Os Seis Anéis

5 - Desencanto da melancolia parte II

Minutos depois

Em desespero, correndo em busca de refúgio, casas de pessoas mais próximas eram a solução. Às vezes a linha do destino nem sempre começa em linha reta, suas curvas tem significado...

Toc, toc, toc, toc, toc.

Em uma casa, no final do quarteirão, Arthur bate na porta diversas vezes.

- Olá? Arthus? Aconteceu alguma coisa???

Um jovem garoto abre a porta, sua pele clara e seus olhos estranhos chamam a atenção.

- Posso ficar na sua casa hoje? Com medo, não querendo colocar o jovem em problemas, Arthus evitava contato visual e suas mãos entrelaçadas tornavam seu nervosismo mais evidente.

O jovem aproxima suas duas mãos a de Arthus, um toque sútil com um olhar sereno, naquele momento era o apoio necessário para que aquele garoto perdido se acalmasse.

- Claro!

Por linhas tortas se começa uma linha reta, em meio a diversidades os anéis se alinham silenciosamente. Raijin, Fujin e agora aquele conhecido por ser o mais quieto se ergue, Vidar o ás de Atlas.

De um lado, três anéis ascendem e de outro, Arthus, aquele que se tornará o orgulho e líder da Tríade Cerberus...

Dias se passaram, uma discussão boba, com sua mãe acabou se tornando um baque na família, para ela o garoto iria voltar horas depois pedindo desculpas, mas, não foi como aconteceu.

Sete Dias depois.

- Olá, Mãe!

Surpresa, de boca aberta ao ver seu filho dias depois, com um visual que não lhe agradava nenhum pouco.

- Olha só quem voltou! E não voltou sozinho pelo visto. Onde esteve todos esses dias e que raio de roupas são essas? Antes de tudo, quem é esse menino?

Diversas perguntas, nenhuma que surpreendia Arthus, mesmo sendo poucos dias, esperava uma mudança de pensamento vinda de sua mãe, infelizmente o mundo nem sempre corresponde da forma que achamos.

Horas antes.

- Vidar, irei voltar para casa hoje!

Sereno, como sempre, poucas palavras saem de sua boca.

- Ok!

Risonho, Arthus parecia já saber a resposta.

- Mas tem um porém...

Poucas coisas tiravam mais que uma palavra da boca Vidar e uma delas eram dúvidas, rotinas interrompidas por eventos não programados.

- O quê? Qual o porém?

- Você tem que ir comigo... Uma resposta rápida e uma reação mais rápida ainda, um tanto inesperada também.

- Oi? Ir com você? Qual a parte do eu não tenho nada a ver com sua vida, você não entendeu? Não vou ver aquela velha maluca, deve ser o cão de três cabeças. Aquela mulher vai me odiar e vai perguntar tudo...

Arthus apenas sorri. Seu sorriso é tão idiota como o motivo que o desencadeou. Quando Vidar começa a reclamar de tudo é porque concordou, odiar o mundo é o jeito dele dizer "estou contigo", já que gentileza nunca foi seu forte mesmo.

De volta as perguntas.

- Onde estive todo esse tempo? Estive em um lugar onde me aceitam como sou, que não ficam querendo me diminuir a todo instante, posso dizer que estava com uma família de verdade já que a minha não é das melhores...