SEGUNDO CAPÍTULO

41 15 41
                                    

"O Caminho de Noah para Tombstone Village"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"O Caminho de Noah para Tombstone Village"


     Noah avançou com passos resolutos pelo coração da densa floresta, onde a chuva intensa transformava o cenário em um espetáculo aquoso. Uma sensação avassaladora de vergonha o envolvia, relembrando-o de sua própria inabilidade em trocar um pneu de carro, uma carência que se revelava agora, justamente quando mais necessitava dela.

— A chuva não poderia ter escolhido um momento mais inoportuno... — murmurou, sua voz quase se perdendo na tempestade que o cercava.

Os passos de Noah no chão lamacento eram curtos e suaves, como se temesse que o próprio som traísse sua presença. Em pouco tempo, ele se viu diante dos portões de um cemitério antigo, um lugar onde o silêncio parecia mais denso do que a escuridão que o cercava. Os portões se abriram para trás, como se convidassem aqueles que ousassem cruzá-los a adentrar um mundo desconhecido. Ao lado, uma placa de bronze envelhecido exibia com letras góticas as palavras "Bem-vindos aos Portões da Eternidade", acompanhadas de um aviso enigmático: 'Passar por esses portões é um convite à descoberta do inexplicável, à jornada rumo à misteriosa Tombstone Village'.

Noah hesitou por um instante, um arrepio percorrendo sua espinha enquanto o vento sussurrava segredos ancestrais nas árvores ao redor.

— Hum... Interessante! Por que não? — disse com o coração acelerando de expectativa, já empolgado para fotografar tudo ali.

Como se guiado por uma força inexplicável, a chuva que antes caía com fúria começou a diminuir gradualmente, até cessar por completo. O que restou foi o aroma encantador de terra molhada. Noah sentia-se irresistivelmente atraído por aquele lugar singular. Estátuas majestosas vigiavam os corredores do cemitério, mausoléus adornados com anjos pareciam sussurrar histórias antigas, e as lápides de mármore, meticulosamente esculpidas, pareciam guardar segredos milenares. Impulsivamente, ele retirou sua câmera, ansioso para capturar cada detalhe desse cenário magnífico, pois sua paixão pela fotografia estava prestes a testemunhar algo verdadeiramente extraordinário.

Noah estava parado diante dos limites do cemitério, hipnotizado pela atmosfera enigmática do lugar. Ele sussurrou para si mesmo:

— Que lugar maravilhoso! Tommy ficará de queixo caído ao ver essas imagens! — exclamou em um sussurro, mal ousando quebrar o silêncio que envolvia o cemitério.

Suas palavras ecoaram, como se os antigos espíritos que habitavam o local despertassem de um sono profundo, curiosos com a visita inesperada. O vento, por sua vez, parecia concordar, balançando as árvores com um murmúrio aprovado.

Contudo, quando ele ergue os olhos da câmera, nota uma moça elegante e misteriosa segurando um guarda-chuva com uma das mãos e acenando com a outra para ele do outro lado de uma pequena ponte de madeira que separava o cemitério da pequena vila. Noah ficou intrigado, tentando secar o excesso de água do casaco e sem hesitar, decidiu se aproximar da jovem.

— Parece que você expulsou toda aquela chuva furiosa, forasteiro!

— Pois é... — falou, envergonhado. — E você parece ser parte deste lugar misterioso. O cemitério é incrível. Estou tentado a capturar sua beleza com minha câmera.

— Ah! A câmera é uma escolha interessante. O que te trouxe aqui, além das fotos? — perguntou com um leve toque de mistério.

Encantado não apenas com a hospitalidade, mas também com o sorriso cativante da jovem, Noah decidiu revelar o verdadeiro motivo que o trouxera até aquele lugar: um pneu furado.

— Bem, para ser honesto, eu tenho um pequeno problema com meu carro. Um pneu furado, na verdade. — confessou, meio tímido.

— É raro ver alguém por aqui com interesses tão desejosos. Sou a Eliza, filha do coveiro. Prometo não contar a ele sobre suas fotos. Venha comigo. Você precisa tirar este casaco encharcado. — ofereceu um espaço para ele andar ao seu lado, na ponte.

— Agradecido pela gentileza, Eliza. Me chamo Noah. Isso seria ótimo. Eu realmente me sinto estranho neste lugar, mas tem algo especial aqui que me atrai.

Noah se sentia desajeitado, mas se apresentou para Eliza, pedindo desculpas por sua indiscrição com as fotografias e, ao mesmo tempo, perguntando se alguém na cidade poderia ajudá-lo com o pneu.

— Não se preocupe, Noah. Vamos encontrar alguém na vila que possa ajudá-lo com isso. E enquanto caminhamos, que tal compartilharmos um pouco mais sobre nós mesmos?

Noah agora se sentia mais à vontade com a simpatia de Eliza. A presença dela no pequeno espaço entre seus ombros o agradou intimamente.

— Bem, minha história é um pouco complicada. Estou estudando para me formar em fotografia e vivo em busca por imagens que retratam a magia por trás de anjos e lápides capturadas. E assim, essa paixão me levou a lugares inesperados.

— Deve ser maravilhoso viajar pelo mundo, capturando a alma das coisas...

— E você, Eliza? O que faz?

Ela o olhou enigmática com um sorriso tímido, sem responder.

A conversa fluía naturalmente, enquanto eles caminhavam em direção à vila, e Noah percebeu que há mais do que uma simples troca de pneu esperando por ele naquele lugar.

Aos poucos, o que era aguaceiro, se transformou em um vento fraco e úmido. Levantando pequenas folhas das árvores ainda molhadas. Eles iam lado a lado, compartilhando suas histórias, sonhos e razões que os levaram àquele encontro inesperado, criando um vínculo que parece transcender o tempo e a chuva que agora era apenas uma lembrança distante.

Para o casal, ficou a sensação de um estranho reencontro inexplicável, tal era a boa conexão entre os dois.
Não demorou muito, Noah já avistava o misterioso vilarejo acompanhado daquela bela jovem.

༻✦༺  ༻✧༺ ༻✦༺

(902 palavras)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

(902 palavras)

MEMÓRIAS SOB LÁPIDESOnde histórias criam vida. Descubra agora