ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 9 - ᴍᴇ ᴄʜᴀᴍᴏ ɢᴇɴᴜíɴᴏ, ᴅᴇɪxᴇ-ᴍᴇ ᴇɴᴛʀᴀʀ.

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bato três vezes em sua porta: toc, toc, toc.

—você faz aquela rotineira pergunta: quem é?

—e eu te digo: genuíno.

—você então pergunta: genuíno? não conheço nenhum genuíno.

—eu respondo: oras, claro que não me conheces, ninguém nunca me apresentou-te antes. vamos, me deixe entrar para que me conheças.

—você novamente retruca: não conheço nenhum genuíno, por favor vá embora.

—e eu te respondo outra vez: por favor, não! vou tentar de novo... me chamo genuíno, deixe-me entrar.

—você perde a paciência com a minha insistência: eu já lhe disse que não conheço ninguém com este nome, não vou te deixar entrar!

—te respondo outra vez: também já lhe disse que ninguém nunca me apresentou a você antes, as pessoas em geral me conhecem pelo o primeiro nome "amor", só que muitas vezes esse nome parece assustador então uso o "genuíno". poucas pessoas conhecem então assim fica mais fácil de eu conseguir entrar.

finalmente consigo escutar o barulho da porta destrancando, aparentemente há muitas fechaduras porque o barulhos dos trincos parecem não ter fim.
você me espreita pela brechinha da porta e ergue a sobrancelha em sinal de confusão, acho engraçado e solto uma risada frouxa.

— eu te digo: oi! pode abrir um pouco mais?

— você me responde quase instantaneamente: não! não posso deixar você entrar assim, conheço muito bem quem você é!

— respondo com calma: não, você não sabe quem sou. você nunca me conheceu pessoalmente, apenas escutou boatos sobre mim. não vou te fazer nenhum mal.

e assim você abriu a porta de seu coração pra mim, sentei na pontinha do sofá, um pouco desajeitada e tímida.
uau, aqui realmente é quentinho e confortável, um lugar totalmente limpo e agradável que nunca tinha visto antes.
você veio receosa em minha direção com um copo d'água, acho que talvez esteja com medo.

— você me pergunta enquanto bebo a água do copo: afinal, o que você quer?

— respondo: nossa, tenho que te falar... esse lugar é muito lindo! você organiza todos os dias?

— vejo seu brilho apagar um pouco ao tomar fôlego pra me responder: pra ser sincera não, tento deixar o básico só pra eu viver normalmente.

— te espreito e então falo: está tão organizado que parece que estava esperando a minha chegada ou a de outro alguém.

— você toma um susto e então me responde: não estava esperando por ninguém, ninguém mesmo! pra ser sincera há tempos não deixo ninguém entrar aqui, da última vez tudo ficou uma bagunça e eu não quero mais ter que ver tudo ficar um caos.

— solto um sorriso de canto, toco em sua mão e falo: a partir de hoje ficarei aqui, cuidarei desse lugar maravilhoso e de você.

— você me olha assustada e diz: como assim? você vai ficar? duvido, você vai embora como a última pessoa também foi.

— então te respondo sorrindo suavemente: não, meu bem. eu sou genuíno e não simplesmente o amor que você conheceu antes. vou ficar aqui e cuidar de tudo.

diálogo encerrado.

Garden of Soul's - by ᴘʀᴏʙᴀʙɪʟɪᴛʏOnde histórias criam vida. Descubra agora