Angelina tem apenas um propósito de vida: Vingança.
Descendente de Lumiar, um reino que fora completamente destruído por Solaris, prometeu a si mesma e a toda sua família que recuperaria o poder a qualquer custo.
Ela foi criada e preparada para se...
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Meus olhos tentam vasculhar rapidamente a multidão.
Não consigo encontrar Celina ou Samuel ou Sofia ou qualquer pessoa que eu precise ver agora.
Eu posso lutar sozinha. Eu fiz em Flair. É só um lugar diferente.
Minha perna se move para dar um passo e o aperto na minha cintura se intensifica, me prendendo no lugar.
Viro meu rosto e encontro Leon. Seu maxilar está trincado, tem a respiração agitada e percebo que o olhar vazio, deu lugar para um olhar ardente em fúria.
E, pela primeira vez desde que nos conhecemos, sua voz sombria realmente me assusta.
Mas como ele pode... como ele ousa pedir pra eu ficar parada diante de uma situação dessa? Pessoas inocentes morrendo, sofrendo, sendo abusadas.
Pessoas que não fizeram nada de errado além de existir.
— Você acredita que eu vou te obedecer? Não respondo a você.
— Angelina. — Repreende, não se importando se alguem vai ou não escutar meu nome verdadeiro
Ele não tem coração? Ou um mínimo de humanidade?
A resposta é óbvia. Não.
É isso que eles são. Talvez, ele seja o pior de todos.
Deve acreditar tambem que eu, e aquelas pessoas covardemente atacadas são só ferramentas, inferiores, que devem se curvar a Solaris.
Nojo. É o que ele me faz sentir.
O mais puro e profundo nojo.
— Não toque em mim com essas mãos malditas ou eu juro que irei arrancá-las fora. — Rosno
— Querida, eu sei que adora ser barulhenta e me contrariar, mas eu apreciaria se calasse essa linda boca e me escutasse. — Responde e é nítido que está começando a perder a paciência
Bom.
Mas a voz amarga da bruxa que ainda está aqui, pega novamente minha atenção.
— Quem te deu autorização pra latir na minha presença? — A rainha grita, se referindo a mulher no chão, que implorou pela família — Veem como são inúteis? Essas coisas inferiores e defeituosas não merecem ser felizes ao custo de nosso sofrimento.
Cassiana encara a cena com diversão. O brilho no rosto dela cresce a cada segundo que passa. Psicótica. Maluca.
Todos eles!
Quantos eu consigo matar e em quanto tempo? O que eu faço primeiro?
— É aqui que começa a nova era. Com o apoio dos três grandes reinos, os humanos inferiores irão prover todas as nossas necessidades, iremos aumentar o nosso poder e crescer juntos e fortes.
— Für unsere fortschreitende, Kraft und Stärke
O rei resolve falar, cheio de orgulho, o slonga do Reino de Solaris, que significa "pelo nosso avanço, poder e força" e toda a população grita após ele
Eles estão... declarando guerra?
Irei destruir todos. Cada um deles. Não posso descansar enquanto não estiverem engasgando no próprio sangue.
A rainha pega a mulher novamente pelos cabelos e uma luz brilhante começa a sair do corpo da prisioneira, sendo absorvida por Ágatha. Sua força vital.
Sua boca está aberta como se estivesse tentando gritar. Mas nenhum som é emitido.
A pele ficando cada vez mais pálida e tremendo, como se sofresse uma convulsão.
Com todas as minhas forças, empurro Leon pra longe de mim e conjuro minha espada.
Porém, um grande rugido faz todo o piso tremer.
É um terremoto? Os seres que ainda estavam na praça se abaixam e eu me seguro no muro da sacada pra não cair no chão.
No entanto, não foi um desastre natural que causou o tremor.
Ao longe, vejo um enorme dragão. Diferente de qualquer coisa que já tenha visto.
O que está do nosso lado, nem pode se comparar.
Sim, eles são raros. Mas os que andam entre nós são de porte médio.
Logicamente voam, soltam fogo, e um mago de bom nível consegue os derrotar.
Não é o caso da fera que vem voando em nossa direção. É, pelo menos, dez vezes maior do que a que está aqui.
Seus olhos são duas esferas vermelhas e brilhantes, tão amedrontadoras que sinto minhas pernas falharem.
Sua pele é escamosa e parece áspera, pontuda, afiada. Suas asas gigantes derrubam algumas das construções.
Sua boca se abre pra rugir outra vez e tenho medo de perder a audição. Seus dentes são do tamanho das minhas mãos? Ou dos meus braços? Não tenho certeza.
E o fogo que envolve seu corpo, parece capaz de queimar até mesmo a mim.
Ele é... esplêndido, grandioso como nunca vi igual. Jamais contemplei algo tão incrível, meus olhos brilham em puro fascínio.
— Parem a besta. Parem agora! — A rainha grita e eu lembro de onde estou
Ela ja largou a mulher e agora se prepara para descer.
O dragão incedeia os predios, as torres, tudo que encontra pelo caminho e ninguém é capaz de pará-lo.
Todos correm em alvoroço, tentando achar algum lugar pra se abrigar, mas é inútil fugir.
O vermelho das chamas pintam a cidade. E o exército juntamente da Rainha, estão indo tentar fazer uma barreira mágica, pra impedir que avance e cause mais estrago.
— Venha. Precisamos ir. — Leon começa a me puxar
Por que ele está tão tranquilo?
A rigidez sumiu de sua face. Não tem nada de sério ou triste nele agora. Muito pelo contrário
— Está se divertindo? — Questiono, incrédula. Ele apenas me olha e continua me arrastando pra fora dali
O dragão de Solaris solta a cela dos prisioneiros e meu corpo gela.
— Eles vão morrer! — Grito para que Leon me escute e pare, mas ele nem se abala
Mas uma fumaça azul cobre o ferro e os faz desaparecer. Percebo que a mulher que foi atacada por Ágatha também sumiu.
Tudo que resta, é uma Cassiana olhando pra nós com muita raiva.
