PRIMEIRO CAPÍTULO

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"Noah e o Caminho para o Desconhecido"

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"Noah e o Caminho para o Desconhecido"


     Noah estava eufórico naquela manhã de sábado. Uma ansiedade latente o havia acompanhado durante todo o mês, pois este dia havia finalmente chegado: a oportunidade de viajar até Connecticut para participar de uma convenção de fotógrafos. Seu coração palpitava com a expectativa de captar imagens únicas, mas não as típicas paisagens ensolaradas e rostos sorridentes. Sua grande paixão era tirar fotos de lápides e estátuas de mausoléus, elementos que, para muitos, eram sinônimos de uma melancolia fúnebre, mas para ele eram fontes de beleza e reflexão.

Desde muito novo, Noah se sentiu diferente dos rapazes da sua idade. Sua timidez inata e sua afinidade por interesses excêntricos o afastavam das atividades comuns. Para ele, encontrar a beleza na solidão dos cemitérios era uma forma de se conectar com algo mais profundo, algo que a maioria das pessoas não compreendia. Ele via poesia onde a maioria enxergava tristeza vazia.

Enquanto se preparava para a viagem, o telefone tocou, interrompendo seus pensamentos. Já sabia quem era do outro lado da linha: era Tommy, seu amigo, que também era fotógrafo. Apesar de suas diferenças em gostos e interesses, havia uma conexão única entre eles quando se tratava de fotografia e música.

Noah atendeu com entusiasmo, sua voz transbordando de animação.

— Alô, Tommy? Tudo pronto aqui. Estava prestes a dirigir para Connecticut e me jogar nessa aventura fotográfica!

Tommy, do outro lado da linha, não escondeu sua empolgação ao responder:

[— Noah, que sorte a minha te pegar antes de você partir! Estou ansioso para ver as fotos que você vai tirar. O que você espera capturar desta vez?]

Noah compartilhou seus pensamentos com um toque de mistério em sua voz:

— Cara, estou precisando de inspiração. Na verdade, tenho esperança de encontrar alguma beleza única nos cemitérios da região mais afastada. Um lugar tão cheio de história e mistério.

Tommy, conhecendo bem a peculiaridade de Noah, riu descontraidamente.

[— Ah, Noah... Você e sua paixão por cemitérios! — riu. — Você tem um olhar especial para isso. Mal posso esperar para ver suas imagens.]

Noah agradeceu a compreensão de seu amigo:

— Pode deixar, Tommy. Se alguém entende meu estranho fascínio, é você. Ei! Me passa as coordenadas para o GPS novamente, só para garantir?

Tommy brincou com um toque de preocupação amigável:

[— Sem problemas. Não quero te ver perdido no meio da estrada.]

Noah pôde ouvir um riso baixinho do outro lado da linha. A risada de Noah se juntou à de Tommy, criando um momento de cumplicidade:

— Rarará... Estou caindo de rir.

[— Claro, aqui estão as coordenadas. Que as forças obscuras da fotografia estejam com você!]

Noah sentiu o calor da amizade de Tommy:

— Obrigado, meu amigo.

[—Tenha cuidado por aí! Não se esqueça de capturar a essência sombria e intrigante desses lugares. Boa viagem, Noah!]

— Valeu, cara! Obrigado! — desligou.

Logo em seguida, já na estrada, Noah recebe as coordenadas pelo GPS do celular. Entretanto, a reviravolta aconteceu no meio do caminho. Noah estava absorto em seus pensamentos quando a chuva tornou-se torrencial o surpreendendo e para completar, um som súbito de estouro indicou que seu pneu havia furado. Com coragem, ele dirigiu da melhor forma que pôde até conseguir sair da estrada principal, encontrando-se à espera de um raio de esperança na forma de um carro que passasse e pudesse lhe prestar ajuda.

Noah estava sozinho, e a frustração cresceu dentro dele.

— Droga! O maldito pneu furou! O que mais poderia dar errado? — ele suspirou profundamente, uma mistura de raiva e desânimo em sua voz. — Ah, claro! O GPS também me deixou na mão! Perfeito!

O sentimento de frustração crescia, enquanto Noah tentava usar o celular, mas ele também não funcionava.

— Isso não está acontecendo... Não agora! — exclamou, suas palavras cheias de indignação e desespero.

Foi nesse momento que algo verdadeiramente inesperado aconteceu. Noah avistou a uma certa distância uma placa à beira da estrada anunciando a existência de um vilarejo naquela direção.

— Bem, não tenho muitas opções aqui. Vou seguir a placa e ver se consigo encontrar ajuda nesse vilarejo. Alguém deve ter um pneu ou saiba consertar este furo... Que saco! E tem mais essa chuva, para completar!

Noah, se protegendo da chuva com o casaco e completamente sem alternativas, viu-se diante de um dilema. Ele ponderou por um momento, o desespero contrastando com a determinação em seu olhar. Com um suspiro resignado, ele decidiu seguir sua intuição e se aventurar na direção do vilarejo distante.

"Seja o que Deus quiser..." — pensou.

Uma centelha de esperança brilhava em seu coração enquanto ele se encaminhava para o desconhecido, buscando auxílio em um lugar que jamais imaginara visitar.

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(775 palavras)

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