𝐷𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑉𝑜𝑐ê

Capítulo - 18

2013 (K19, A18)

Esta noite, há muitas nuvens espalhadas por todo o céu, impossibilitando o brilho da lua. Ao olhar para o céu, um agricultor diria que há chuva iminente. Aqueles que vagam pelas ruas devem procurar abrigo e os bens preciosos devem ser cobertos. O ar estava parado e pesado, enquanto os céus esperavam para chover. Uma casa tremia com um rugido.

"Enquanto você viver sob meu teto, você obedecerá às minhas regras!"

"Te odeio!"

Arthit correu escada acima o mais rápido que seus pés puderam. Ele bateu a porta do quarto com tanta força que o som da madeira quebrando nas dobradiças pôde ser ouvido. Ele foi até a cama e se jogou sobre ela, com o rosto plantado no colchão, deixando os lençóis de algodão absorverem as lágrimas que escorriam de seus olhos. Ele grunhiu de raiva, o sentimento de injustiça, raiva e fúria tomou conta dele. Ele bate o punho contra o colchão e agarra um punhado do cobertor. Ele torceu o mais forte possivel, querendo despedaçá-los em milhões de pedaços. Ele não encontrou alivio em sua miséria frustrada. Como seu pai pode fazer isso com ele? Como ele pode ancorá-lo em um momento tão crucial de sua vida?

Faltam apenas trinta e um dias para a partida de Kongpob. Ele não pode ficar preso em casa por uma semana inteira. Ele não pode perder seu tempo limitado com Kongpob. Como ele contará a Kongpob sobre isso? Seu pai havia levado seu telefone embora. Arthit não entende por que isso é tão importante. Ele ficou em casa até depois das duas da manhã da noite passada. Eles não conseguem perceber que ele saiu de casa muito cedo? E qual é a acusação de que ele escapou de casa? Ele não tinha a impressão de que não tinha permissão para sair. E daí, ele não voltou para casa na hora do jantar. Ele nunca prometeu que faria isso e respondeu dizendo que chegaria tarde em casa. Ele já tem dezoito anos. Ele não é mais uma criança. Eles deveriam parar de tratá-lo como tal. Isso tudo é falso. Ele odeia seu pai por ser tão irracional e sua mãe por ser tão molenga. Ninguém o entende. Ninguém. Ele se sente como um prisioneiro em sua própria casa.

Arthit se virou, agora de frente para o ventilador de teto em forma de folha de bambu em seu quarto. Um pensamento aleatório passou por sua cabeça. Ele realmente odeia aquele ventilador de teto cafona. Quase não funciona.

Batida. Batida. Batida.

"Vá embora! Não estou falando com nenhum de vocês!"

Arthit gritou de sua cama, colocando um braço sobre os olhos.

"Arthit, sou eu." Uma voz baixa soou.

Arthit olhou para a porta. Ele não tinha certeza se queria falar com sua irmã naquele momento. Krystal foi enviada para seu quarto no momento em que ele entrou em casa. Pouco antes de seu pai começar seu sermão absurdo e punição cruel. Ele suspirou. Krystal é sua irmã, sua gêmea e sua melhor amiga. Ela provavelmente estava chorando em seu quarto também. E assim que eles sempre foram. Não importa qual deles se machuque ou fique triste, o outro também sente.

Arthit finalmente se levanta da cama e vai até a porta. Ele abriu a porta timidamente com os braços estendidos. No momento em que a porta se abriu o suficiente para revelar Krystal, ela deu um passo direto para o abraço de Arthit com lágrimas escorrendo pelo rosto.

"Ah." Krystal olhou para os olhos vermelhos e marejados de seu irmão e então enterrou o rosto na curva do pescoço dele. Ela não suporta saber que seu irmão está com dor, por isso os pais a mandaram para o quarto dela. No entanto, ela ainda podia ouvira luta e os gritos através das paredes.

Arthit fechou a porta rapidamente e passou os braços em volta da irmã. Por mais que ele esteja chateado, não é culpa da irmã. Ele também odeia ver sua irmã chorar. Ele passa a mão para cima e para baixo nas costas dela para confortá-la. Ele quer dizer que está bem, mas não consegue pronunciar as palavras, porque não está bem. E não faz sentido mentir sobre o que ele sente porque Krystal pode lê-lo como um livro aberto.