Poisonous

48

Aspen

Faz duas semanas eu não falo com Blaise. Passamos perto um do outro e parece que somos dois desconhecidos.

Os boatos de estarmos juntos rapidamente sumiram ao verem que nem ao menos estavamos nos falando, alguns dias depois da nossa última conversa entrou uma menina nova na escola e agora ela e Blaise estavam sendo a sensação do momento.

Olhei para os dois do outro lado da quadra, era aula de educação física mas o professor teve uma chamada importante e teve de sair então apenas estávamos lá de bobeira.

Tentei evitar olhar para eles mas estava sendo impossível mesmo sentindo uma raiva enorme toda vez que os via juntos. Ainda estava sendo difícil acreditar nas palavras dele mas também, o que mais eu poderia esperar de Blaise Sterling.

— Vamos jogar, o treinador já vem aí. — Victoria gritou autoritária. E por ironia do destino, estávamos no mesmo time.

Vi Giselle beijar a bochecha de Blaise antes de correr para onde estávamos e tive que morder o lado interior da bochecha. Até parecem que são um casal, aposto que ele só vai transar com ela e depois descarta-la.

Esfreguei o rosto tentando me concentrar. Depois de passar horas pensando cheguei nessa conclusão, que talvez Blaise tivesse me levado para cama para ter uma conquista. Quis acreditar que não mas a maneira como as coisas estavam indo, não poderia haver outra explicação.

— Pega a bola! — gritaram e eu olhei para a frente no mesmo instante em que a bola acertou com tudo meu nariz.

— Merda. — cai no chão com o impacto, minha mão no nariz enquanto grunhia pela dor do impacto e ouvia as risadas.

— Como sempre não acerta uma vez. — Victória riu debochada, eu me sentei no chão dando meu pior olhar para ela.

De repente senti um líquido quente escorrendo.

Merda, eu estava sangrando pelo nariz.

— Ei. — olho para frente franzi a testa ao ver Blaise agachado a minha frente todo preocupado, ao mesmo tempo limpando o sangue. — você está sangrando, deixa eu te levar pra enfermaria.

Eu deveria ter olhado para a cara dele e mandado ele ir para a puta que pariu. Mas não, involuntariamente meu corpo foi erguido pelo mesmo que nem esperou minha resposta e eu, estupidamente aceitei indo com ele agarrado a minha cintura. Deu para ver as caras de espanto da turma enquanto saímos da quadra.

Quando chegamos na enfermaria, a enfermeira apenas me fez sentar e ficar com a cabeça erguida durante algum tempo. Ela teve que sair então me deu um saco de gelo, falando para eu descansar um pouco ali.

— Doi? — ele abriu a boca após vários minutos em silêncio. Blaise estava parado a minha frente com os braços cruzados.

— Óbvio né. — falo irritada  abaixando o saco e inspirando.

— Você é péssima mesmo em volei, não é a primeira vez que leva uma bolada.

— Desculpa  se não sou um atleta promissora.

— Você era boa no baseball. — ele diz me pegando de surpresa por ainda se lembrar.

— Você ainda se lembra? — pergunto baixinho e ele ri se afastando da parede e chegando perto.

— Óbvio que sim, porque não iria me lembrar? — Blaise ficou a minha frente, colocando sua mão no meu joelho e olhando para baixo por alguns segundos até fixar em meus olhos.

Mordi o lábio. Eu estava com muita raiva dele mas não poderia negar que ainda sentia aquelea atração entre nós. E isso as vezes me deixava louca, principalmente quando eu tinha sonhos sobre aquela noite.