3 - Memórias e conexões

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O encontro entre inimigos, a não tanto tempo podia se dizer que o amor estava no ar, mas hoje angústia toma o coração de um deles.

— Por que? Por que está aqui? Não posso nem morrer em paz…

— Você quer morrer, é isso mesmo que quer? 

A expressão pacífica de Cif muda, seus lábios ficam pressionados, seus punhos se fecham.

— Acha mesmo que a morte vai te salvar? Passei por isso, você me traiu, meu usou, me jogou fora como se não fosse nada e acha que simplesmente morrer resolveria tudo?

— Não me faça rir Vidar, eu te amei, te segui, fiquei ao seu lado, vi você crescer e se tornar um homem bondoso e tudo isso pra nada?

— O que ganhei em troca de todo meu amor? Apenas traição e morte?

— Arthus...

(Observação: Na presença de Vidar, Cif será chamado de Arthus.)

Uma conversa que já não estava agradável se torna em um ringue de boxe com apenas um lado pressionando.

— Não me chame por esse nome! Arthus morreu e você foi o responsável disso.

— Desculpe.

Vidar de cabeça baixa com vergonha de olhar para seu antigo amor pergunta.

— Por que está aqui? Você me odeia tanto porque venho me ver? 

Cif começa a rir loucamente, com uma expressão de felicidade e um sorriso como de uma criança em seu rosto.

— A resposta é simples, o ódio faz parte da nossa relação, sempre foi assim, lembra? Posso te odiar mas também te amo.

Vidar com seu rosto cabisbaixo começa a chorar, ao mesmo tempo em que suas lágrimas vão tocando o chão uma por uma, Cif caminha em sua direção, um amor um dia perdido tendo uma fagulha de esperança, não apenas para a felicidade dos dois mas também podendo decidir o futuro de Atlas.

— Por que está chorando?

Imóvel e com uma voz trêmula, Vidar responde.

— Ainda me pergunta o motivo? Depois de tudo que te fiz, todas as coisas ruins que causei na sua vida, a quanto tempo você não vê sua mãe? Você poderia ter tido uma vida tranquila e se eu não tivesse entrado na sua vida ela nunca teria te expulsado de casa, você tinha apenas quinze anos.

Com um sorriso encantador, um olhar profundo repleto de emoção, o passo final é dado um laço uma rompido está prestes a ser reconstruído. Cif levanta o rosto de Vidar que está com seu rosto repleto de lágrimas.

— Você ainda se culpa por isso? A decisão foi minha e mesmo em meio a todas as dificuldades, mesmo o destino brincando conosco, hoje somos nós que rimos para ele.

Então Cif olha para seu amado e como uma criança em um parque de diversões mais uma vez um sorriso toma conta de seu rosto.

Cif então coloca sua mão direita na nuca de Vidar.

 — Ei, ei! O que está fazendo?

Com o rosto avermelhado completamente envergonhado e sem saber como reagir, se deixa levar pelo momento.

— O que estou fazendo? Não parece óbvio? 

Os olhos se cruzam, suas expressões mudam completamente, os laços que uma vez foi rompido estava prestes a se unificar. Não apenas um simples reencontro mas sim o futuro de Atlas sendo moldado a partir de uma simples ação. Cif então beija Vidar...

— Arthus o que acabou de fazer???

Cif sorridente e saltitante responde.

— Por que fiz isso? Simples, estava afim e você aí todo sem jeito deu brechas, não sou bobo nem nada de perder uma chance dessas. Hahaha!

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