Capítulo 6

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                     HARRY STYLES

Não tenho certeza de quanto tempo ficamos sentados no sofá até que percebi que ele adormeceu. Eu fecho meus olhos e o seguro mais perto. Seu batimento cardíaco bate contra meu peito, estável e forte, assim como ele. Ninguém mais está por perto, ninguém mais pode me ver curtindo este momento mais do que eu deveria, mas ninguém sabe como é difícil passar cada dia sem conseguir respirar completamente porque não posso tocá-lo.

Então eu vou levar isso.

Vou abraçá-lo a noite toda e confortá-lo. Parece inocente, mas internamente, me dá alguma forma de alívio. Eu sou capaz de respirar fundo pela primeira vez desde que ele tropeçou neste clube, todo machucado e quebrado, me deixando com os joelhos fracos com um olhar. Este garoto me tem enrolado na porra de seu dedo.

Eu corro meus dedos por seus fios de seda. Eles são tão macios, mais macios do que eu pensei que seriam. Enterrando meu nariz, fecho meus olhos quando sinto o cheiro de pêssegos. Porra, eu amo o cheiro dele. Me chama de maneiras que não consegui entender. É como se eu tivesse tido uma impressão nele, como um animal faria.

Ele merece coisa melhor do que algum velho motociclista. Sonho com o dia em que ele fará dezoito anos, mas e depois? Ele vai fazer quarenta e eu vou fazer sessenta e um? Que vida é essa para ele? Estou quase no auge de ter filhos. Eu vivi minha vida e ele apenas começou. Seria egoísmo da minha parte levar os bons anos pela frente.

E eu quero ser. Porra, eu quero ser egoísta com ele, mas sei que meu pequeno maníaco merece coisa melhor. Talvez ele possa encontrar alguém tão louco quanto ele. A ideia de outro homem com ele... me deixa vermelho. Eu quero matar qualquer um que me impeça de ter uma vida com ele.

— Death?

Merda.

Limpo minha garganta e levanto Louis de cima de mim para colocá-lo no sofá. Eu sinto que fui pego fazendo algo que não deveria estar fazendo. Louis aperta seu abraço em volta do meu pescoço e choraminga no meu ombro.

— Está tudo bem, — diz Sliter enquanto se senta no sofá ao nosso lado. — Não o acorde. Tenho certeza de que ele se sente seguro agora.

Eu engulo, sabendo que há uma compreensão e uma pergunta não ditas no ar entre nós. Acho que gosto de fingir que ninguém tem ideia do que está acontecendo entre mim e Louis. Isso torna mais fácil de manusear.

Sliter tem sangue nas mãos e uma mancha no pescoço e na bochecha. Ele parece exausto.

— Quanto tempo? — Sussurro o melhor que posso para não acordar Louis, mas minha voz continua estrondosa. Ele suspira contra mim, e seu sopro está quente na lateral do meu pescoço. Arrepios surgem por todo o meu corpo, e eu me amaldiçoo por reagir dessa maneira.

— Algumas horas. Doctor ainda está trabalhando. Shooter o está ajudando. Não é bom, Death. Tanto eu quanto o Shooter doamos, mas você vai ter que ir lá para dar mais. Os caras precisam ficar juntos também. Precisamos de tudo que pudermos. Paul não consegue parar o sangramento.

— Só me dê um minuto, tudo bem? Me deixe levar ele para o quarto dele, e podemos conversar sobre isso. Eu não quero que ele ouça nada. — Para ser honesto, a última coisa que quero fazer é levá-lo para o quarto dele. Tê-lo em meus braços é tão bom, e eu sei que não terei essa chance novamente por um tempo.

Saber que ele está arrasado com seu irmão me faz segurar minha merda. A última coisa que ele precisa ver é eu desmoronando. Eu sou a espinha dorsal do clube, as pessoas me procuram em busca de orientação e força. Por dentro, estou gritando com toda a força dos meus pulmões, pronto para entrar em uma fúria assassina. Se alguma coisa acontecer com Burner, vou destruir esta porra de cidade para encontrar respostas, e se Burner morrer, não haverá homens suficientes para conter minha ira.

The Wolves MC | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora