A novata não beija bem?

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Sabrina Carpenter.

Ao lado de Amélia, finalizava os últimos preparativos para a festa. Uma mulher um pouco mais velha que minha mãe, ela foi contratada quando esta deixou nossa casa para cuidar de Nancy, minha avó. O tempo passou e Melia, como gosto de chamá-la, se tornou minha figura materna; seus cuidados comigo e minha avó criaram um forte vínculo.

No verão, concedi-lhe férias para descansar com sua própria família, resultando em mensagens e ligações diárias da mais velha, perguntando se estava tudo bem. Hoje marca seu primeiro dia de volta, pois retomei os estudos e não poderia dedicar total atenção à minha avó. Amélia sempre apoia minhas ideias, sente orgulho de mim e me trata como uma filha; é minha mãe de coração.

- São muitos convidados, querida?

Ela perguntou enquanto estávamos terminando de arrumar os salgadinhos ao ar livre. Ao lado, o freezer com bebidas ocupava espaço, junto a uma pequena área com banheiro para evitar que as pessoas entrassem em minha casa. Odiava pensar em alguém incomodando minha avó.

- Bom, eu acho que a escola toda.

Encolhi os ombros, e Melia riu negando.

- Seus amigos vêm?

- Sim, os namorados também. - revirei os olhos. - Aliás, se alguém perguntar...Eu e Nancy estivemos viajando no verão, tudo bem?

- Mas vocês não estavam.

Franziu a testa.

- Ignorei eles o verão todo e precisava de uma desculpa.

- Ta bom, Sabs. Agora suba e vá se arrumar, eu fico até você estar pronta.

Agradeci, sorri e a beijei na bochecha. Corri para meu quarto, onde meus trajes estavam até mesmo separados. Não demorei muito, o horário para todos chegarem estava muito perto.

Quando desci, Melia avisou que meus amigos já haviam chegado e que Nancy estava em seu quarto. Nos despedimos, ela pediu para que eu me cuidasse e ligasse se houvesse qualquer coisa; concordei, partindo para fora da casa.

Foram minutos torturantes entre os casais enquanto ninguém chegava. Em meio a conversas aleatórias e alguns goles em minha bebida, o local foi se enchendo de pessoas. Em pouco tempo, uma falação junto da música alta começou a me irritar. Isso não era muito comum, adoro festas, mas o verdadeiro motivo da irritação era que Hailee, a garota que eu queria hoje, não havia chegado.

Após virar meu copo, cansei de esperá-la e percorri meu olhar pela festa, detendo-me em uma loira que também me encarava. Ashley, sei que ela sempre aguardou por uma oportunidade comigo; nossas trocas de olhares apenas confirmam isso. Ela não é exatamente meu tipo, já que prefiro morenas, mas tudo bem.

– Sabrina.

Uma ruiva bem conhecida parou em minha frente no momento em que estava prestes a abordar Ashley. Sadie parecia bastante alterada. Revirei os olhos e cruzei os braços, aguardando que ela falasse.

- Não tenho certeza se quero te deixar em paz. - Começou. - Sabe, passei as férias pensando em nós e no que poderíamos ser...

- Sadie, não existe "nós"! - Esbravejei. - Nunca existiu e nem vai existir. Todos sabem como sou, e você sabia disso quando me levou para sua casa.

- Sabrina, mas...

- Sem "mas"... - A cortei. - E sinceramente? Estou agradecida por você me livrar dos seus dramas diários ao sair do grêmio estudantil.

As palavras foram desferidas com firmeza. Sadie me encarou negando, soltou uma pequena risada sarcástica, e pude perceber sua mandíbula trincar; em poucos segundos, já não estava mais no meu campo de visão. Tive que suportá-la no ano passado, mas este ano não permitiria que me atormentasse com suas declarações de amor estúpidas.

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