

— Não estou completo, para andar eu preciso de apoio e parece que isso não te incomoda. Por quê?

Coloquei a garrafa atrás de mim, segurei seu rosto e acariciei suas bochechas. Ele estava tão preocupado com seus defeitos que esquecia as qualidades que me fizera encantar.

— Você é espontâneo quando não permite limitar por causa de um problema. Sabe o poema da pedra no caminho? Nada mais do que isso, uma pedra. — Saí de cima da mesa e parei em cima dele, mas sem me sentar em seu colo. — Eu te vejo, Castiel assim como você me vê. Só aceite em seu coração o significado que minhas ações têm.

Sentei em seu colo, mas mantive minhas pernas como apoio, porque as dele ainda não poderiam me aguentar. O volume em sua virilha indicava que estávamos na mesma página e um sorriso estampou nossos rostos antes de envolver meus braços no seu pescoço e beijar seus lábios com a mais suave e sensível carícia.

Suas mãos encontraram minha bunda, forçou nossa união e não consegui, mas me manter sem me soltar em cima dele.

— Pode ser ruim para suas pernas...

— Estou pouco me lixando para elas no momento, eu só preciso te sentir! — suas palavras pareciam uma prece e com voracidade, ele aprofundou o beijo e digitalizou todas as curvas do meu corpo.

Ela sabia o que era melhor para si, por isso me deixei levar e esqueci qualquer cuidado extra que não fosse o que ele requisitasse.

Quando suas mãos encontraram meus seios e apertaram, gemi na sua boca e precisei me afastar, ou faríamos tudo ali, onde qualquer um pudesse entrar.

— O que foi? — perguntou segurando a minha mão, parecia com medo de me afastar. — Se está preocupado comigo, eu estou bem. Melhor, impossível. Você não está me machucando.

— Tem certeza que quer embarcar nessa aventura comigo? — perguntei insegura, porque comigo não havia volta quando se tratava de seguir para o próximo passo. — Sou sincera, sei meias palavras ou frescuras. Minha família é o Moto Clube e prezo minha independência acima de tudo. Amo e vivo, sem limites, até que eu seja machucada e então, me afasto, para nunca mais voltar.

Seus olhos brilharam, sua mão apertou a minha e ela se levantou ficando assim acima de mim. Seu sorriso era sedutor e seus olhos escondiam algo que eu queria saber e decifrar.

— Eu disse que me casaria com você. O próximo passo é apenas um passo, porque nada irá interferir no que está destinado a ser. — Segurou no meu braço, seu um passo para mais próximo de mim e beijou meus lábios com carinho e uma careta. — Me diga que você tem um lugar mais aconchegante para podermos transar.

Estiquei meu corpo, peguei a garrafa de tequila, a tigela com limões cortados e envolvi a sua cintura com meu outro braço.

— Se era para me dar coragem e abrir meu coração, não preciso mais da tequila.

— Você não viu nada. — Pisquei um olho e comecei a andar. — Venha, meu quarto fica alguns metros daqui. 

Para o Amor Não Há Limites - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora