𝐷𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑉𝑜𝑐ê

Capítulo - 13

2013

(K19, A18)

O sol iluminou lentamente a sala através da fresta das cortinas. Tudo ainda estava quieto, exceto pelos pássaros cantando do lado de fora da janela. Todos ocupados em pegar os primeiros vermes. Mais um dia estava prestes a começar, com ou sem permissão de ninguém. O tempo estava passando, sem esperar por ninguém.

Observando o peito de Arthit subir e descer continuamente, estudei suas feições e repassei tudo o que aconteceu. 0 sono não estava em lugar nenhum, pois minha mente estava inquieta. Arthit é tão corajoso, pensei comigo mesmo enquanto olhava para ele dormindo. Ele está usando meu braço como travesseiro. Ele parece incrivelmente inocente com suas bochechas inchadas, lábios rosados e suaves, olhos grandes e cílios longos. Ainda muito infantil quando está dormindo.

Ver Arthit encharcado de frio causou uma pontada em meu coração que não consegui explicar. Eu nunca teria esperado ver Arthit no meio da noite, e especialmente no meio de uma garoa. Tudo que eu queria era um pouco de ar fresco para limpar meu cérebro confuso e emoções confusas. Nunca teria imaginado que aquele que estava pasando em minha mente literalmente correria para meus braços e me tiraria o fôlego.

"Diga-me o motivo pelo qual você está aqui tão tarde é o mesmo que eu, Kongpob. Diga-me?"

Arthit exigiu uma resposta que não pude negar. "Sim. E a mesma coisa", era a verdade, e tudo o que fui capaz de dizer. Meu coração batia forte no peito e soava como tambores tocando em meus ouvidos. Eu queria segurá-lo assim, só mais um pouquinho. Mas Arthit deu um passo para trás e nossos olhos se encontraram. Ele é tão bonito. Não há outra palavra para descrevê-lo. Seu rosto estava enevoado e seu cabelo molhado. Ele continuou a me encarar, procurando respostas e esperando palavras que não vieram. Eu estava com muito medo de dizer qualquer coisa. Minha mente só ficou mais confusa com a minha admissão. Como eu deveria confessar e partir seu coração ao mesmo tempo? Não posso.

E eu não esperava o que aconteceu a seguir. Como eu poderia? Porque a próxima coisa que percebi foi que os lábios de Arthit estavam nos meus. Demorei um pouco para perceber que estava sendo beijado. Foi meu primeiro beijo. Um beijo que eu nunca esqueceria. Um beijo que nunca poderá ser retirado. E eu não tinha certeza se estava fazendo certo, mas dei tudo de mim. Derramando todas as emoções que as palavras não poderiam expressar. Só paramos quando estávamos sem fôlego.

"O que fazemos agora?" Arthit perguntou com a cabeça apoiada na minha.

Mantive meus olhos fechados enquanto reunia todas as minhas emoções. Eu não tinha resposta para essa pergunta. Pelo menos ainda não. Tudo que eu queria era proteger Arthit da chuva e de qualquer coisa que o deixasse triste. Mas como posso fazer isso se sou a fonte de sua tristeza? A melhor resposta seria eu ficar longe? Ficar longe de Arthit para que eu não lhe cause mais dor. Mas não consegui. Não quando ele está molhado e tremendo. Eu não queria que ele ficasse doente. Eu precisava aquecê-lo. Então, eu o levei para casa. Esse foi meu único pensamento no momento.

Quando Arthit puxou minha mão de volta, tive medo de que ele fosse embora. Eu sabia que Arthit estava nervoso por causa dos meus pais, mas sabia que tudo ficaria bem. Mas acho que devo ter dito algo que ele não gostou, porque vi um lampejo de decepção. Ele queria que eu o deixasse ir, mas eu não estava pronto para deixá-lo ir. Eu o queria perto de mim. Então, segurei sua mão com força e puxei-o junto. Eu gostei de como a mão dele se encaixa na minha como deveria ser.

Quando chegamos em casa, levei-o rapidamente para o meu quarto. Deixei-o lá para se trocar e rapidamente fui preparar um chá de gengibre para ele. O chá de gengibre sempre manteve o frio longe de mim. Meu avô fazia sempre que eu espirrava, mas agora é minha mãe faz para mim. Eu esperava que funcionasse para Arthit também. Eu tinha colocado um mel extra.

Quando voltei para o meu quarto, ele estava parado ao lado da minha estante. Queria mostrar a ele meu avô e então percebi novamente que poderia ter conhecido Arthit quando era muito mais jovem. Não acredito que nós conhecemos todos esses anos. Eu queria que Arthit tomasse o chá de gengibre enquanto ainda estava quente, e eu, estúpido, não percebi que tinha esquecido de dar uma toalha para ele secar o cabelo.

Tentei secar seu cabelo enquanto ele tomava seu chá rapidamente. Quando terminei, não pude deixar de olhar para ele. Como se estivesse enfeitiçado, nossos lábios se conectaram novamente. Eu ainda tremia contra seus lábios em movimento. Eu estava tão inseguro quanto momentos atrás. Ele me puxou cada vez mais para perto e logo estava deitado na minha cama comigo em cima dele. Novamente, Arthit é muito mais ousado do que eu.

Eu tive que parar Arthit. Eu tive que me conter. Eu me levantei, afrouxando seus braços que ainda estavam em volta do meu pescoço.

"Arthit, o que estamos fazendo? Acabei de dar meu primeiro e segundo beijo. E você... e eu... eu não." eu me peguei dizendo, e antes que pudesse argumentar mais com ele, ele já tinha me puxado de volta. Mas desta vez nosso beijo foi muito mais lento, com pequenos beijos suaves no meio. Quando finalmente paramos de nos beijar, olhei em seus olhos. Havia lágrimas caindo pelos lados.

"Arthit, por favor, não chore." Limpei suas lágrimas com as mãos e inclinei minha cabeça na dele. Eu não quero vê-lo assim. Meu coração estava tão apertado em meu peito. Era difícil respirar. Era disso que eu tinha medo. Eu evitei tudo isso por tanto tempo. Por que não poderia ter evitado isso com Arthit? Agora, eu o fiz chorar. "Kongpob, você falhou!' Eu me repreendi internamente. O que posso dizer para melhorar? Ficamos em silêncio por alguns segundos que pareceram muito mais longos.

Arthit quebrou o silêncio com uma pergunta repentina.

"Kongpob, quando você vai embora? Quantos dias mais você vại ficar aqui?" Arthit perguntou, segurando meu rosto com as mãos e deslizando os dedos em meu cabelo.

"Vou embora em trinta e dois dias." Eu disse a ele com os olhos fechados e respirei fundo. Minha partida
iminente agora parece muito cedo.

"Dê todos esses dias para mim. Vamos viver o momento. Eu quero estar com você. Eu quero ser seu namorado. Você aceita?"

Eu balancei minha cabeça. "Arthit, não acho que seja uma boa ideia. Não quero que você fique triste quando eu for embora."

"Então, você quer que eu fique triste antes de você ir embora?"

"Não, claro que não. Não quero que você fique triste de jeito nenhum." Coloquei minha mão direita sobre a dele
que ainda segurava meu rosto.

"E meio tarde para isso, sabe? Então, seja apenas meu namorado. Podemos ter um encontro todos os dias, já que é férias e não há escola. Muitos casais namoram apenas uma vez por semana. Se tivermos trinta e dois encontros, então é como se estivéssemos namorando há oito meses. Certo?"

Ele está ouvindo o que está dizendo? Eu fiz uma careta para sua lógica. "Tenho certeza de que não é assim que funciona."

"Kongpob, apenas diga sim ou não." Arthit fez beicinho.

"Sim." Eu disse sem realmente pensar nas consequências. Eu percebi que não posso dizer ''não'' para aquele cara. Deitei-me ao lado dele e apaguei a lâmpada da minha mesa de cabeceira. Amanhecia e o céu estava ficando mais claro. A luz estava clareando meu quarto. Agora posso ver claramente todas as caixas ao redor do meu quarto.

Virei-me para ver os olhos de Arthit fechados. Arthit bocejou e puxou meu braço para baixo dele. "Estou cansado. Vou dormir em cima de você, então você não pode fugir." Então ele passou o braço em volta da minha cintura e adormeceu em segundos.

Fico acordado, ponderando minha decisão enquanto estudo seu lindo rosto. O que devo fazer? Nós realmente vamos ter trinta e dois encontros? Passei suavemente os dedos pelos seus cabelos e um leve sorriso apareceu em seu rosto. Por favor, não me deixe machucá-lo, rezei para quem quisesse ouvir. Deixe-o me quebrar e eu sairia sorrindo.

Continua...

Arthit é tão corajoso 🥹🥹🥹

Boa leitura pessoal, até breve.