Episódio 15

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O sol bate em minha cara e eu abro os olhos no mesmo momento, esqueci a cortina aberta novamente. Olho para o relógio e já são nove horas.

A hora passou muito rápido.

Lavo o rosto e escovo os dentes. Encaro meu reflexo no espelho e eu estou só uns caquinhos. Saio do quarto descendo logo em seguida. Ao entrar na sala de estar quase caio para trás, para variar!

— Guilherme? Como entrou?

— Seu pai me deixou entrar, e eu fiquei esperando a bela adormecida acordar. – reviro os olhos.

— Está fazendo o que aqui?

— Eu disse que voltaria!

— Você disse até amanhã, e não que voltaria!

— Que diferença faz? – dei de ombros e me joguei no sofá. – Aconteceu alguma coisa?

— Não.

— Não parece, sua cara me diz que você chorou a noite toda. Por que? – soltei um suspiro.

— A vaca da namorada do meu pai é uma vaca que não se pode comparar a uma vaca. – bufei e ele me olhou como se eu fosse um E.T.

— Seu pai tem uma namorada?

— Descobri ontem. – digo com desdém.

— E pelo jeito você não gostou dela. – constatou.

— Não, pois ela é uma ridícula interesseira! – digo já irritada. – Mas me diz, o que temos para hoje?

— Algo que não é saudade. – diz rindo. Lhe olhei com cara de tédio. – Tudo bem, falta poucas semanas para o nosso casamento.

— Calma ai, mas não era daqui um mês? – questionei sem entender.

— Era, mas vocês vão precisar logo do dinheiro então meu pai resolveu apressar!

— Por mim ele poderia enfiar esse dinheiro todo naquele lugar. – resmunguei a mim mesma.

— O que?

— Nada, prossiga.

— Meu pai acha que já devemos morar juntos. – arregalei meus olhos.

— Mas já?

— Sim, assim nós já nos  acostumamos e nem levantamos desconfianças aos outros.

— Eu não sei... – na hora que eu olho para escada, vejo Rebeca descendo. Vestia apenas uma camisa do meu pai, da mesma forma que na madrugada. Sinto meu sangue borbulhar.

— Bom dia! – deu um sorriso falso e entrou na cozinha como se fosse dona da casa.

— Uou! Quem é essa beldade? – Guilherme diz com a boca aberta e eu reviro os olhos.

— A namorada do meu pai! – coloco as mãos no rosto.

— Conta outra.

— Eu estou falando sério! Agora vem, vamos para o meu quarto. – ele me encara arqueando a sobrancelha – Não seja idiota! Para conversar sem que tenha alguém nos ouvindo.

— Ah tá. – subimos direto para o meu quarto.

— É o seguinte, eu estou perdida. – digo me sentando em minha cama enquanto o via se jogar em uma poltrona do outro lado do quarto.

— Tá, e a novidade? – bufei e arremessei uma almofada em sua direção.

— Estou falando sério Guilherme! Olha, tudo isso será por um contrato certo?

Casamento por Contrato - Pain GuizinOnde histórias criam vida. Descubra agora