A mudança trazia eventos incertos na vida de Melina Lehmbruck. Para Aiden King, vê-la completamente vulnerável, como uma nova peça no seu tabuleiro, a faria enxergar coisas que nunca viu antes.
ˑ ִ ֗ ִ ۫ ˑ 𖥻 ִ ۫ DARK ROMANCE
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But there's something about her Long shady eyes I'm all about her Shade tonight Mascara - Deftones
MELINA LEHMBRUCK
Eu vou manter segredo dos meus pais sobre o que realmente aconteceu.
Eles merecem ouvir apenas boas notícias, e isso é o que vou lhes dar. Não direi a eles que, logo no primeiro dia na nova escola, me tornei alvo de bullying. Nunca me vi como um pária. A curiosidade me levou a pesquisar seu significado no Google (porque, bem, por que não?), e descobri que é uma palavra que pessoas comuns provavelmente não usariam. Os ricos parecem gostar de inventar seu próprio vocabulário.
Ser um pária significa ser excluído da sociedade, deixado à margem. Fiquei chocada ao ler a definição na tela do meu celular, uma onda de desânimo me dominando completamente. Essa palavra ecoava em minha mente enquanto eu tentava respirar fundo e pensar com clareza. Até que ponto alguém está disposto a ir para satisfazer seu desejo sádico de menosprezar os outros? Será que a diversão deles se baseia em humilhar os mais vulneráveis?
Uma única pessoa cruel tentou impor seu controle sobre minha vida de uma maneira tão perversa e mortal. Conseguir sobreviver a isso foi um alívio monumental.
As cicatrizes em meu rosto e ao redor dos lábios são testemunhas silenciosas de tudo o que vivi.
Não posso me permitir falhar novamente. Recebi uma segunda chance e emergi como uma nova pessoa. Apesar da surdez, tenho pais que me amam profundamente. Sou uma pessoa inteligente, apaixonada pela cor verde, que para mim simboliza esperança e, de certa forma, foi minha salvação. Devo muito a essa cor.
Neste momento, estou no jardim da escola, aproveitando o intervalo entre as aulas. Acabo de sair de uma divertida aula de Matemática, onde resolvi todos os cálculos em menos de um minuto.
Não estou me escondendo, mas multidões de qualquer tipo ainda me intimidam. Talvez aquela boneca de plástico, falsa como um sorriso sem alma, esteja certa; talvez eu seja mesmo uma excluída. Contudo, considero-me uma pessoa bastante sociável, não é verdade? Ao menos estou longe daquela líder de torcida mimada e daquele rapaz peculiar que gentilmente recuperou meus aparelhos auditivos do chão do corredor.
Fico pensando quem ele é. Será que devo perguntar ao tal Darius sobre ele?
Assim que terminei meu lanche natural, joguei a embalagem no lixo mais próximo e comecei a vagar pelos arredores da escola, em busca do garoto que se destacava pela altura, sem querer ofender, é claro. Enquanto caminhava, absorvia os detalhes visuais da Royal Elite School. Era como um palácio digno da realeza britânica, mas com um toque sombrio que lembrava os castelos de Drácula, onde segredos ocultos e sombras profundas pareciam espreitar.
Ao percorrer os arredores, a escola revelava suas grandiosas torres e corredores amplos, como se escondesse mistérios a cada esquina. As paredes cobertas de hera e os vitrais antigos criavam uma atmosfera gótica e enigmática. Finalmente, avistei o garoto no campo de futebol, treinando com um amigo. Pisei na grama com cuidado, sentindo os olhares curiosos dos outros garotos sobre mim. Um calor subiu às minhas bochechas, mistura de timidez e determinação impulsionando-me adiante.
