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Eu estava louca.

- Infelizmente não é possível essa possibilidade para Jeon Jungkook.

Não iria insistir, pela quarta vez iria soar suspeito, o que de fato era.

De alguma maneira, Barão descobriu que a minha carreira dependia dele, de alguma forma o detento sabe que me tem nas mãos, e isso me deixou mais impressionada com o poder que ele tem dentro da prisão, ele tem em suas mãos qualquer informação de dentro ou fora.

- Certo. - me levantei escondendo a raiva que senti por ser negada.

- Sra. Park - me chamou enquanto eu estava para sair - continue fazendo um bom trabalho, não deixe Jungkook lhe ter nas mãos dele, ele quem tem que estar nas suas.

Tarde demais para essa dica tosca.

Sai da sala do diretor geral e caminhei frustrada até a cantina, onde pedi para que fizessem minha marmita para eu comer na sala, eu estava irritada e dava para se notar em meu rosto, por isso ninguém questionou.

Ao me sentar em minha cadeira, logo vi a hora estranhando ao abrirem a porta com Jungkook no meio, sendo carregado igualmente bicho.

Parecia furioso.

- ME SOLTA SEU ARROMBADO - gritou fazendo meu corpo tremer e eu paralisar, eu nunca o vi assim, tão imerso a raiva e agressividade.

- SE CONTROLE. - gritou o carcereiro o sentando com força na cadeira e o prendendo com raiva.

Acho desumano a forma que os tratam, e com certeza, todo esse descuido só os deixavam mais irritados.

A porta se fechou, Barão olhava para seu colo, sua cara estava retorcida pela raiva, e sua respiração acelerada. Os cabelos longos estavam em seu rosto, deixando apenas a metade dele visível para mim, e mesmo assim, obtinha uma beleza que me fascinava.

- Olá Barão.

- Num fala comigo - ditou sério e grosso - num tô pra papo hoje.

Não insisti. Apenas peguei a marmita e abri para almoçar, sentia minha cabeça doer pela fome, porém quando ia dar a primeira garfada escutei um barulho alto de ronco. Olhei para frente vendo Barão olhar para a comida como um bicho faminto, senti que meu mundo parou ao ver a cena deplorável, e poder ver e escutar a sua fome, me fez ter a ação de fechar rapidamente a marmita.

Fiz uma linha fina em meus lábios antes de abrir a boca.

- Barão, você está com fome?

E nenhuma resposta recebi, porém ao ver as bochechas do homem coradas, pude entender que sim, estava, porém era muita humilhação para ele.

- Responda.

- Pra caralho! - disse como um pedido de ajuda - eles num dão comida pra nós, dão lavagem - disse me deixando inconformada - faz quatro dias que não como, tô pra comer reboco pô.

Mordi os lábios sentindo toda a raiva que pude desse sistema falho.

Me levantei levando a cadeira para o seu lado, Barão me olhou sem entender, quando peguei uma presilha para prender seus cabelos no topo de sua cabeça, mostrando a testa bonita e os olhos grandes em uma mistura de desconfiança e curiosidade.

- Irei te dar comida.

- Ah sai fora! num quero pena de madame não pô - disse virando o rosto.

Peguei a quentinha e coloquei uma boa quantidade na colher.

- Se não abrir a boca, serei obrigada a fazer aviãozinho. - sorri provocativa o fazendo semicerrar os olhos para mim.

Porém ele abriu.

E passamos alguns muitos em silêncio, enquanto eu dava comida e suco em sua boca, e tinha seus olhos presos nos meus.

14:56

- Pô, sei nem como te agradecer papo reto mermo - disse levando suas mãos presas para o alto para coçar a cabeça - mas ainda quero o que te falei.

- Infelizmente não tem como - disse suspirando - ele não libera visita íntima para você, Barão.

- Pô, foi bom te conhecer então, Doutora - sorriu cínico.

Mordi os lábios amaldiçoando até mesmo seus antepassados.

- Por favor, eu preciso do seu caso.

- E eu preciso de mulher.

Revirei os olhos querendo chorar.

- Podemos fazer o seguinte - disse suspirando, não acreditava no que eu mesma iria propor para ele - eu posso ser a sua visita íntima.

- O negócio tá ficando bom - sorriu sem vergonha alguma esquentando as mãos.

- Mas tem condições.

- Alá, sabia pô!

- Barão, eu tentei de TUDO para conseguir essa visita para você, mas ele não liberou, então por favor, tomei essa decisão de última hora, aceite.

- Manda teu papo.

Mordi os lábios ansiosa.

- Eu faço o que você quiser menos penetração.

- O que eu quero tu num quer, daí fode a firma, parceira.

Cocei a garganta com medo dele não aceitar, eu dependia dele, mas nunca iria fazer sexo contra minha vontade.

- Eu posso fazer você gozar sem precisar sentar - disse convicta o fazendo arquear a sobrancelha.

- Eu topo - disse me fazendo sorrir aliviada - mas só se tu deixar eu te chupar - o olhei sem acreditar - porra morena, tô com mó saudade de sentir gosto de buceta, faz isso comigo não pô.

- Você é inacreditável.

Ficamos o resto da sessão conversando sobre como iríamos fazer dar certo, e eu só pensava em como minha vida poderia mudar depois de hoje.

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