Capítulo 31

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Daemon Targaryen

O dia era longo e cansativo, ela estava dormindo ainda descansando da dor que ela tinha passado durante a madrugada, com um movimento cuidadoso, ajeitei suavemente a coberta ao redor dela, protegendo do frio

Eu não sai do lado dela desde que ela tinha adormecido, cuidadosamente, dei um banho nela ali mesmo na cama, limpei o corpo de rhaenyra e depois coloquei uma roupa limpa, troquei a roupa de cama colocando lençóis limpos, para ela ficar confortável mesmo dormindo

Cantei músicas em valiriano baixinho, eu não queria sair do lado dela, mas ao mesmo tempo queria encher a cara de bebida, a dor da morte do meu filho batia no peito como espadas, me perfurando por inteiro

Imaginando como seria ter meu filho nós braços mas não conseguia sentir, olhei para ela e fazendo carinho

Fiz tudo o que era possível dentro dos alcances, a deixei confortável na cama, e fiz carinho nela, ali eu fiquei o resto do dia enquanto ela dormia

Peguei um livro, que ela parecia estar lendo, e comecei a ler do ponto que ela tinha parado pois a página estava marcada ali eu fiquei algum tempo lendo para ela, eu não tinha sono não queria dormir, pois estava com medo que algo acontesse enquanto eu dormia

Com o dia passando escutei uma batida na porta do quarto, me levantando, caminhei até a porta e abri, vi viserys ali e eu cruzou os braços

-oque quer? - Daemon perguntou, tentando segurar as lágrimas.

-Vamos conversar... você precisa beber - Viserys disse, parecendo nervoso.

-Não, não quero a deixar sozinha. Ela pode acordar - Daemon respondeu firmemente.

-Vamos, Daemon, tranca a porta e vamos - Viserys insistiu, saindo do quarto

Eu não queria beber por ela, porque quando acordasse eu queria estar 100% para ela, mas não era possível, estava em um estado de tristeza e queria poder acabar com isso

sai do quarto e tranquei a porta, só eu tinha acesso para abrir, então caminhei em direção a sala que viserys também tinha ido, caminhava com passos pesados, chegando na sala, eu entrei e viserys fechou a porta, eu vi isso por um instante e olhei para outro lado

Fui em direção às bebidas e peguei algumas garrafas, colocando em cima da mesa, Sem pegar um copo, abri uma garrafa e comecei a beber diretamente do gargalo, cada gole queimando minha garganta enquanto eu tentava afogar as emoções que me assombravam.

- daemon você escondeu de nós que ela estava grávida? Você sabia disso - viserys falou num tom de curiosidade

- eu não sabia! Só fui descobrir agora, se eu soubesse, não teria mantido isso em segredo-o tom de voz era frio e doloroso

Virei outra garrafa e comecei a beber, enquanto Viserys abriu outra e colocou na minha mão. No entanto, em vez de aceitar, peguei outra garrafa e a abri por conta própria, decidindo afogar minhas preocupações no álcool, mesmo que por apenas um momento.

-Você sabe o que aconteceu? O porquê dela ter perdido? Ela parecia tão saudável - Viserys ficou parado por um momento, bebeu um pouco antes de olhar para Daemon.

-Eu não sei... algo está errado, eu não sei... mas irei descobrir - Daemon respondeu, bebendo mais e olhando determinadamente para Viserys, seu olhar refletindo uma mistura de determinação e preocupação.

Percebi que Viserys pareceu nervoso. Levantei , indo até a lareira e fiquei de frente para ela, olhando fixamente para as chamas. Um suspiro escapou de meus lábios, meu olhar tão frio quanto o fogo. Barulhos de passos ecoaram pelo ambiente, mas eu não me virei para olhar

- daemon... vocês são família.. tio e sobrinha.. você sabe como as crianças de misturas familiares ficam as vezes... muito poucas resistem - viserys diz tentando jogar a culpa em daemon

Senti aquelas palavras baterem em meu coração como se eu fosse culpado por toda a dor que ela passou, como se eu tivesse provocado aquele bebê natimorto. Era uma dor com o peso da culpa, uma acusação que se entranhava em mim como uma faca afiada, perfurando meu coração com cada palavra proferida por Viserys, opeso da responsabilidade e a sensação de impotência me envolveram

Senti a mão em meu ombro, e olhei para o lado e vi, viserys, ele olhou no meu olho, olhei no dos dele, eu não consegui entender mas algo nele estava me irritando provocando a minha irá, tirei a mão dele de meu ombro

-Minha filha está sofrendo em suas mãos, Daemon. Pense nisso. Você a engravidou sem dizer a ela que era sua sobrinha, seu próprio sangue. Irmão Rhaenyra sobreviveu dessa vez, e da próxima? Seu egoísmo quase a matou! - viserys disse em tom triste

A sensação de ser o homem que quase matou a sua esposa por egoísmo era insuportável eu procurava culpados de quem poderia ter feito aquilo com ela, mas na verdade quem quase a matou fui eu, escutei as palavras dele em silêncio, recebendo a lição me sentindo  mais culpado

-Imagine o futuro que dará a ela, abortos atrás de abortos, a dor de perder um filho várias vezes, ou até a morte, imagine... você irá conseguir se perdoar caso ela morresse? - Viserys disse, suas palavras como um golpe direto, assustando Daemon com a realidade sombria

Me virei de frente para o meu irmão e olhei para ele, estava possesso pela raiva, raiva de ser culpado e raiva de escutar ele jogar isso na minha cara. Viserys cruzou os braços, seu olhar pesando sobre mim como um julgamento silencioso, uma lembrança constante das minhas falhas e dos perigos que minhas ações egoístas poderiam causar

- olha isso não é da sua conta.. Você nunca teve um amor na sua vida, porque quando você teve, escolheu sua filha em vez da sua esposa, o que eu agradeço muito porque hoje em dia eu tenho a sua filha, mas rhaenyra é minha prioridade nesse mundo, Posso não estar com ela, mas ela sempre será a minha mulher, posso não ter filhos com ela, mas ela sempre será a minha, eu sou possessiva quando o assunto são gostos e você sabe que mesmo não a tendo eu a terei - daemon falou deixando uma lágrima cair, seus olhos tinham fúria

- Você vai matá-la... hoje foi só um pouquinho do que ela vai sofrer a vida toda com você-  Viserys disse indignado, suas palavras carregadas de desgosto

Viserys caminhou até a porta e olhou para trás pela última vez, ele tava me encarando balançando a cabeça como sinal de não como se eu tivesse errado em responder aquilo quando ele saiu e bateu a porta eu fiquei furioso furioso

Olhei para a garrafa de bebida e joguei no chão depois, joguei todas no chão, e foi assim que eu destruí o resto da sala com ódio com uma raiva fúria tava dentro de mim me culpando por aquilo

me culpando por ser fraco e não consegui parar de pensar nela, por não parar de pensar na nossa noite por não parar de pensar como seria o nosso bebezinho

Eu quebrei tudo pela frente, a raiva tomou conta de mim. Não era mais eu ali. Estava me despedaçando, e a culpa era da culpa que eu sentia, misturada ao medo de perdê-la por causa dos meus sentimentos egoístas. Cada objeto quebrado era uma expressão da minha própria destruição interior, um reflexo do caos emocional que me dominava naquele momento. A sala se transformou em um campo de batalha entre minha raiva desenfreada e a vulnerabilidade que eu tentava esconder.

O próximo capítulo já vai sair!

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