6. Manhoso adoentado

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Nos dias que se seguiram Tharn parecia
ter encontrado uma nova motivação devida:

Grudar em mim tal qual cola super bonder.

Aquelas que colam tudo que você imaginar..

Não que isso não acontecesse antes, mas parece que tinha ficado pior.

Estava sempre tentando escapar para o chuveiro comigo, apesar de eu sempre trancar a porta ou arrumando qualquer desculpa para me tocar.

E eu?

Ficava em um beco sem saída.

Por isso, sempre buscava estar perto
das crianças e não sozinho com ele.
Afinal, perto dos filhos, aquele safado
teria que se controlar. Mas, na hora de deitar, era meio complicado. Não podia simplesmente dormir na sala assim do nada, porque Tharn certamente faria um interrogatório enorme e começaria a
falar destrambelhadamente sobre como
ele se preocupava comigo ou como
deveríamos procurar um médico para
um check-up, pois algo estava estranho.

Ele não havia desistido disso desde
quando contei-lhe sobre a perda de
memória..

Dessa forma, eu tentava me manter
distante como podia, com medo de que
deixasse as coisas saírem do controle
como naquela noite do beijo. Ainda me
pergunto que tipo de feitiço caiu sobre
mim na ocasião em questão, pois não
tinha conseguido fazer nada mais do
que simplesmente me deixar derreter nos braços do outro.

E isso não poderia acontecer outra vez.

Essa era a teoria, já a prática era muito mais difícil.

Agora mesmo, estávamos ambos sentados na cama, eu com o notebook sobre as pernas, terminando de preencher a ficha de evolução de um paciente e Tharn me olhando igual cachorro sem dono.

- Não vai dormir? - Perguntou depois de
alguns minutos quieto.

- Tenho que terminar aqui, primeiro.

- É o seu chefe lhe enchendo de trabalho
outra vez?

- Não necessariamente, agora são coisas
que eu realmente preciso fazer.

- Hum. - Fez bico, desviando o olhar.

- O quê foi, Ai'Tharn?

- Nada.

Tinha aprendido que um "nada" na
boca dele era sinônimo de muita coisa.

- Eu não vou perguntar de novo. - Pressionei.

- Eu queria dormir de conchinha.

Inacreditável.

Com direito a carinha de filhote de cachorro e tudo.

- Sinto muito, não posso te ajudar. - Voltei minha atenção para a tela.

- Type... - Continuou resmungando e agarrando meu braço livre.

- Estou ocupado, não está vendo? Além de grudento, agora é cego?

- Mas eu sinto sua falta. - Choramingou.

Apenas o encarei e dei de ombros. Ele bufou contrariado e em seguida tirou o computador do meu colo.

- Ei! O quê pensa que está fazendo? - Apenas me ignorou.

Observei confuso como ele saiu de debaixo das cobertas e se arrastou para o meu lado até encostar a cabeça em uma de minhas coxas.

- Pronto! Agora você é obrigado a me ter
por perto. Um pouquinho de carinho,
por favor - Como se não bastasse, o danado ainda pegou minha mão esquerda e pôs sobre sua cabeça para
receber um cafuné.

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⏰ Última atualização: Oct 11, 2023 ⏰

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