AMOR INIMIGO|Nosh(gay Fic)

Suas partes ruins me fazem te querer.

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"Sabe aquela sensação de ver o mundo parar? É a mesma que eu tenho ao ver ele. Talvez eu goste um pouco dessa ideia, talvez eu goste de como seus olhos verdes incendeiam minha alma, mas só talvez."

Vento seco corta minha pele, a rua molhada estala contra meus Air Force's pretos, minha silhueta escura se reflete de maneira embaçada por conta da roupa preta que uso.

Paro em frente a janela de sua casa, as luzes claream a faixada do local. A grama molhada é afogada por meus tênis que andam nela.

Contorno a casa, e vou até o jardim lateral. Olho pela porta de vidro, me certificando de que não há ninguém pra me atrapalhar.

Abro devagar e corro em direção as escadas da maneira mais silenciosa que consigo.

Subo e paro em frente ao corredor.

- Mas irmão, por que os meninos não tem que sentir "monstruação" também?- Reconheço a voz de Sofya.

Me seguro pra não rir, ela é tão fofa, igual ao Noah, pera, não, ele não é fofo. Ele é um mimado, metido e egoísta.

Vejo ele sair do quarto da menina e fechar a porta.

Abre a porta a frente, e entra fechando logo em seguida. Seu quarto ainda é de frente ao de Sofya?! Que estranho. Sei que ela ama a irmã, mas não é um limite ultrapassado?! Tipo, se eu passo meia hora com a Sina eu desço a mão na cara dela, mas mesmo assim gosto, não como Noah. Ele parece viver pra roupas e pra Sofya.

Caminho devagar e paro em frente ao quarto, exito em abrir, encosto minha orelha direita na porta, e escuto, fungadas?! Ele tá chorando?! A quanto tempo não vejo ele chorar?! Ele ainda lembra que fomos amigos antes dessa zona?!

Levo minha mão a maçaneta, giro ela e cuidadosamente abro a porta de carvalho branco.

Vejo Noah sentado em frente a sua penteadeira, ele está com "Fogo" na mão?! Ele não jogou o "Fogo" fora?!
Dei pra ele no dia em que... Bem eu beijei ele pensando que ele sentiria o mesmo que eu, e ele fingiu, fingiu gostar de mim. Mas me trocou pelo Alex.
Afasto esse tipo de pesadelo em forma de lembrança, e fecho a porta que não emite som algum, essa isolação é boa mesmo.

Olho seu rosto vermelho através do espelho. Era como se Noah fosse um mistério preso do lado de fora de uma casa, da minha casa, um mistério que me rondava, que me chamava pra explorar, e eu não sabia como reagir, observava e admirava de certo modo, vendo como sua beleza é coerente a perfeição. Observava sua bondade e doçura, o observava de fato, o observava através da minha janela.

Ele para, e vejo seu olhar em mim através do espelho. Ele se vira e levanta.

- O quê você quer aqui? Será que hoje não foi o suficiente pra me irritar Josh?!

-Noah, não tem porque agir assim. Seu pai deu um jeito.

-Ele sempre dá.- Seu olhar fica cabisbaixo.- Deve ser uma vocação. O que quer aqui? Não tô afim de fingir mais um pouco, sua cara tá me cansando.

Rimos de sua brincadeira. Mesmo com o que fizemos, bem, aquele acidente. Ele conseguiu manter um bom humor, mas como?! Ele sempre foi tão sensível. Sinto que ele só não quer expressar toda a frustração e medo dentro dele.